Mudando os rumos da História-Comunidades Quilombolas
Frutos da resistência contra o sistema escravocrata no Brasil escravos se organizaram ao longo dos anos, formando verdadeiros redutos de resistência frente ao processo escravista e ao processo de exclusão imposta pelo regime e sociedade brasileira.
Espalhados por todo o território brasileiro, as comunidades quilombolas criaram estratégias de sobrevivência frente ao modelo fundiário concentrador e conservador, e luta principalmente para ter seus territórios reconhecidos e respeitados.
Mesmo o processo de aquilombamento ocorrendo em todo o território brasileiro, as comunidades que descendem destes, ficaram esquecidas por vários anos, ficando igualmente esquecidas suas lutas para manter seu rico patrimônio histórico e cultural.
As comunidades quilombolas mantêm, ainda hoje, práticas centenárias trazidas pelos seus ancestrais do continente africano.
Estas práticas, além de culturais, dizem respeito à religiosidade, política e formas de produção, envolvendo técnicas agrícolas, formas de manejo do solo, formas de plantio, se constituindo em uma íntima relação destas comunidades com o ambiente em que estão inseridas, a partir do desenvolvimento de técnicas conservacionistas e utilização racional dos recursos naturais, garantindo desta forma a manutenção da biodiversidade, para utilização das gerações futuras.
Leia mais: Inclusão Sócio Produtiva e Economia Solidaria: Chef baiano desenvolve trabalho de Empoderamento Feminino em Comunidades remanescente Quilombolas.
"As comunidades de remanescentes de quilombos, em muitos casos ainda não são conhecidas, divulgadas e valorizadas. Muitas delas ainda vivem as margens da sociedade brasileira que foi construída em cima dos trabalhos de seus ancestrais. (CÂNTIA; BOLONI, 2004)."
Mesmo que no imaginário popular é comum a associação dos quilombos a algo apenas ligado ao passado, e que teria desaparecido com o fim do regime da escravatura, estas comunidades quilombolas, existem em um grande número e se faz representada praticamente em todo o território brasileiro.
Recentemente a questão quilombola tem tido uma grande visibilidade, o que exige uma grande revisão nos modelos de gestão utilizados para a implementação de políticas públicas. A questão fundiária deve ser levada em consideração, pois a terra é de extrema importância para a continuidade do grupo enquanto condição exclusiva para a existência do mesmo.
O território não estaria restrito ao espaço geográfico, abarcando objetos, atitudes, relacionamentos, ou seja, tudo o que afetivamente lhe diz respeito.
"A questão fundiária incorpora outra dimensão, pois enquanto a terra é uma necessidade econômica e social, o território, enquanto espaço geográfico e cultural de uso coletivo é uma necessidade cultural e política, ligado ao seu direito de autodeterminação. A terra é uma necessidade econômica e social (SEPPIR, 2004)."
Estas comunidades detêm grandes conhecimentos tradicionais, e muitos destes foram trazidos do continente africano, enquanto outros foram descobertos por elas no Brasil ao longo dos anos, mediante vários experimentos.
As comunidades remanescentes de quilombo caracterizam em sua maioria pelo grande vínculo com o meio em que ocupa, observando grande grau de preservação da biodiversidade.
Estas comunidades sobrevivem da agricultura de subsistência, com uma agricultura baseada na mão-de-obra familiar, assegurando os produtos básicos para o consumo. Para completar a renda familiar, animais de pequeno porte são criados nestas comunidades, como, galinhas, porcos, patos e cabritos (VICENTE, 2004).
Para Nascimento (1980 apud Siqueira 2008), a memória dos afro-brasileiros não se inicia com o tráfico de escravos africanos para o Brasil, nem no início da escravidão dos africanos no século XV, pois os africanos já trouxeram consigo saberes a respeito das diversas áreas do conhecimento como culturas, religiões, línguas, artes, ciências, tecnologias, etc.
A presença quilombola é “estranha e ameaçadora pelo olhar oficial e ideológico que inventa e faz desaparecer o outro”.
O quilombola é uma presença marcante na história brasileira, mas ao mesmo tempo “inviabilizada pelo medo que essa sociedade não fosse a homogeneidade ocidentalizante sonhadora desde o século XIX“ (PASSOS, 2007, p. 35).
Estas comunidades ficaram a margem do processo de modernização durante mais de um século de república, fruto do processo de “negação do Brasil”, viveram ameaçadas e desrespeitadas em suas expressões culturais e sem acesso a titulação das suas terras.
As comunidades quilombolas lutam pela continuidade dos princípios que na dinâmica atual revivem valores sociais, culturais e políticos das civilizações africanas que em sua essência constituem a sociedade brasileira, assim como a cultura nacional (SIQUEIRA, 1995).
Vivendo diferentes situações de contato com a sociedade nacional, aos poucos vão despertando para a importância da sua cultura buscando espaço na sociedade que os manteve discriminados e isolados ao longo dos séculos.
Apesar das pressões das frentes de ocupação, procuram resgatar e resguardar antigas tradições.
Em várias comunidades quilombolas, festas e danças lembram os ritmos da África.
Um número muito grande de quilombos no Brasil vive em situações consideradas alarmantes e em muitos casos localizadas em lugares afastados e sem condições necessárias para desenvolver uma agricultura de maior qualidade até mesmo por falta de uma documentação que lhes concede o direito de conseguir financiamentos, empréstimos e subsídios para a sua produção, mesmo que estas ações são denunciadas e atestadas por organismos internacionais ligados a Organizações das Nações UnidasONU.
Isso tem de certa forma servido como pressão nos últimos anos, para que o governo brasileiro adotem medidas mínimas de atenção política a estas comunidades (PASSOS, 2007).
Espalhados por todo o território brasileiro, as comunidades quilombolas criaram estratégias de sobrevivência frente ao modelo fundiário concentrador e conservador, e luta principalmente para ter seus territórios reconhecidos e respeitados.
Mesmo o processo de aquilombamento ocorrendo em todo o território brasileiro, as comunidades que descendem destes, ficaram esquecidas por vários anos, ficando igualmente esquecidas suas lutas para manter seu rico patrimônio histórico e cultural.
As comunidades quilombolas mantêm, ainda hoje, práticas centenárias trazidas pelos seus ancestrais do continente africano.
Estas práticas, além de culturais, dizem respeito à religiosidade, política e formas de produção, envolvendo técnicas agrícolas, formas de manejo do solo, formas de plantio, se constituindo em uma íntima relação destas comunidades com o ambiente em que estão inseridas, a partir do desenvolvimento de técnicas conservacionistas e utilização racional dos recursos naturais, garantindo desta forma a manutenção da biodiversidade, para utilização das gerações futuras.
Leia mais: Inclusão Sócio Produtiva e Economia Solidaria: Chef baiano desenvolve trabalho de Empoderamento Feminino em Comunidades remanescente Quilombolas.
"As comunidades de remanescentes de quilombos, em muitos casos ainda não são conhecidas, divulgadas e valorizadas. Muitas delas ainda vivem as margens da sociedade brasileira que foi construída em cima dos trabalhos de seus ancestrais. (CÂNTIA; BOLONI, 2004)."
Mesmo que no imaginário popular é comum a associação dos quilombos a algo apenas ligado ao passado, e que teria desaparecido com o fim do regime da escravatura, estas comunidades quilombolas, existem em um grande número e se faz representada praticamente em todo o território brasileiro.
Recentemente a questão quilombola tem tido uma grande visibilidade, o que exige uma grande revisão nos modelos de gestão utilizados para a implementação de políticas públicas. A questão fundiária deve ser levada em consideração, pois a terra é de extrema importância para a continuidade do grupo enquanto condição exclusiva para a existência do mesmo.
O território não estaria restrito ao espaço geográfico, abarcando objetos, atitudes, relacionamentos, ou seja, tudo o que afetivamente lhe diz respeito.
"A questão fundiária incorpora outra dimensão, pois enquanto a terra é uma necessidade econômica e social, o território, enquanto espaço geográfico e cultural de uso coletivo é uma necessidade cultural e política, ligado ao seu direito de autodeterminação. A terra é uma necessidade econômica e social (SEPPIR, 2004)."
Estas comunidades detêm grandes conhecimentos tradicionais, e muitos destes foram trazidos do continente africano, enquanto outros foram descobertos por elas no Brasil ao longo dos anos, mediante vários experimentos.
As comunidades remanescentes de quilombo caracterizam em sua maioria pelo grande vínculo com o meio em que ocupa, observando grande grau de preservação da biodiversidade.
Estas comunidades sobrevivem da agricultura de subsistência, com uma agricultura baseada na mão-de-obra familiar, assegurando os produtos básicos para o consumo. Para completar a renda familiar, animais de pequeno porte são criados nestas comunidades, como, galinhas, porcos, patos e cabritos (VICENTE, 2004).
Para Nascimento (1980 apud Siqueira 2008), a memória dos afro-brasileiros não se inicia com o tráfico de escravos africanos para o Brasil, nem no início da escravidão dos africanos no século XV, pois os africanos já trouxeram consigo saberes a respeito das diversas áreas do conhecimento como culturas, religiões, línguas, artes, ciências, tecnologias, etc.
A presença quilombola é “estranha e ameaçadora pelo olhar oficial e ideológico que inventa e faz desaparecer o outro”.
O quilombola é uma presença marcante na história brasileira, mas ao mesmo tempo “inviabilizada pelo medo que essa sociedade não fosse a homogeneidade ocidentalizante sonhadora desde o século XIX“ (PASSOS, 2007, p. 35).
Estas comunidades ficaram a margem do processo de modernização durante mais de um século de república, fruto do processo de “negação do Brasil”, viveram ameaçadas e desrespeitadas em suas expressões culturais e sem acesso a titulação das suas terras.
As comunidades quilombolas lutam pela continuidade dos princípios que na dinâmica atual revivem valores sociais, culturais e políticos das civilizações africanas que em sua essência constituem a sociedade brasileira, assim como a cultura nacional (SIQUEIRA, 1995).
Vivendo diferentes situações de contato com a sociedade nacional, aos poucos vão despertando para a importância da sua cultura buscando espaço na sociedade que os manteve discriminados e isolados ao longo dos séculos.
Apesar das pressões das frentes de ocupação, procuram resgatar e resguardar antigas tradições.
Em várias comunidades quilombolas, festas e danças lembram os ritmos da África.
Um número muito grande de quilombos no Brasil vive em situações consideradas alarmantes e em muitos casos localizadas em lugares afastados e sem condições necessárias para desenvolver uma agricultura de maior qualidade até mesmo por falta de uma documentação que lhes concede o direito de conseguir financiamentos, empréstimos e subsídios para a sua produção, mesmo que estas ações são denunciadas e atestadas por organismos internacionais ligados a Organizações das Nações UnidasONU.
Isso tem de certa forma servido como pressão nos últimos anos, para que o governo brasileiro adotem medidas mínimas de atenção política a estas comunidades (PASSOS, 2007).
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