O turismo gastronômico: cultura e sustentabilidade.

Não da pra negar que a alta do dólar e o maior acesso ao turismo no país tem contribuído não só para o reaquecimento do setor turístico interno, mas despertar um maior interesse por nossa gastronomia.

O Brasil representa uma fatia que ninguém quer perder, veja só:
O turismo interno para o setor de resorts no pais cresceu 25% em plena crise. 
Dados do Ministério do Turismo atestam, que em 2015 , sete em cada dez brasileiros escolhem o Brasil para viajar, mais de 6,4 milhões de turistas estrangeiros visitaram o Brasil em 2014, além de um plano estratégico para o setor de turismo.

A gastronomia é considerada, atualmente, um forte atrativo nos meios de hospedagem. Assim, alguns princípios como: a sustentabilidade, o respeito à diversidade cultural, a cozinha de qualidade na vida cotidiana devem ser rigorosamente observados. 
O turismo sustentável atende às necessidades das regiões receptoras, ao mesmo tempo em que protege e amplia as oportunidades para o futuro,  visto como um dos condutores do gerenciamento de todos os recursos, de tal forma que as necessidades econômicas, sociais e estéticas possam ser satisfeitas sem desprezar a manutenção da integridade cultural dos processos ecológicos essenciais, da diversidade biológica e dos sistemas que garantem a vida.

O fascínio que a gastronomia desperta é impressionante, aliada ao interesse crescente por descobertas de novos sabores e novas paragens pode ser uma grande alavanca para o nosso turismo. 
Talvez só os monumentos culturais despertam tanto interesse chegando a ser citada por 62% dos brasileiros viajando para a França. 
Foi-se o tempo que os encontros para saborear a gastronomia eram reservados os "gourmets", conhecedores que integravam nos seus roteiros restaurantes de grandes chefes estrelados ou cursos da Cordon Bleu no circuito internacional.

Hoje é possível ter acesso a universidades e cursos de alta qualidade sem sair de nosso pais.
Com o crescente interesse dado pelos viajantes aos prazeres da mesa, a culinária virou uma forma de descoberta de um destino turístico e os profissionais, operadoras, receptivos ou agentes de viagem, estão agora oferecendo experiências gastronômicas que, alem de refeições saborosas ou de degustações de vinhos, incluem compras com chefes nas feiras livres, encontros com produtores locais, visitas de hortas ou até de apiários, convites em casa de moradores ou ensino de pratos tradicionais. 
Festivais gastronômicos, se assomam pelo Brasil inteiro num claro movimento pela busca de informações sobre o tema, outro fator positivo foi despertado por seminários
temáticos onde os sabores locais podem ser debatidos, com o aval de antropólogos, historiadores, chefs e docentes da área.
Também o segmento do setor de turismo étnico e de base comunitária, vem abrindo frentes e mostrando novas formas de atrair publico.
Segundo pesquisa publicada no ano passado pela Adventure Travel Trade Association (ATTA) mostrou que a oferta de viagens com temática culinária está atraindo todos os atores do turismo, incluindo os especialistas de aventuras ou de descobertas. Assim 281 operadoras de 54 países responderam que 50% dos seus clientes querem atividades ligadas a gastronomia, e que os circuitos incluindo experiências culinárias são mais procurados, especialmente pelos viajantes de mais de 50 anos, porque ajudam a entender melhor o destino, seus moradores e sua cultura. 
Em 46% dos itinerários, o foco não é tanto as refeições mas as tradições culinárias do destino, mas atividades conexas como visitas de fazendas, encontros com produtores, cursos de cozinha tradicional, descoberta de vinhedos ou de cervejarias, degustações de bebidas regionais. 

A pesquisa da ATTA destacou também quais são as novas tendências que os profissionais estão percebendo junto aos viajantes e que terão que ser integradas nos itinerários. Destaca-se uma refeição junto com moradores – ou até cozinhar com eles, a fabricação de uma bebida personalizada, um curso sobre os aromas específicos do destino, a criação de uma receita inspirada da gastronomia local, uma iniciação a colheita de frutas ou cogumelos selvagens. 
A culinária vira até um portão de entrada para descoberta de outras temáticas como a pesca, a caça, a medicina tradicional, a biodiversidade e a sustentabilidade. 
Apesar da crise, ainda veremos muitas modificações positivas e é bom ficar atento no crescimento deste setor

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