No 6° episódio do #comidaaquiémato visitaremos um Santuário Ecológico em plena cidade do Salvador.
O Parque de São Bartolomeu, em Salvador tem importância significativa para abrigar nosso projeto, localizado no Subúrbio Ferroviário de Salvador entre os bairros de São João do Cabrito e Pirajá (são vários bairros de Plataforma a Águas Claras, passando por, Ilha Amarela, Alto da Terezinha, Rio Sena, Pirajá e Fazenda Coutos).
Símbolo de luta para o povo baiano, o Parque é considerado a única reserva da Mata Atlântica em área urbana do Brasil. Segundo Serpa (1998), os primeiros habitantes e usuários do Parque São Bartolomeu foram os índios Tupinambás, um dos povos pertencentes ao grupo Tupi – Guarani.
No episódio metropolitano da serie apresenta Mona e Alício dentro do Parque São Bartolomeu, situado na periferia de Salvador. Lá eles ampliam o conhecimento sobre a religiosidade da culinária baiana, através folhas sagradas. Eles também encontram moradores que cultivam quintais produtivos no entorno. Colhemos uma grande quantidade da Panc "invasor", Bredo, também conhecida como Caruru, que forma a base do prato principal desse episódio: o Amalá com Acaçá de Coco e Caruru de Folhas.
A comida é preparada na casa de Marlene, moradora do bairro de Acupe de Brotas. A casa fica situada num vale verde dentro da cidade, em um dos bairros mais populosos da capital. Conhecemos Seu Zé e Dona Preta, antigos moradores do vale e adeptos ao uso de plantas tradicionais em sua culinária caseira.
O Amalá é acompanhado por Creme e Bolas de Inhame, Molho
‘Bori-Bori’ e uma sobremesa de Abalá (Pamonha de Milho e Banana, com Doce de Melãozinho de São Caetano).
Também abrigou escravos fugitivos que neste local encontraram proteção e refúgio, organizando - se por volta de 1826 no chamado Quilombo do Urubu.
O Quilombo do Urubu foi combatido no século XIX, e compreende hoje a região do Parque São Bartolomeu e o bairro de Pirajá e teve uma importante personagem feminina conhecida como Negra Zeferina, líder do Quilombo onde abrigavam escravos fugidos.
As religiões afro-brasileiras são reconhecidas como religiões de matriz da natureza, pois para elas a natureza possui uma importância central.
Percorremos o parque e detectamos um sem número de Pancs, bem como a pratica de hortas por parte de moradores do entorno do parque.
Um lugar especial onde a presença viva da natureza, da profundidade imanente do culto aos Orixas, cachoeiras, matas virgens e a tranquilidade, comungam com a cidade.
Caruru de Folhas
A palavra Obé Ewê do Iorubá Nagô refere-se à "Ensopado de Folhas" ou "Caruru de Folhas" alguns autores afirmam que estes pratos fazem uma conexão entre as culturas Afro-Indígenas brasileiras.
Outra conexão possível entre estas culturas, é a própria palavra Caruru, que provém do Tupi, mas assimilado pela cultura Afro Brasileira.
A proposta é fazer um (Amalá de Xangô, com o Bredo) e o Inhame, e com o Milho Verde de Sr. Miguel o Abalá, espécie de pamonha, para ser degustado em Brotas.
Pensar na questão da preservação ambiental, sugestão de recipientes para expor a comida (Folhas de Fruta Pão, Cumbucas de Coco e Bambu Taquara)
Amalá de Bredo
Panc Principal: Bredo (Amarantus)
Proteína: (Rabo de Boi)
Pancs Secundárias, Aromáticas e Colorantes:
(Coentrão, Pimenta de Passarinho, Sementes de Abóbora, Gengibre, Capim Santo, Cana de Macaco, Milho e as Folhas (Embalar)
Guarnições e Decorações:
Creme e Bolas de Inhame
Molho Bori-Bori (Pimenta com Milho Verde)
Sobremesa com Panc:
Abalá (Pamonha de Milho e Banana, com Doce de Melãozinho de São Caetano)
Abalá é um nome comum a dois tipos de comidas rituais votivas, inerentes aos orixás obá, xango e Yewá, quando feita de massa de milho verde, ou da massa de carimã votiva ao orixá nanã. Este alimento ritual é muito apreciado pelo povo do santo e pela maioria dos nordestinos e chamado popularmente de pamonha de milho verde e pamonha de carimã.
Abalá de milho
O milho verde é ralado e à massa resultante é misturada ao leite de coco com parte do bagaço, sal e açúcar. Esta massa é colocada em "palha" da própria casca do milho, atados nas extremidades. As pamonhas são submetidas a cozimento submersas em água fervente por um período de 15 minutos.
Abalá de carimã
O aipim previamente descascado é submergido por um período de quatro dias para obter uma massa chamada de carimã, misturada ao leite de coco com parte do bagaço, sal e açúcar. Esta massa é colocada em "palha de aguedé" (bananeira), atados nas extremidades.
As pamonhas são submetidas a cozimento submersas em água fervente por um período de 25 minutos.
Bebida: Aluá de Capim Santo.
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