Salvemos o Pirá Tamanduá -(Conorhynchos conirostris)

Este peixe é um símbolo do Rio São Francisco, o Pirá-Tamanduá, está em vias de extinção. com apenas uma espécie, já que o pirá não se parece com nenhuma outra espécie no mundo.



















O Pirá Tamanduá, destaca-se por possuir coloração azulada e focinho que lembra o do tamanduá; sem dentes no palato e na mandíbula. Encontra-se ameaçado de extinção em diversas regiões (à montante da barragem de Três Marias e à jusante da barragem de Sobradinho). 
Pode alcançar mais de 1 m de comprimento e 13 kg. É peixe migrador, de desova total. Uma fêmea pode produzir, em cada desova, de 0,5 a 1 milhão de ovos. Embora este peixe esteja classificado na mesma família do bagre, muitos estudiosos acreditam que ele deveria estar em outra, sobretudo por suas características peculiares. 
Conhecido também como pirá, esta espécie é mesmo muito singular, a começar pelos barbilhões sensitivos curtos que traz sob a boca (quase forma uma espécie de barbicha). 
O pirá-tamanduá tem ainda uma coloração azul-brilhante e um focinho comprido e cônico (que lembra o do tamanduá, daí o seu nome popular). Além disso, não tem dentes no palato e na mandíbula e pode atingir um metro de comprimento e 13 quilos de peso. 
Como é endêmico do São Francisco, o pirá-tamanduá terminou por se tornar o símbolo deste rio. 
É tão específico desta região do Brasil que ganhou até uma citação no Anexo I da Instrução Normativa no 5, do Ibama, que tornou sua captura e comercialização proibidas (em função da ameaça de desaparecer do mapa). Apesar disso, em razão da excelência de sua carne branca e sem espinhos, é muito procurado pela pesca comercial e de subsistência. Aprimorar o conhecimento sobre espécies ameaçadas de extinção e mitigar atividades de impacto para promover a conservação e a recuperação da fauna aquática da bacia do rio São Francisco. 
Esses são os principais objetivos do Plano de Ação Nacional para Conservação das Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna Aquática da Bacia do São Francisco (PAN São Francisco). 
A iniciativa é coordenado pela Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e conta com apoio de diversos parceiros, entre eles a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). 
 As ações estão programadas para um prazo de cinco anos a partir da publicação da Portaria nº 34, de maio de 2015, que aprovou o plano. O PAN São Francisco abrange oito espécies de peixes ameaçados de extinção, entre elas o pirá, peixe-símbolo do São Francisco, e estabelece estratégias para proteção de outras seis espécies em risco e/ou quase ameaçadas. De acordo com Cláudio Fabi, do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais (CEPTA), do ICMBio, entre as atividades já realizadas estão a ampliação do conhecimento do estado de conservação dessas espécies e da localização dos estoques, bem como o mapeamento das principais ações para recuperação do rio. Segundo ele, o trabalho envolve toda a bacia hidrográfica, mas, sobretudo, as regiões do Alto e Médio São Francisco. 
A Codevasf obteve, no ano passado, autorização do ICMBio para realizar atividades com finalidade científica, como captura, reprodução, larvicultura, alevinagem, peixamento e monitoramento ictiológico de espécies nativas da bacia. 
“A portaria publicada pelo ICMBio passou a impedir o trabalho com espécies nativas de peixes do São Francisco que estão em processo de extinção. 
Então, a Codevasf buscou a direção do órgão para que sua equipe técnica pudesse ser habilitada a trabalhar com essas espécies. Assim, surgiu uma nova parceria: além de nos credenciarem, houve um interesse do próprio ICMBio, por meio do CEPTA, de nos convidar a participar do PAN São Francisco”, explica o diretor da Área de Revitalização de Bacias Hidrográficas da Codevasf, Eduardo Motta.

O diretor destaca a importância desse trabalho para a conservação das espécies: “Isso é muito importante para a Codevasf porque trabalhamos com esse enfoque ambiental e também comercial desde 1979. 
Diante da nossa experiência, conhecimento e expertise, não poderíamos deixar de trabalhar com essas espécies estratégicas para recuperação dos recursos pesqueiros e da ictiofauna nativa, principalmente, porque estamos levantando a bandeira internacional da preservação do pirá, peixe-símbolo do São Francisco”. Monitoria Na última semana, foi realizada no Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura da Codevasf, em Três Marias (MG), a primeira oficina de monitoria para verificar o andamento das ações do PAN São Francisco. 
Participaram da reunião os analistas indicados pela Codevasf para compor a equipe técnica do PAN São Francisco: o biólogo Yoshimi Sato, do próprio Centro de Três Marias, como titular, e o analista da Unidade de Recursos Pesqueiros e Aquicultura da Codevasf Sede, Hermano Luiz, como suplente. Segundo Cláudio Fabi, do CEPTA-ICMBio, além de fazer uma avaliação das atividades realizadas, o evento também foi uma oportunidade de apresentar o Plano à sociedade civil. 
“Os pescadores ficaram um pouco receosos em relação ao PAN São Francisco, pois, quando sai uma portaria contendo espécies ameaçadas de extinção, automaticamente fica proibida a coleta, e isso interfere diretamente na vida deles. Na apresentação, pudemos esclarecer que os fatos que culminaram no processo de extinção estão relacionados à contenção de barragens, poluição dos rios, supressão de vegetação; a pesca não é a causa principal. O nosso intuito foi buscar uma parceria para que eles nos ajudem, afinal, o nosso interesse, e o deles também, é que o rio tenha peixe”, esclareceu. 
Fonte: Portal Brasil, com informações da Codevasf 

Nome Científico: Conorhynchos conirostris Família: Pimelodidae Ordem: Siluriformes 
Distribuição: Rio São Francisco, no Brasil. 
Alimentação: Peixes, moluscos e outros invertebrados. Reprodução: Peixe migrador, faz desova total. 
Ela ocorre na época das cheias. A fêmea pode produzir milhões de ovos. 
Conservação: Espécie protegida por lei.

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