COMO SOLUÇÕES DE COZINHA LIMPA PODE. AJUDAR A PROTEÇÃO HUMANA NA ÁFRICA SUBSAARIANA

 

Trabalhos analíticos recentes da região do Sahel sugerem que, após o controle do status socioeconômico, as crianças que vivem em lares que cozinham principalmente com combustíveis sólidos têm quase três vezes mais probabilidade de sofrer de atraso no crescimento (baixa altura para a idade) .

Na África Subsaariana, o uso de combustíveis e tecnologias tradicionais para cozinhar está expondo os mais vulneráveis ​​à poluição do ar doméstico, com consequências terríveis para os níveis presentes e futuros de capital humano na região. As decisões que as famílias tomam sobre quais combustíveis e tecnologias para cozinhar usam são informadas por uma série de fatores sociais, culturais e econômicos.

Como resultado, são necessárias ações urgentes nos setores de energia, proteção social e saúde para garantir maior acesso à cozinha limpa e melhorada na África Subsaariana.

Combustíveis tradicionais para cozinhar ainda são comuns na África Subsaariana

A África Subsaariana representa 15% da população global, mas é responsável por mais de 34% do uso mundial de combustíveis e tecnologias tradicionais de cozinha. O progresso em direção a combustíveis e tecnologias limpos tem sido lento, com um pequeno aumento no uso de combustíveis limpos e uma pequena diminuição no uso de combustíveis de biomassa bruta — madeira, resíduos de colheita e esterco. A demanda por combustível está aumentando, impulsionada por uma população em rápido crescimento e urbanização crescente, e tende a favorecer o uso de carvão vegetal — um combustível prático, mas ineficiente e poluente.

O custo da inação em relação à cozinha limpa na África Subsaariana é estimado em US$ 330 bilhões anualmente devido aos impactos na saúde e no clima.  A poluição do ar, em grande parte a poluição do ar doméstico causada pelo uso de combustíveis sólidos em fogões inadequados e ventilação deficiente, é o terceiro maior fator de risco de mortalidade e morbidade na África Subsaariana.

Em lares pobres, onde o uso de combustíveis sólidos é mais prevalente, mulheres e crianças são desproporcionalmente afetadas pela exposição à poluição do ar doméstico, já que mulheres e crianças estão frequentemente mais perto de fogões — resultando em exposição próxima a uma alta concentração de poluentes.

Impacto da poluição do ar doméstico no capital humano e no clima

A primeira infância é um período crítico para o crescimento e desenvolvimento, e o risco aumentado de morbidade pela exposição à poluição do ar doméstico pode interromper o conhecimento, as habilidades e o bem-estar que eles exigem para construir capital humano. Na idade adulta, os impactos na saúde da exposição à poluição do ar doméstico podem afetar a produtividade, os salários e a qualidade de vida geral.

Além dos custos humanos diretos, o fornecimento, a produção e a combustão de combustíveis sólidos têm impactos ambientais significativos. Regiões com acesso limitado a combustível e tecnologias de cozinha limpas são vulneráveis ​​a choques climáticos frequentes e severos. Isso é agravado e acelerado pela pressão exercida sobre os recursos naturais devido à coleta de combustível.  

Trabalhando em todos os setores para implementar tecnologias de cozinha limpa

A necessidade de ação urgente sobre cozinha limpa é clara. As soluções exigirão esforços escalonados nos setores de energia, proteção social e saúde.  Soluções de longo prazo devem aumentar o acesso físico e financeiro a combustíveis e tecnologias de cozinha limpas e promover seu uso.

Soluções de curto prazo devem encorajar o uso de tecnologias de cozimento aprimoradas que emitam concentrações mais baixas de poluentes e reduzam o uso de combustível por refeição cozida. Elas devem ser integradas a intervenções de mudança comportamental que melhorem as práticas de ventilação doméstica, garantam que as crianças passem menos tempo perto de fogões e promovam práticas de cozimento que minimizem a exposição à poluição do ar (por exemplo, deixar os feijões de molho para minimizar o tempo de cozimento). 

Esses três setores desempenham um papel fundamental no combate à poluição do ar doméstico:

1.Energia: O setor de energia deve ter como objetivo fortalecer os esforços de eletrificação para melhorar a infraestrutura e a disseminação de energia e fornecer maior acesso a soluções de cozimento com eficiência energética. Isso melhorará a confiabilidade do acesso à eletricidade em todos os países; e aumentará o acesso à eletricidade e soluções de cozimento com eficiência energética, mesmo entre as populações mais remotas. Promover parcerias estratégicas entre os setores de energia e privado pode encorajar tecnologias inovadoras de cozimento limpo ou melhorado e garantir que sejam comercializáveis ​​para diferentes contextos de consumo.

2.Proteção social: Os esforços de proteção social devem priorizar registros sociais para identificar domicílios vulneráveis ​​que precisam de tecnologias de cozinha limpas ou melhoradas subsidiadas, acompanhadas de medidas para disseminar mensagens de mudança comportamental por meio de programas de rede de segurança social que atendem aos mais pobres. Essas medidas também podem ser usadas para fortalecer atividades geradoras de renda e acesso financeiro à cozinha limpa/melhorada.

3.Saúde: O setor da saúde está mais bem posicionado para desenvolver mensagens eficazes que incentivem a mudança de comportamento e aumentem o uso de combustíveis e tecnologias de cozinha limpas.

Aproveitar as capacidades únicas dos setores de energia, proteção social e saúde garantirá soluções integradas de combustível limpo para cozinhar e tecnologia para vidas mais saudáveis ​​e produtivas entre as famílias mais vulneráveis ​​da região.

Dentro do Banco Mundial, o Energy Sector Management Assistance Program (ESMAP) Clean Cooking Fund cofinancia projetos de investimento para aumentar os investimentos no setor de cozinha limpa, mobiliza compromissos políticos de alto nível e gera e dissemina conhecimento pertinente. E no Chade, o Banco Mundial está pilotando a harmonização de dois projetos existentes de energia e proteção social do Banco Mundial com o objetivo mais amplo de fortalecer seu impacto no capital humano e na mitigação das mudanças climáticas. Se bem-sucedido, isso poderá ser replicado em outros contextos.

Fonte: WorldBanck


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