Hoje é Dia Nacional do Bumba Meu Boi e o Arroz de Cuxá

Os principais festejos do Bumba meu Boi são os do Maranhão e do Amazonas. 
No Amazonas, a festa é realizada na cidade de Parintins, onde a culinária típica é feita a base de peixe e farinha de mandioca. 
Alguns dos peixes mais apreciados são o tambaqui e o jaraqui, que podem ser servidos assados, ensopados ou fritos. 
No Maranhão, as comidas típicas são vendidas em barracas de palha enfeitadas com miniaturas de bois. 























"Cuxá" é um termo oriundo da junção dos termos tupis ku ("o que conserva") e xai ("azedo") "o que conserva azedo" 

Não é de hoje que ouvimos falar sobre a conservação através da acidulação dos alimentos, e a cultura indígena tem na mandioca fermentada, "à Puba"ou "Carimã", um desses exemplos mais claros.
Em relato do viajante alemão Hans Staden, que dedicou um dos capítulos da sua obra para esclarecer seus leitores de que forma se dava a confecção da bebida feita com a rais fermentada da mandioca, o "Cauim", onde descreve os processos de fervura, mastigação e consequente salivação, executado unicamente pelas mulheres da tribo. Ao visualizar o produto final de todo esse processo artesanal, Staden ainda emite sua opinião a respeito da bebida, “É densa e deve ser nutritiva.”  
Staden também registrou a forma como os nativos preparavam as terras que receberiam as plantações. Segundo o alemão queimava-se o mato, deixando em seguida o solo em repouso por um breve período. Feito isso, plantavam-se as mudas do tubérculo, que depois de colhido poderia ser utilizado ralado ou torrado. também tomam as raízes frescas e as deitam n'água, até apodrecerem, que é quando então as retiram, e põe-nas ao fumeiro, onde secam. 
A essas raízes secas chamam keinrima e conservam-se por muito tempo, e quando precisam delas, secam-nas em um pilão de madeira onde ficam alvas como a farinha de trigo. 
Disto fazem eles bolinhos a que chamam byyw.

O Cuxá é feito com vinagreira, gengibre, camarão seco, farinha de mandioca seca - base da alimentação do índio - e pimenta-de-cheiro, ingredientes encontrados com fartura na região. 
Além do seu caráter regional, o preparo do cuxá utiliza o recurso do pilão, utensílio típico da cozinha brasileira, para socar o alimento. 
Costuma acompanhar o arroz de cuxá, que é um arroz cozido em água e sal.
Resultado de várias influências culturais, o cuxá é um prato que reflete hábitos das culinárias portuguesa, indígena e africana, junto com o toque árabe do arroz - de origem asiática mas muito difundido pelos árabes - e do gergelim torrado. Famoso, foi citado no livro "História da Alimentação no Brasil", de Câmara Cascudo, pelo pesquisador Jacques Raimundo, que "afirma ser a palavra 'cuxá' originária da Guiné superior". É descrito com detalhes no "Dicionário de vocábulos brasileiros", do Visconde Beaurepaire Rohan (1889), e ganhou versos do poeta maranhense Artur de Azevedo: ... Eu tenho muitas saudades / Da minha terra querida... / Onde atravessei a vida / O melhor tempo foi lá. / Choro os folguedos da infância / E os sonhos da adolescência; / Mas... choro com mais frequência / O meu arroz de cuxá.


A Azedinha ou vinagreira, são as estrelas do Arroz de Cuxá   


A Vinagreira é uma planta medicinal também considerada uma PANC (Planta Alimentícia Não Convencional) também conhecida como Agrião-de-guiné, Azedinha, Cururu-da-guiné, Graxa-de-estudante, Groselheira, Hibisco ou Papoula, muito utilizada para tratar a febre e espasmos. Extremamente nutritiva e é rica em Vitamina C e Ferro,ótima para quem está com anemia.... E ainda atua regulando o
colesterol, a pressão arterial e fortalecendo a saúde do fígado. 

O seu nome científico é Hibiscus sabdariffa e pode ser comprada em lojas de produtos naturais, farmácias de manipulação e algumas feiras livres. 
O Bumba Meu Boi é uma das festas folclóricas mais tradicionais do Brasil. 
Nessa encenação, semelhante a um auto, misturam-se danças, músicas, teatro e circo. 
Em cada parte do país, o boi tem um nome diferente: Boi-Bumbá, no Amazonas e no Pará; Bumba-meu-boi, no Maranhão; Boi Calemba, no Rio Grande do Norte; Cavalo-Marinho, na Paraíba; Bumba de reis ou Reis de boi, no Espírito Santo; Boi Pintadinho, no Rio de Janeiro; Boi de mamão, em Santa Catarina e boizinho no Rio Grande do Sul. Pesquisadores acreditam que o festejo teve origem no nordeste no século XVII, durante o Ciclo do Gado, quando o boi tinha grande importância simbólica e econômica. 

Na época, o animal era criado por colonizadores que faziam uso de mão de obra escrava. A lenda na qual se baseia o Bumba-meu-boi reflete bem essa organização social e econômica. Ela conta a história de um casal de escravos, Pai Francisco e Mãe Catirina. Grávida, Catirina começa a ter desejos por língua de boi. Para atender suas vontades, seu marido tem de matar o boi mais bonito de seu senhor. Percebendo a morte do animal, o dono da fazenda convoca curandeiros e pajés para ressuscitá-lo. Quando o boi volta à vida, toda a comunidade celebra. O festejo do Bumba-meu-boi surgiu nesse contexto de fazendas de criação de gado e reuniu influências africanas, como o boi geroa, trazidas pela população escrava e europeia, como a tourada espanhola, festas portuguesas e francesas. O boi de Parintins traz também forte influência indígena.

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