Um grito exumado dos arquivos
Resenha de Na quebra: estética de uma tradição radical preta, de Fred Moten
Por Mariana Ruggieri
Oxóssi #4, da série Restauros, May Agontinmé, 2023
De fato, seria possível dizer que, para Moten, não há tradição estética que não contenha uma teoria do sujeito e uma teoria da liberdade.
Na quebra: estética de uma tradição radical preta, lançado no Brasil pela Crocodilo e pela n-1 edições, com tradução de Matheus Araujo dos Santos, é o primeiro livro de Fred Moten, poeta e professor do Departamento de Estudos da Performance da nyu Tisch School of Arts. Publicado nos Estados Unidos originalmente em 2003, o livro apresenta uma série de elementos que retornam de modo mais matizado e instigante em suas publicações recentes, as quais integram a trilogia consent not to be a single being, sobretudo sua obstinação em investigar as estéticas pretas a partir de sua invenção contínua da liberdade em situações de não-liberdade.
O poema “Viveiro”, de Paulo Colina, em toda sua ambiguidade e indecidibilidade, poderia servir perfeitamente como epígrafe para o livro de Moten: “claro campo em deslimites / de arame farpado / onde pratico meus saltos mortais”1.
De fato, seria possível dizer que, para Moten, não há tradição estética que não contenha uma teoria do sujeito e uma teoria da liberdade.
Muitas de suas provocações são irresistíveis e seu pensamento ousado demonstra a força criativa das diferentes vozes — de modo algum homogêneas2 — que povoam o leque amplo das teorias críticas da raça que vêm sendo publicadas recentemente no Brasil: Saidiya Hartman, Denise Ferreira da Silva, Hortense J. Spillers, Christina Sharpe e Frank B. Wilderson III, para citar alguns autores.
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