O Projeto Culinária de Terreiro inaugura Casa de Farinha em Camaçari Bahia.

O projeto é uma iniciativa da Solange Borges que vai abrigar as ações desenvolvidas no Sítio da Lagoa.

O evento acontece, a partir do dia 28 de Março, de forma cuidadosa, e com todo o rigor, onde a casa convida chefs locais para a celebração.

Não é novidade para as comunidades indígenas e de Matriz Afro-brasileira a importância da mandioca e das Casas de Farinha, neste sentido, a estratégia de reunir todas as produções, cursos e oficinas do Projeto Culinária de Terreiro, num só lugar.

Segundo inventário e levantamento do IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional:

"no cotidiano da produção tradicional de farinha, roças e engenhos têm significado especial, mais do que a produção em si, esses espaços são centrais na sociabilidade de famílias, portadores de memórias e da vida comunitária de maneira mais ampla. É onde estão objetos fundamentais no manejo da mandioca raiz: cochos de madeira para lavar as raízes recém-colhidas; peneiras para selecionar a farinha mais fina; e balaios de cipós ou taquaras de bambu para guardar uma infinidade de coisas."

Nesse universo, a farinhada é ponto máximo do calendário – reuniões para feitura da farinha, quando o mundo do trabalho é atravessado pela mística de uma festividade, reunindo famílias e comunidades, com modos de fazer e relações de afeto e memória.



Aipim, mandioca, macaxeira, vários são os nomes que identificam uma das raízes mais populares no Brasil, especialmente na região Nordeste.

A mandioca é matéria-prima de inúmeros produtos industriais e, claro, de diversos alimentos. Grande parte dessa produção acontece, ainda, de forma artesanal, por pequenos produtores nas casas de farinha – nome dado às pequenas fábricas que processam a raiz.


Mas, mais do que um local de fabricação de alimentos, as casas de farinha reforçam os laços de pertencimento e identidade das comunidades que enxergam a importância da produção de mandioca e dessas pequenas fábricas para suas vidas. Especialmente, quando se tratam de populações da zona rural.


"Desse encontro e neste local, serão facilitados cursos e oficinas à comunidade, a "Feita anual do Dendê", do trabalho coletivo de conscientização coletiva "Mulheres Solares", cursos e desenvolvimento de produtos alimentícios e de identidade, sem esquecer da tradicional Culinária de Terreiro, evento que proporciona aos visitantes da comunidade, conhecer a culinária afro-brasileira no fogão a lenha que em função da pandemia, está paralisado.

Solange Borges é criadora do Projeto Culinária de Terreiro, que tem proporcionado á comunidade 
Agrovila de Pinhão Manso, em Camaçari Bahia, uma forma inovadora, que mantem a tradição dos nossos antepassados.
A comunidade trabalha forma agroecológica, onde à mandioca tem destaque, cultura que se reporta às influências africanas entre os povos Bantu e Africanos na Bahia.

A mandioca (funge, kikuanga ou mandioca fervida) é o alimento de base do norte como nas regiões de Kikongo e Lunda; o milho (pirão) do povo do centro e sul de Angola, foi levado.

Os povos bantu são originários de várias regiões do Continente Africano, como o Sul da África e a África Central, onde fica a Angola. As várias etnias desse povo se misturaram nos navios a caminho do Brasil e, mesmo perdendo muito de sua individualidade no processo de escravização, mantiveram traços fortes de uma cultura coletiva.

Uma cozinha é muito mais que um espaço de transformação de alimentos, é essencialmente um lugar de transmissão de conhecimentos, de difusão de técnicas, ritualização e retribuição de afetos, de alteridade, conhecimento ancestrais e preservação cultural.

Entendemos como patrimônio imaterial todos os usos, representações e expressões que uma comunidade sente como próprios, representativos de sua identidade cultural e importantes para salvaguardar e proteger para as gerações futuras.
Além da prática em si, inclui as técnicas e os conhecimentos que permitem que esses costumes existam, sejam compartilhados e transmitidos.
Nossa cozinha é nosso patrimônio.

Valorize a Agricultura Familiar consumindo produtos saudáveis, direto para a mesa do consumidor. 
Informações: 999351339/ 9994-3491 / 983170607/ 
Local: Associação do Movimento dos agricultores de Camaçari ( Pinhão Manso)
Horário: 07hs às 13hs
Agrovila Pinhão Manso
Camaçari - BA
(71) 99994-3491

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