Belém vai abrigar Centro Global de Gastronomia e Biodiversidade na Amazônia

Via Ingrid Lopes
Nesta quinta-feira, 15, uma exposição no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, dentro do Complexo Feliz Lusitânia, marca o início da apresentação de um projeto que credencia o Pará a abrigar um Centro Global de Gastronomia e Biodiversidade na Amazônia. 
A exposição “O Feliz Lusitânia cresce: o encontro entre a memória, a gastronomia e a biodiversidade” poderá ser visitada até 15 de janeiro de 2016 e integra as ações em torno do aniversário dos 400 anos de Belém.
O Centro será implantado ao longo dos próximos dois anos no complexo Feliz Lusitânia, às margens da Baía do Guajará. A proposta foi formulada ao Governo do Pará e à Prefeitura de Belém por um conjunto de organizações da sociedade civil, lideradas pelo Instituto Paulo Martins, o Instituto Atá e o Centro de Empreendedorismo da Amazônia.
O projeto vai contemplar cinco unidades para divulgação, pesquisa e construção do saber gastronômico: escola de gastronomia, laboratório de alimentos, barco-cozinha, museu e restaurante. Entre os objetivos está o de colocar a capital como referência global da gastronomia e influenciar o cenário internacional com tendências que têm suas raízes na experiência e aprendizado amazônicos. “É hora de acabar com o extrativismo do ingrediente: a Amazônia tem de liderar no conhecimento e mostrar ao mundo que a diversidade pode ser transformada de obstáculo em oportunidade", acrescentou o gastrônomo e ambientalista Roberto Smeraldi, vice-presidente do instituto Atá, em nome do grupo dos promotores.
Com a implantação do Centro, a cidade será capaz de oferecer ao Brasil e ao mundo um ambiente onde estudantes, pesquisadores, profissionais e turistas possam realizar trabalhos sobre gastronomia e biodiversidade em diversas dimensões, como pesquisa, ensino, formação, fomento econômico, divulgação turística e cultural, articulação com comunidades rurais, etc. As pesquisas partiram do conceito de que “Gastronomia é Cultura” e Belém sintetiza o conhecimento tradicional indígena, caboclo, ribeirinho, com tradições enraizadas vinculadas ao alimento, seja no centenário comércio de seus mercados, em sua comida de rua ou em ocasião das festividades do Círio. E desde a década passada registra, socializa e aprofunda suas tradições por meio do festival Ver-o-Peso da Cozinha Paraense, realizado anualmente.
Sobre a exposição - A mostra Gastronomia é Cultura foi concebida em dois eixos expositivos. O primeiro intitulado “O Feliz Lusitânia cresce: o encontro entre a memória, a gastronomia e a biodiversidade” e o segundo “História e Patrimônio: gastronomia como elo entre natureza e cultura”. A interconexão entre os circuitos de visitação é permeada pela temática da gastronomia, como protagonista dos novos desafios de expansão do Projeto Feliz Lusitânia, realizado pelo Governo do Estado do Pará, na década de 1990.
Na primeira parte, o visitante será conduzido às memórias e história recente do Projeto Feliz Lusitânia, com ênfase na restauração das edificações do conjunto urbanístico em torno do Forte do Presépio e seus novos usos culturais e de lazer. A segunda parte faz uma síntese da abordagem histórica sobre o valor cultural do alimento e da biodiversidade da Amazônia brasileira, especialmente no Pará e em Belém. 
Ao longo da exposição, o Ver-o-Peso é revisitado, tanto pelo seu valor simbólico como patrimônio cultural imaterial da cidade, quanto pelas práticas de sociabilidade e por oferecer uma significativa amostra da biodiversidade amazônica que tem inspirado chefs renomados, como um laboratório experimental da gastronomia nacional e internacional. Na mostra, o cotidiano do mercado é apresentado em um vídeo que integra a cenografia composta por objetos da feira exibidos na mostra itinerante sobre o Ver-o-Peso, realizada pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do Pará (Iphan-PA/2011).  
Os elementos e a iluminação especial nos dois circuitos buscam conduzir o público à contemplação da paisagem dos rios amazônicos que circundam a orla do Museu do Forte, complementada pelo Jardim de Esculturas Feliz Lusitânia e pelo Píer da Casa das Onze Janelas, numa simbiose entre a arte contemporânea, a natureza e o patrimônio arquitetônico.
Serviço: Exposição “O Feliz Lusitânia cresce: o encontro entre a memória, a gastronomia e a biodiversidade”. Vernissage nesta quinta-feira (15), às 19h, no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, em Belém. A mostra poderá ser visitada de 16 de outubro de 2015 a 15 de janeiro de 2016, sempre de terça a sexta-feira, das 10h às 18h e aos sábados, domingos e feriados de 10h as 14h. Às terças a entrada é gratuita e nos outros dias R$ 4 (inteira), com meia entrada para estudantes. Idosos (a partir de 60 anos); crianças até sete anos e portadores de deficiência não pagam. O público agendado pelo Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIM/Secult) também não paga. Mais informações: 4009-8845.
Lidiane Sousa
Secretaria de Estado de Comunicação

Comentários

Postagens mais visitadas