Gastrodiplomacia-A mesa temperando boas relações comerciais.

A estratégia, conhecida como “gastrodiplomacia”, popularizou-se em 2002, a partir de campanha de divulgação da gastronomia tailandesa. 


















Após o sucesso, países como Peru, Japão e Coreia do Sul adotaram a ideia para promover suas culinárias. 
Cada vez mais nações asiáticas, incluindo a Coreia do Sul, Tailândia e Taiwan, estão se voltando para as suas cozinhas nacionais como uma maneira de promover marcas do seu país no exterior, ganhando maior atenção e polimento sua imagem junto da comunidade internacional. 
Como o argumento de que as pessoas são mais propensas a se relacionar com outras culturas em volta da mesa, resultando em ganhos econômicos e políticos. 
De muitas maneiras, o esforço parece estar funcionando - a campanha do governo tailandês "Thai global", que ajudou com êxito aberto milhares de novos restaurantes de comida tailandesa em os EUA sozinhos, é visto como um modelo para outras nações agora a seguir estratégias semelhantes. 
À primeira-vista, Gastro-diplomacia faz uma ligação simplista entre o alimento e a compreensão cultural genuína. Afinal, a comida pode facilmente tornar-se um estereótipo (arroz na Ásia, tacos na América Latina), pois ele pode ser usado para aprofundar o conhecimento cultural. 
Nas visitas oficiais, o perfil do visitante também precisa ser considerado na definição do menu. 
A MESA E A DIPLOMACIA No livro “A Mesa e a Diplomacia Brasileira – O Pão e o Vinho da Concórdia” (Editora de Cultura), o escritor Carlos Cabral compara as regras da gastronomia diplomática a um tabuleiro de xadrez. “Cada peça tem seu valor e importância previamente definidos, e a vitória nesse confronto deve ser inteligente e elegante”, afirma. 
A avaliação reflete a preocupação e o cuidado não apenas em elaborar os pratos mas também com o tipo de serviço adotado. É praxe, por exemplo, questionar assessores de presidentes e ministros, de antemão, sobre eventuais alergias ou restrições alimentares. 
O perfil do convidado também deve ser analisado. Na sede do Itamaraty, o foco é o destaque à culinária nacional. 
Para Tânia Manzur, professora de negociações internacionais na UnB (Universidade de Brasília), o uso de elementos culturais é um “instrumento de aproximação” entre os países. Ao lado da literatura e do cinema, por exemplo, a gastronomia contribui para o chamado “soft power”. “Algumas estratégias podem ser mais eficientes e eficazes do que a própria ameaça ou coerção entre nações”, comenta a professora. 
A França, já reconhecida pela qualidade de sua gastronomia, investe na preocupação em exportar uma boa imagem do país a partir de sua culinária. 
Seu objetivo atualmente é, a partir do estômago dos visitantes do país, ampliar de 84 milhões para 100 milhões o número de turistas internacionais. Recentemente, houve a promoção, em parceria com o renomado chef Alain Ducasse, de uma campanha para servir um menu com ingredientes e pratos franceses em cerca de 150 países. “A diplomacia é a arte de dialogar. 
Quando a culinária é boa e os vinhos são bons, a língua se delicia e as pessoas se aproximam”, defende o embaixador da França Denis Pietton.

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