O Afroempreendedorismo

O Brasil tem avançado, nas últimas décadas, na construção de um modelo de desenvolvimento econômico acompanhado pela redução de disparidades sociais históricas. 


Chef Dudu Ramos
Dos 40 milhões de brasileiros que ascenderam à classe média na última década, 32 milhões são negros. Na maioria microempresários que fazem crescer o número de empreendedores afro-brasileiros. 

Um estudo do Sebrae indica que diminuiu a distância entre a renda média dos empreendedores brancos e negros. Em 2001, a renda média do primeiro grupo era 141,3% maior que a do segundo. Já em 2011, a diferença passou a ser de 94,3%. Entre os negros, a iniciativa de buscar o empreendedorismo ainda é mais motivada por necessidade, do que a partir da identificação de uma oportunidade no mercado. Situações adversas no mercado, baseadas em discriminações, incentivam os negros a buscarem o empreendedorismo como alternativa profissional e financeira. O programa destaca casos de sucesso em Porto Alegre e na Região Metropolitana.
O empreendedorismo tem sido estratégico para estimular um processo simultâneo de inclusão e de ascensão social. Nesse contexto, as micro e pequenas empresas ocupam um papel de destaque e são uma alternativa cada vez mais atraente e democrática de crescimento profissional. Democrática porque abre oportunidades para grupos por vezes discriminados no mercado de trabalho, como os negros e as mulheres.

No empreendedorismo, como no mercado em geral, questões de raça e de gênero não devem ser critério de diferenciação de renda e de oportunidades, e sim um conjunto de competências, incluindo capacitação contínua para ter maiores chances de se sobressair em meio a um mercado de concorrência acirrada. O Sebrae tem como objetivo – desde sua criação, em 1972 – promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável das micro e pequenas empresas e fomentar o empreendedorismo. A qualificação dos empreendedores representa condição básica para aumentar a competitividade da empresa. 
Abrir e gerir uma empresa exige um conjunto de habilidades e conhecimentos e o Sebrae trabalha para capacitar o empreendedor e ajudá-lo a entender o mercado, o público que se deseja atingir, e planejar bem o negócio. Para atuar da maneira mais eficaz possível, o Sebrae produz uma série de estudos e pesquisas sobre indicadores das micro e pequenas empresas, incluindo o perfil do empreendedor brasileiro. Com esses estudos, constatamos que os pequenos negócios estão à frente de mudanças bem-vindas e necessárias na sociedade, oferecendo maiores oportunidades de ascensão profissional para todos os grupos da sociedade. Um exemplo foi um levantamento que divulgamos no segundo semestre de 2013, que apontou que quase a metade das micro e pequenas empresas brasileiras já são comandadas por empreendedores negros.

O estudo, realizado com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), revelou que a quantidade de empreendedores negros cresceu 29% entre 2001 e 2011. Entre os que se declaram brancos, o crescimento foi de 1% no mesmo período. A participação da raça negra aumentou de 43% para 49% no segmento das micro e pequenas empresas, aquelas que possuem faturamento de até R$ 3,6 milhões por ano. Estamos falando de mais de 11 milhões de empreendedores, cerca de 60% deles chefes de família.

O Sebrae vem investindo em ações de capacitação e desenvolvimento de atitudes empreendedoras na população negra. Por meio de uma parceria com o Instituto Adolpho Bauer e o Coletivo de Empresários e Empreendedores Negros de São Paulo, o Sebrae lançou, em agosto de 2013, o projeto Brasil Afroempreendedor para capacitar donos de pequenos negócios em 12 estados brasileiros. Essa experiência certamente proporcionará resultados muito importantes para melhorar a vida de muitas famílias e estimular a economia. Além dessa parceria voltada especificamente para os afroempreendedores, o Sebrae oferece cursos e palestras, consultorias e informações de gestão para quem já empreende ou para quem sonha em montar a sua empresa.

Além da pesquisa que revelou o aumento do número de
empreendedores negros no país, outra pesquisa recente,
feita pelo Sebrae em parceria com o Dieese, nos trouxe
boas notícias dos pequenos negócios sobre a questão de
gênero. Ela indica que os pequenos negócios estão à frente
de mudanças como a redução da diferença salarial entre
homens e mulheres – uma característica que, infelizmente,
persiste no mercado em geral. Nas médias e grandes companhias
brasileiras, os homens ganham 44% a mais do que
as mulheres. No entanto, a relação é menos desigual nos
pequenos negócios. Nas micro e pequenas empresas os homens ganham em média 24% mais que as mulheres.
Outro dado que demonstra a mudança é que, na última
década, essa desigualdade entre os gêneros caiu dois pontos
percentuais nas micro e pequenas empresas. Nas médias
e grandes, por sua vez, ela cresceu seis pontos percentuais.
Como o sexo feminino representa quase 40% dos trabalhadores com carteira assinada em micro e pequenas empresas, estamos falando de cerca de 6 milhões de mulheres que conquistaram renda e estão em situação menos desigual hoje do que há uma década. E com perspectiva de reduzir ainda mais essa diferença, a julgar pela tendência apresentada nos últimos anos.

O Odarah Bazar é um projeto que consiste no fomento e valorização do afroempreendedorismo com ênfase nos mercados da moda, arte, educação e gastronomia.


Reúnem marcas e empresas que trazem em sua essência o conceito de Negócio Ideológico, onde, para além de produtos e serviços, oferecem ao cliente o engajamento com a construção de uma verdadeira democracia racial, através de produtos que exaltam as africanidades e que, consequentemente, promovem discussões acerca de racismo e de combate ao mesmo.

Desse modo, o projeto trabalha na coletividade a máxima da “Venda Consciente, Compra Afirmativa!“, envolvendo o cliente na construção de conhecimento acerca do produto/serviço que está consumindo.

O Odarah Bazar acontece mensalmente, na Febarj – Federação dos Blocos Afro e Afoxés do Rio de Janeiro – localizado na Avenida Mem de Sá, número 37, Lapa, Centro, Rio de Janeiro, RJ. Das 11 às 19h, o público encontra produções inéditas e muito acolhimento.

Para saber mais, entre em contato através do odarahbazarempreendedores@gmail.com

Página do projeto: https://www.facebook.com/pages/Odarah-Bazar/394139777373389


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