No 5° episódio do #comidaaquiémato, desvendamos os mistérios da "Rainha da Mesa Brasileira"

As Casas de Farinha são um patrimônio culinário brasileiro, fruto da expansão do cultivo da mandioca, considerada o "Alimento do século",  pela OMS, a "Rainha da Mesa" exibe toda sua sua grandeza!

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Brasil é hoje o quarto produtor do mundo, atrás somente da Nigéria, Tailândia e Indonésia. Eleita pela Organização das Nações Unidas, a ONU, como o alimento do século 21, ela é reverenciada por aqui há muito tempo e chegou a ser apelidada de “rainha do Brasil”. 


No 5° episódio do #comidaaquiémato, desvendamos os mistérios da "Rainha da Mesa Brasileira"
O episódio vai ao ar na próxima terça dia 11, às 20hs na #TVEBahia.

Visitamos a Casa de Farinha do Quilombo de Cordoaria, para conhecer as beijuzeiras e suas formas tradicionais de trabalho com a mandioca.
O Sr Dadu, Mestre Griô da comunidade (reconhecido por transmitir ensinamentos de geração em geração), apresenta sua roça e colhe plantas locais como língua de vaca, bobó (physalis) e feijão de corda preto para cozinhar na casa mágica do Mestre Luis, situada nas dunas da Aldeia Hippie.


Tanto é que o tubérculo tem vários nomes no país: aipim, candinga, castelinha, macamba, macaxeira, mandioca-brava, mandioca-doce, mandioca-mansa, maniva, maniveira, moogo, mucamba, pão-da-américa, pão-de-pobre, pau-de-farinha, pau-farinha, tapioca, uaipi e xagala.

Relatos históricos apontam que o hábito do consumo da farinha de mandioca tem origem com os povos indígenas. Com a chegada dos primeiros colonizadores, os visitantes logo de apossaram do alimento silvícola. Perceberam a importância alimentar naquela época e adaptaram aos costumes e a culinária dos brancos. 



A cultura da planta se expandiu rapidamente. com a expansão surgiam as casas de farinha. 
Os colonizadores adaptaram as tecnologias da época, a partir da produção de trigo.
Dos índios, os colonos aprenderam a cultivar a mandioca e produzir seus derivados. Além de consumida nos engenhos, a farinha era exportada para a África.

Trocada por escravos. Também servia como mantimento para as tripulações dos navios portugueses.
Documentos históricos mencionam que a farinha de mandioca era mais sadia e proveitosa que o trigo, o principal mantimento do Brasil e o beiju era um alimento bastante forte, mais agradável do que o pão para brancos (inclusive os soldados), índios e negros.
Nos anos de 1688, 1705 e 1782, reis de Portugal assinaram alvarás (determinações reais) obrigando os colonos a plantarem 500 covas de mandioca para cada escravo. Proibiram invasões de gado nos sítios e roças de mandioca, tal era a importância do produto para a população brasileira já nos primeiros séculos da colonização.Do ano de 1500, momento da chegada dos europeus, até os dias atuais, a população indígena diminuiu drasticamente, de três a cinco milhões de índios para, atualmente, segundo a FUNAI (Fundação Nacional do Índio), 358 mil índios.

Mesmo depois de os povos indígenas terem passado pelo processo de conquista e extermínio, eles nos deixaram diversas práticas culturais.A culinária brasileira herdou vários hábitos e costumes da cultura indígena, como a utilização da mandioca e seus derivados (farinha de mandioca, beiju, polvilho), o costume de se alimentar com peixes, carne socada no pilão de madeira (conhecida como paçoca) e pratos derivados da caça (como picadinho de jacaré e pato ao tucupi), além do costume de comer frutas (principalmente o cupuaçu, bacuri, graviola, caju, açaí e o buriti).







Além da influência indígena na culinária brasileira, herdamos também a crença nas práticas populares de cura derivadas das plantas. Por isso sempre se recorre ao pó de guaraná, ao boldo, ao óleo de copaíba, à catuaba, à semente de sucupira, entre outros, para curar alguma enfermidade.

O cultivo da mandioca (Manihot esculenta Crantz) tem uma estreita relação com a formação do Brasil, especialmente com a agricultura familiar de pequena escala. 

Esta espécie ainda é muito importante na subsistência de milhões de pequenos agricultores no país - especialmente nas regiões setentrionais - e desempenha um papel significativo na dieta da população das áreas rurais.
Apesar dessa importância histórica, o cultivo da mandioca por pequenos agricultores sofreu grandes transformações nos últimos dois séculos, inclusive um acentuado declínio, observado em algumas regiões de maior crescimento econômico, como aquela que abrange hoje o estado de São Paulo.

A farinha de mandioca está desaparecendo da nossa mesa.
Ao longo dos séculos, foi o item de consumo básico que sofreu a maior retração.
Segundo o IBGE, a Farinha deixou de ser consumida em 70% dos lares brasileiros.
Entre 2002 e 2017, 18 o consumo percapto anual foi de 7, 7 quilos para 5, 3 quilos.
Considerada pelo folclorista Câmara Cascudo, como a Rainha da mesa brasileira, vem deixando de ser consumida, bem como o Feijão, que teve uma queda de 50% no consumo nacional.Este artigo analisa o declínio e quase completo colapso do cultivo de mandioca na agricultura de pequena escala do estado de São Paulo, entre o século XVI e meados do XX, assim como os fatores socioeconômicos, culturais e ambientais que interagem desde o século XVIII para formar esse cenário.


A sua cultura envolve amplos espectros da vida comunitária, social e econômica de milhões de brasileiros.  

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas