Golosa, o fruto da Amazônia com sabor de conservação

Com seu sabor exótico e as múltiplas possibilidades de aplicação da sua polpa na indústria alimentícia e na alta gastronomia, a golosa é parte importante dos planos da Associação de Mulheres de alçar vôos mais altos com uma atividade que ajuda a proteger a floresta. “Na associação trabalhamos com 13 sabores de polpas de frutas. A golosa é nosso 14º sabor e com ele esperamos crescer ainda mais”, afirma


Além disso, também foi identificada em outras áreas, como o Amapá e o Amazonas, segundo informações do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Desde que o açaí ganhou o mundo, a Amazônia começou a despertar o interesse como berço de frutíferas nativas de grande potencial comercial. No município de São Félix do Xingu, na região sudoeste do estado do Pará, a nova aposta é a “golosa”, Chrysophyllum sanguinolentum, uma fruta que vem conquistando os paladares com seu sabor exótico, doce e ácido.

A espécie é encontrada ao longo do rio Fresco, em São Félix do Xingu, e também já foi identificada no Amapá e Amazonas, segundo o Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Nas comunidades ao longo do rio Fresco, a golosa é produto de consumo tradicional, incorporada à alimentação diária das famílias e muito apreciada. Daí, inclusive, viria o nome da fruta que, de tão gostosa, desperta a gula de quem consome.


Golosa(Chrysophyllum sanguinolentum), uma fruta que vem conquistando os paladares com seu sabor exótico, doce e ácido.

Para além de seu potencial de mercado, a fruta também possui outras qualidades ligadas às práticas agroecológicas. O pé de golosa é uma árvore que pode chegar a 30 metros de altura, sendo uma essência nativa da Amazônia, o que a torna uma ótima candidata para utilização na recomposição de passivo ambiental, enriquecimento de sítios e pomares, enriquecimento de matas ciliares, recuperação de áreas de proteção permanentes em rios e córregos e - onde tem sido mais utilizada até o momento pelas comunidades de São Félix do Xingu - consorciada com a cultura do cacau em Sistemas Agroflorestais (SAFs).

Vencendo o desafio da escala de produção

Um dos grandes desafios a ser vencido hoje para que a golosa seja considerada apta a entrar no mercado nacional é a localização dos chamados “golosais” nativos. Cerca de 90% da produção está localizada na margem dos rios da região, o que faz com que a oferta durante a safra seja muito influenciada por condições climáticas e ambientais.


Na época da colheita os agricultores competem, por exemplo, com animais silvestre que consomem a fruta assim que caem do pé, antes de serem recolhidas pelas famílias. Cheias dos rios durante a safra, como a que ocorreu no ano passado em São Félix do Xingu, também impactam sobre a produção porque boa parte dos frutos caem na água e são levados pela correnteza.


Junto com o trabalho para garantir o plantio da espécie em sistemas agroflorestais e quintais agroecológicos, a equipe técnica da Emater, em São Félix do Xingu, também vem trabalhando com a seleção de mudas com maior capacidade de produção, como explica o chefe do escritório, Mário Gomes da Silva.


“Árvores adultas nativas podem produzir mais de 600 quilos de polpa por ano. Ainda não temos plantios comerciais adultos, mas os plantios jovens já vem apresentando produção entre 50 e 100 quilos de polpa anuais”, afirma Mário Silva.


Um novo sabor da Amazônia 


“Não tenho nenhuma dúvida sobre o potencial de mercado da golosa”, afirma o secretário municipal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de São Félix do Xingu, Marlos Peterle. Ele conta que, na primeira década dos anos 2000, degustações da fruta faziam sucesso no Frutal Amazônia, uma feira de produtos Amazônicos realizada anualmente pelo governo do Pará, na cidade de Belém, capital do estado. 


O secretário estima que a produção de golosa no município varia entre 10 mil e 15 mil quilos de frutos por ano e acrescenta que a maior parte é consumida pela própria população do município. “Com a polpa é possível fazer sucos, picolés, sorvetes, doces, musses. As possibilidades são muitas”, diz. 


Fonte @Imaflora


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