Empresa investe R$ 800 mil na criação de bandeja, pote e copo a partir da Fécula de Mandioca

Bandejas, potes e copos comestíveis, feitos com fécula de mandioca, são a aposta da empresa OKA Bioembalagens para faturar e reduzir o volume de lixo despejado no meio ambiente. A empresa foi criada em 2013, em Botucatu (238 km a noroeste de São Paulo), mas os donos dizem que somente no fim de 2015 é que ela conseguiu todas licenças necessárias e o registro de patente, tanto do processo como dos produtos. 

Para iniciar o negócio, eles investiram R$ 400 mil de capital próprio e R$ 400 mil que captaram com investidores. Segundo uma dos três sócios, a designer de produtos Erika Cezarini Cardoso, 46, ainda não é possível falar em faturamento e lucro, porque ainda estavam realizando "projetos piloto". 
A OKA também produz outros tipos de embalagem com mandioca e outras fibras naturais (cana, bambu e arroz) e que podem ser transformadas em compostagem ou em ração para animais. Produção em escala Desde o fim do ano passado, a empresa vem participando de feiras da área de alimentação orgânica e de meio ambiente para expor os produtos. Segundo Cardoso, a Oka Bioembalagens já produziu peças comestíveis para um restaurante de comida orgânica. 

"Vamos começar a produzir peças para uma empresa paulista de alimentos orgânicos in natura, como vegetais e ovos. Será a nossa primeira produção em grande escala." Para a empresária, a produção em escala é fundamental para baratear o preço final do produto. Hoje, a peça mais barata é a bandeja (comestível ou não), que mede 11,5 cm x 16,5 cm. Ela sai por R$ 0,50. A mais cara é um pote triangular: R$ 2. "Se a produção for grande, é possível reduzir o custo dos produtos. Não consigo dar uma estimativa porque são muitas variáveis. 
Depende do molde, da peça, da produção, mas certamente o preço é menor." Forte tendência De acordo com Néia França, consultora do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), a criação de produtos com foco na sustentabilidade e, principalmente, na redução de lixo atende a uma tendência de mercado. 

"O mundo está se afogando em lixo, e as pessoas estão cada vez mais preocupadas com o meio ambiente. Comprar uma embalagem comestível ou que pode ter um outro destino que não seja um lixão, é muito positivo" Mas investimento em inovação e design pode encarecer o negócio. 
"É preciso dominar os processos produtivos e trabalhar com bastante escala para oferecer um preço atraente." O registro de patente pode dificultar. "Antes de pensar em atuar com qualquer inovação é preciso pesquisar se ela já não está sendo desenvolvida."

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