Ernst Götsch é um incansável. Agricultor de origem suíça, percorreu a América pesquisando e observando o funcionamento da Natureza, para depois iniciar no Brasil, em sua fazenda na zona cacaueira da Bahia suas áreas experimentais de Sistemas Agroflorestais (SAF) Sucessionais.

A mais de 30 anos, observando, pesquisando e inovando a forma de produção de alimentos de forma harmoniosa com a Natureza, Ernst Götsch é um incansável.

Agricultor de origem, percorreu a América pesquisando e observando o funcionamento da Natureza, para depois iniciar no Brasil, em sua fazenda na zona cacaueira da Bahia suas áreas experimentais de Sistemas Agroflorestais (SAF) Sucessionais. 
Numa terra considerada totalmente improdutiva ele transformou essa área numa das terras mais produtivas de toda a Mata Atlântica. Conseguiu reflorestar mais de 100 ha de áreas degradadas, criando florestas altamente produtivas, sem utilizar adubos químicos ou agrotóxicos, levando ao ressurgimento de 14 nascentes. 
Ernst Götsch tem uma visão pioneira da evolução e função das espécies, bem como dos princípios que regem os sistemas naturais. Seu conhecimento é aplicável em qualquer ecossistema e constitui uma referência internacional no desenvolvimento de Sistemas Agroflorestais. 
É um pioneiro no assunto e realiza cursos e consultorias no Brasil e no exterior formando muitos profissionais. Em tempos de mudanças climáticas, é possível acreditar que já exista um método capaz de promover a abundância dos recursos naturais? Segundo o agricultor suíço que vive no Brasil há 30 anos, Ernst Götsch, não se trata de acreditar, é possível provar a eficácia da agricultura sintrópica ou agrofloresta que consegue unir produção de alimentos e preservação do meio ambiente. 
“Esse planeta nos dá condições para criarmos recursos e não apenas explorá-los”, ensina Götsch em trecho do documentário que você confere aqui.
Neste chão tudo Dá, lançado em 2008 sobre o seu trabalho. 
O que é agrofloresta? As técnicas e princípios desenvolvidos por Götsch são inspirados na observação dos processos da natureza e na cooperação entre as espécies. 
O método ensina como plantar vários tipos de alimentos em uma área de floresta sem desmatá-la, ao contrário, caso não existam, é preciso fazer o plantio de árvores nativas, pois um recurso fundamental no manejo da agrofloresta é a poda - que deve ser feita constantemente. 
Além de fortalecer as plantas que estão em crescimento, é ela a responsável por oferecer matéria orgânica para o enriquecimento do solo e proteger a terra das intempéries do clima. 
Ernst Götsch e a zona cacaueira 
Quando chegou ao Brasil, em meados da década de 1980, o agricultor comprou uma fazenda no sul da Bahia com aproximadamente 500 hectares de terras consideradas improdutivas. 

Aos poucos, aplicando as técnicas de agrofloresta, Götsch conseguiu regenerar a flora da Mata Atlântica, atrair animais típicos da região e fazer ressurgir cerca de 15 nascentes. 
Isso tudo aliado à produção de cacau, banana e muitos outros alimentos. Atualmente, parte de sua propriedade é considerada área de reserva ambiental. 
Em suas andanças pelo país, Götsch vem ministrando cursos para agricultores, estudantes e interessados e, através dessa transmissão oral de conhecimento, outras experiências bem-sucedidas começam a dar frutos no Brasil. 
Agricultura familiar 
No município de Barra do Turvo, extremo Sul do Estado de São Paulo, famílias agricultoras conseguiram aumentar a renda com a prática da agrofloresta sem deixar de conservar cerca de 750 hectares de Mata Atlântica. 
A transformação começou há 20 anos quando duas famílias participaram de um curso com Ernt Götsch. 
Dois anos depois, já eram trinta famílias praticando a agrofloresta e comercializando suas produções. Até que em 2003, formalizou-se a cooperativa que recebeu o nome de Cooperafloresta e funciona até os dias atuais. 
De acordo com a página da cooperativa, antes da agrofloresta as famílias sobreviviam com uma renda que não ultrapassava 2 salários mínimos anuais, obtida por meio da produção de feijão que era cultivado em terras com acentuado processo de degradação e comercializado em mercados distantes sob altos custos. 
“Em 2009, mais de 75% das famílias associadas à Cooperafloresta ultrapassou 15 salários mínimos de renda anual acrescida de grandes melhorias na renda de autoconsumo que superou 4 salários mínimos anuais”, informa a cooperativa. 
Agenda Götsch: espalhando a agrofloresta 
Após o deslumbramento e inquietação do contato com Ernst Götsch, os jornalistas Dayana Andrade e Felipe Pasini decidiram criar o Agenda Götsch, projeto sem fins lucrativos que produz vídeos explicativos sobre a filosofia e as técnicas da agrofloresta. 

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