Das Sementes, as Folhas e flores, tudo na Abóbora é comestível.
A diversidade da o tom do assunto que vemos abordar, a Abóbora, de alimento das camadas mais pobres e sem gabarito durante a época Medieval, ou alimento de porcos em Portugal do século 17, esta resilente cucubitacea, mostra sua capacidade de surpreender.
Há muita mitologia sobre a Abóbora, o que prova que a diversidade e o pluralismo, são marcas da interculturalidade e da democracia do conhecimento, ou como diria o sociólogo baiano Muniz Sodré, "Ecologia dos Saberes", esta definição resume bem às inúmeras visões sobre a cucubitacea.
Símbolo da abundância e da fecundidade, a Abóbora é também considerada um símbolo de sorte, fartura e felicidades, o fruto da aboboreira, de polpa alaranjada, macia e adocicada, pode promover uma grande limpeza em nosso organismo.
Ricas em triptofano, um aminoácido essencial utilizado pelo cérebro para ajudar o corpo a produzir a serotonina, um neurotransmissor relacionado ao humor.
A abóbora, por ser um fruto que se desenvolve muito junto ao solo, tem a capacidade de nos conectar com a energia da Mãe Terra, com o todo, com as nossas raízes.
Para muitas culturas a abóbora significa fertilidade, de uma forma geral, especialmente se sementes foram vistas.
Para muitas culturas a abóbora significa fertilidade, de uma forma geral, especialmente se sementes foram vistas.
Os sonhos com abóbora, portanto, podem ser até mesmo indícios de que uma gravidez se aproxima. Existem, porém, outras interpretações, que podem levar a compreensão da chega de sorte, fartura e felicidades, representando, assim, uma variação para o significado de sonhar com abóbora.
A cabaça da abóbora é comumente utilizada como ornamento, nesta perspectiva há vários símbolos que na crença oriental relacionam à cabaça da abóbora a algo inútil, enquanto as suas sementes são associadas á sabedoria.
Devido a imensa quantidade de sementes, a simbologia da abóbora também está relacionada à fecundidade e abundância.
Chama-se abóbora à aboboreira (uma planta que pertence ao grupo familiar das cucurbitáceas) e seu fruto (que é comestível e pode ter diferentes dimensões, formas e cores).
Normalmente, o conceito refere-se à fruta carnuda que pode ser consumida de várias maneiras.
Embora existam muitos tipos de abóbora de acordo com os diferentes gêneros das cucurbitáceas, pode-se dizer que as abóboras são grandes, têm casca dura e abrigam numerosas sementes ou pevides.
A simbologia da abóbora possui uma ambivalência de sentidos.
Se por um lado, está associada à distração e a estupidez, (o filósofo grego Sêneca em sua crítica ao autoritarismo do imperador, em sua obra prima, Apocolocyntosis divi Claudii ("Transformação em abóbora do divino Cláudio"), onde narra de forma crítica, como ele é recusado pelos deuses.
Por outro, esta associada à inteligência, a astúcia e ao caráter.
A abóbora é também considerada símbolo de regeneração e fonte de vida.
É muito comum, no Oriente, o consumo das sementes de abóbora em rituais de renovação espiritual durante o equinócio da primavera.
Não obstante este fato, ela aparece em alguns mitos de origem africana como um fruto cheio de riquezas que teria sido presenteado a um humilde adivinho, o transformando num homem afortunado, todavia, é no culto aos ancestrais brasileiros que a abóbora ganha destaque.
Segundo o professor Ufba, da José Geraldo Aquino, que vem desenvolvendo estudo na Bahia sobre as #Pancs devemos fazer uma ressalva.
As abóboras são americanas, houve sempre confusão de nomenclatura com outras cucurbitáceas e penso que o que era consumido lá nessa época seria a Lagenaria (cabaça ou como chamamos por aqui o fruto verde comestível, caxixe ou caco).
Na Espanha , por exemplo, ambos os grupos de cucurbitáceas, ainda recebem o mesmo nome: são todas “calabazas “.
Camarões na Moranga
Em texto do escritor Dias Lopes, tivemos a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre um dos pratos da culinária brasileira, Camarões na Moranga, segundo ele, o prato teria sido uma criação da cozinha caiçara, típica do litoral das regiões Sudeste e Sul do Brasil.
O chef Léo Filho, ao lado do cantor Frank Sinatra com os cozinheiros do La Cuisine du Soleil, no Maksoud, em 1981.
Leobino José de Souza Filho, baiano de Amargosa, que aprendeu a cozinhar aos 12 anos com a avó Corinta (nome da barraca na feira), já rodou o mundo para estudar e trabalhar nos mais finos hotéis e restaurantes.
"A receita foi aprimorada, ganhando ingredientes como o vinho branco, a manteiga, o creme de leite fresco e o requeijão Catupiry – uma unanimidade nacional.
Na década de 1990, o chef baiano Leo Filho, encantava estrangeiros hospedados no Hotel Maksoud Plaza de São Paulo com uma Moranga recheada de soberbos Camarões." diz López.
Contam que no Litoral de São Paulo, o prato surgiu na segunda metade da década de 1940, graças às morangas colhidas em terra do Presídio da Ilha Anchieta, que funcionou entre os anos de 1904 e 1955, no município paulista de Ubatuba, na área onde se encontra hoje uma área de proteção ambiental e se notabiliza pela presença da Mata Atlântica, das montanhas da Serra do Mar.
Os presidiários (eram 155) teriam convencido os diretores do Presídio da Ilha Anchieta a autorizarem o plantio de morangas, para aproveitamento terapêutico das sementes. Depois de torradas, elas combateriam as doenças enfrentadas pela população carcerária, sobretudo as verminoses.
Mitos
Desde o século 16, a abóbora gigante cresce nos jardins e campos da Europa, mas os europeus demoraram muito em comê-la.
Na França, era usado principalmente como forragem para o gado, e alitentação dos porcos, daí se considerar um alimento dos despossuídos, serviu de inspiração à Charles Perrault que o incorporou à sua versão da Cinderela fazendo com que se transformasse na carruagem da Cinderela.
E mesmo a mitologia moderna encontra inspiração nas abóboras em relação ao outro mundo.
Os extraterrestres que supostamente ficaram presos no deserto de Mohave, o “povo do barco galáctico”, são geralmente chamados de “cabeças de abóbora” por causa do formato de suas cabeças (que é, claro, também um termo para um idiota).
O Halloween já era celebrado na antiguidade no norte da Europa.
Os celtas a conheciam como a época do ano (Samain - quando a lua está cheia em novembro), quando os espíritos dos mortos deixam temporariamente seus lugares de descanso e vagam pelo campo.
Para receber suas bênçãos e proteger a família de possíveis fantasmas e travessuras, as pessoas colocavam um pouco de comida e acendiam uma luz, geralmente perto da porta principal de sua casa.
Os celtas escavaram um grande nabo e esculpiram um rosto nele, usando-o como lanterna. Na América, seus descendentes que imigraram para o Novo Mundo substituíram o nabo por uma abóbora, e o festival também se tornou mais secular.
Na esteira da americanização global, as abóboras também são usadas na Europa para as festividades de outono.
Como planta da “lua”, a abóbora se relaciona com os mortos.
A velha crença cristã européia era que as almas dos mortos vão primeiro à lua em seu caminho para planos espirituais mais elevados.
Os índios mexicanos também fazem oferendas de abóbora cozida aos mortos e colocam abóboras vazadas com dentes pontiagudos e rostos assustadores esculpidos nelas.
Na Eslováquia, era costume ferver água com alho e hastes de abóbora e, em seguida, lavar as cadeiras e a mesa em qualquer cômodo em que houvesse um morto ali deitado, em seguida, a sala também era borrifada, isso feito para que o fantasma não voltasse e assombrasse a sala.
À medida que a abóbora e vários outros vegetais de abóbora se tornaram conhecidos no Velho Mundo, cada região desenvolveu sua própria relação com essas plantas pitorescas.
Para os chineses, a abóbora tornou-se um símbolo da unidade primordial de yin / yang; para os africanos, tornou-se um símbolo do ovo mundial contendo as sementes de todos os seres humanos.
Como a abóbora está repleta de sementes, para os turcos ela simboliza o ovário feminino e protege do "mau-olhado"; No Cairo, abóboras são penduradas para proteger do mau-olhado.
Na foto abaixo, Efun comida cerimonial no Candomblé.
Na zona rural da África do Sul, a abóbora também se tornou parte do folclore e da tradição de cura.
Os zulus e outros povos do sul da África cozinham as flores amarelas com uma espécie de condimento que é comido com papa de milho. Sementes torradas são um tira gosto popular.
Os curandeiros de ervas, os xamãs dos zulus, chamados njangas , cozinham as folhas e as colocam no peito como compressas quentes para pneumonia; dão um chá feito de raízes para dores reumáticas e suas sementes moídas, servem para se livrar dos vermes.
Os camponeses da Europa transferiram uma magia simpática para a abóbora que se aplicava a outros grandes vegetais: as sementes devem ser plantadas no Pentecostes, quando os sinos da igreja tocam, para que “cresçam e sejam tão grandes quanto os sinos da igreja”, e as sementes devem ser transportadas em um grande balde ou cesta grande.
Em Breslau, eles pediam a uma mulher com o traseiro grande, que se sentasse sobre as sementes para que as abóboras crescessem tão grandes quanto seus quartos traseiros.
Outra simpatia é que deveria se contar uma grande mentira durante a semeadura, para que elas cresçam e sejam grandes.
Em Lausanne, Suíça, os fazendeiros levaram as sementes à igreja para serem abençoadas no Dia da Anunciação.
As abóboras devem então inchar como a barriga da virgem.
A tradição do country diz: “St. O Dia de Stanislaus (7 de maio) torna as abóboras grandes. ” Ou: “St. Urban (25 de maio) traz um grande turbante. ” “Se alguém semear as sementes antes do nascer do sol em St. Dia de Walpurga (30 de abril) ou 1º de maio - um festival diametralmente oposto ao festival de outono de Samain (Halloween) - então eles prosperarão tão rápido quanto as bruxas voam (são conhecidas por estarem voando durante a noite de Walpurgis, a noite de 30 de abril a 1 de maio).
Na Bretanha, são semeadas na Sexta-Feira Santa para “ressuscitar” em grande estilo.
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