Desafios na valorização de produtos alimentares tradicionais no Brasil

A grande qualidade de alguns produtos nacionais, que não deixam desejar a similares importados, já poderiam estar circulando em todo território, gerando lucro e inserindo
pessoas no mercado, sofrem dificuldades de chegarem a mesa do brasileiro por uma questão de certificação, as vezes por dificuldades normativas que devem ser facilitadas por parte dos órgãos de inspeção.

A burocracia ainda é grande para o pequeno produtor, levando a muitos destes se manterem na clandestinidade o que talvez seja muito pior, veja o que vem acontecendo como os Defumados do Recôncavo da Bahia, por exemplo,  claro que medidas para melhorar a qualidade higiênica do produto são bem vindas, mas como no caso do Queijo Canastra, uma boa dose de bom censo e apoio governamental, prova que com apoio extensivo e agencias de fomento, poderemos melhorar e muito a qualidade do nosso produto final.


O SIM
Serviço de Inspeção Municipal - SIM Controla a qualidade dos produtos de origem animal, como embutidos cárneos, queijo, ovos, mel e doces, monitorando e inspecionando a
sanidade do rebanho, o local e a higiene da industrialização, certificando com selo de garantia todos estes produtos. Ao mesmo tempo, incentiva as pequenas empresas e empreendedores a saírem da clandestinidade, transformando-os em empresários da área urbana e rural, oferecendo aos consumidores uberabenses alimentos com qualidade e segurança garantidas.

Conheci os sanjoanenses Isaias Valim e Chico Amaral (Chico Preto) no LEM Festival Gastronômico de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, onde levaram para o festival baiano uma receita especial feita a base de carne de cordeiro. Mas, o que mais chamou a atenção de Isaías Valim foi a organização dos produtores locais e o apoio que a Prefeitura oferece, principalmente através do SIM (Sistema de Inspeção Municipal).

Leia mais:Dilemas e desafios na valorização de produtos alimentares tradicionais no Brasil: um estudo a partir do Queijo do Serro, em Minas Gerais, e do Queijo Serrano, no Rio Grande do Sul.
Tese apresentada ao Programa de Pós Graduação
em Sistemas de Produção Agrícola Familiar da Universidade Federal de Pelotas como exigência para obtenção
de grau de Doutora em Agronomia.

Na cidade de Luís Eduardo Magalhães, o SIM foi implantado para facilitar a vida do produtor local e visando transformar o município em um polo produtor de alimentos. Além disso, o objetivo do prefeito de Luís Eduardo, Humberto Santa Cruz, é fortalecer as pequenas e médias empresas alimentícias para que elas possam vender em toda a região oeste do estado, cujo mercado consumidor chega a ter mais de 800 mil habitantes.

 O SIM é o certificado municipal que visa o controle da qualidade de produtos de origem animal, como embutidos de carnes, queijo, ovos, entre outros, inspecionando a sanidade animal, o local e a higiene da industrialização. “A partir do SIM é possível garantir ao consumidor final um produto de qualidade, evitando riscos à saúde dos cidadãos e possibilitando aos pequenos produtores que invistam em seus próprios empreendimentos”, diz o secretário de agricultura da cidade baiana, Carlos Alberto Koch.

Para André Durigon, proprietário do primeiro abatedouro de ovino da Bahia com certificação do SIM, este selo oferece vários benefícios para toda a população. “Ganha o poder público, o produtor e o consumidor final, que tem a oportunidade de adquirir um produto inspecionado, sabendo inclusive qual é a sua procedência”, observa. E é exatamente com esta realidade positiva que muitos produtores de São João da Boa Vista sonham.

Isaías Valim conta que uma das grandes dificuldades dos pequenos produtores de alimentos de origem animal e vegetal em São João da Boa Vista é sair da clandestinidade. Hoje, muitos deles poderiam estar comercializando seus produtos em feiras e até vendendo para estabelecimentos comerciais livremente dentro do município, mas não o fazem em razão do alto custo das licenças estadual e federal. 

E a criação do SIM, saída encontrada por diversas prefeituras do Brasil, pode mudar esta realidade em São João e contribuir para a formalização destes produtores e para um significativo aumento de renda. Luís Eduardo Magalhães, São José dos Campos, Uberaba, entre outros, são exemplos de municípios que implantaram e os benefícios foram imediatos.

Na região, municípios como Espírito Santo do Pinhal e Vargem Grande do Sul já possuem este serviço. Vargem implantou em 2009 e Pinhal em 2011.  

Em reportagem do O MUNICIPIO em 2014, o presidente do Sindicato Rural de São João, Palmiro Ferrante Jr, disse à reportagem que a criação de um serviço de inspeção municipal seria ótimo para a cidade, pois legalizaria muitas atividades.

Prefeitura
Questionada se pretende criar o SIM, a Prefeitura de São João da Boa Vista afirma que existem pedidos pelos produtores, porém está em estudo, pois depende de recursos financeiros e contratação de mão de obra especializada.

Comentários

Postagens mais visitadas