A nossa famosa Rapadura ou Raspadura, tem muita historia para contar.
Famosa entre os nordestinos, a rapadura é para muitos a sobremesa preferida depois do almoço.
O que muita gente não sabe, é que essa iguaria não foi criada no Brasil. A rapadura surgiu nas Ilhas Canárias, em um arquipélago espanhol, no século XVl.
Logo depois, no século XVll, foi exportada para as Américas. Criada a partir da raspagem das camadas de açúcar(crosta) que ficavam presas às paredes dos tachos utilizados para fabricação de açúcar, onde era aquecida e colocada em formas semelhante às de tijolos. Uma solução prática de transporte de alimento em pequena quantidade para uso individual, que resistia durante meses às mudanças atmosféricas.
A rapadura chegou ao Brasil em 1532 e servia de alimento para os escravos por possuir muitos nutrientes.
Nesta época, ainda não era fabricada para fins comerciais. Logo depois, se deu início à produção da rapadura nos primeiros engenhos de cana-de-açúcar, que eram pequenos e muito simples, com moendas de madeira movidas a água ou por cavalos e bois.
Os primeiros engenhos foram criados no Brasil para atender à demanda europeia. Eram os locais destinados à fabricação de açúcar, propriamente a moenda, a casa das caldeiras e a casa de purgar. Todo o conjunto, chamado engenho banguê (ü), passou com o tempo a ser assim denominado, incluindo as plantações, a casa de engenho ou moita (a fábrica), a casa-grande (casa do proprietário), a senzala (lugar onde ficavam os escravos) e tudo quanto pertencia à propriedade.
Foi em 1518 que ocorreu a primeira instalação de um engenho no Brasil, época onde havia sido registrada a entrada de açúcar brasileiro na alfândega de Lisboa. Contudo, muitos consideram que a verdadeira indústria do açúcar foi implantada no Brasil a partir de 1530, com a vinda de Martim Afonso de Sousa. Em 1570, já havia 60 engenhos no Brasil.
A necessidade de mão de obra levou os donos dos engenhos a tentar, sem sucesso, escravizar os indígenas. Então, optaram por trazer escravos da África. Décadas depois, a cachaça, um destilado dos subprodutos da produção do açúcar, melaço e espumas fermentados, serviu de troca no comércio de escravos.
Os senhores de engenho dominaram a economia e a política brasileira por séculos, desde a época colonial, passando pelo império e chegando à república, embora, ao longo dessas épocas, tenham tido fases de declínios e reerguimentos. Os primitivos engenhos implantados no início do século XVI geraram, no século vinte, o setor sucroalcooleiro, que, no início do século XXI, se posicionou em segundo lugar na matriz energética brasileira. Até meados do século XX, os engenhos eram a principal indústria sucroalcooleira, esteio da economia do Brasil e, em especial, de Pernambuco, Piauí, Paraíba, Rio de Janeiro, Alagoas, Sergipe, Ceará e São Paulo. Com a evolução da agroindústria e o aparecimento das usinas de açúcar e de álcool, os engenhos, obsoletos, foram sendo desativados gradativamente.
ALIMENTO CULTURAL
Segundo Câmara Cascudo, a rapadura foi o doce das crianças pobres, dos homens simples, regalo para escravos, cangaceiros, vaqueiros e soldados.
A rapadura ainda hoje está presente na mesa do sertanejo.
É o adoçante do café, do leite, da coalhada. É consumida com farinha, mungunzá, carne de sol, paçoca, cuscuz, milho cozido.
Não há casa sertaneja sem farinha e rapadura.
Os curandeiros também a usavam como adoçante do leite de cabra para os "fracos-do-peito", bebido de manhã cedo; misturado com mastruz esmagado e azeite quente, para curar úlceras e frieiras, além de considerá-la fortificante.
O consumo da rapadura manteve-se no Nordeste, mesmo tendo que enfrentar a concorrência do açúcar e de outros adoçantes, principalmente nas regiões semi-áridas, porém é um mercado hoje em declínio.
Nas cidades de grande porte da região a rapadura é comercializada, principalmente, nas feiras livres e em menor escala em grandes cadeias de supermercados. São Paulo tornou-se também um consumidor que merece destaque, devido aos migrantes nordestinos. A rapadura vem sendo introduzida, ultimamente, na merenda escolar de vários municípios, e nas cestas básicas distribuídas às famílias pobres pelo Governo. O consumo da rapadura no Brasil é de 1kg por habitante/ano.
O maior consumidor mundial é a Colômbia, com a marca de 25kg por habitante/ano, além de ser também primeiro país produtor de rapadura na América e o segundo do mundo depois da Índia.
O que muita gente não sabe, é que essa iguaria não foi criada no Brasil. A rapadura surgiu nas Ilhas Canárias, em um arquipélago espanhol, no século XVl.
Logo depois, no século XVll, foi exportada para as Américas. Criada a partir da raspagem das camadas de açúcar(crosta) que ficavam presas às paredes dos tachos utilizados para fabricação de açúcar, onde era aquecida e colocada em formas semelhante às de tijolos. Uma solução prática de transporte de alimento em pequena quantidade para uso individual, que resistia durante meses às mudanças atmosféricas.
A rapadura chegou ao Brasil em 1532 e servia de alimento para os escravos por possuir muitos nutrientes.
Nesta época, ainda não era fabricada para fins comerciais. Logo depois, se deu início à produção da rapadura nos primeiros engenhos de cana-de-açúcar, que eram pequenos e muito simples, com moendas de madeira movidas a água ou por cavalos e bois.
Os primeiros engenhos foram criados no Brasil para atender à demanda europeia. Eram os locais destinados à fabricação de açúcar, propriamente a moenda, a casa das caldeiras e a casa de purgar. Todo o conjunto, chamado engenho banguê (ü), passou com o tempo a ser assim denominado, incluindo as plantações, a casa de engenho ou moita (a fábrica), a casa-grande (casa do proprietário), a senzala (lugar onde ficavam os escravos) e tudo quanto pertencia à propriedade.
Foi em 1518 que ocorreu a primeira instalação de um engenho no Brasil, época onde havia sido registrada a entrada de açúcar brasileiro na alfândega de Lisboa. Contudo, muitos consideram que a verdadeira indústria do açúcar foi implantada no Brasil a partir de 1530, com a vinda de Martim Afonso de Sousa. Em 1570, já havia 60 engenhos no Brasil.
A necessidade de mão de obra levou os donos dos engenhos a tentar, sem sucesso, escravizar os indígenas. Então, optaram por trazer escravos da África. Décadas depois, a cachaça, um destilado dos subprodutos da produção do açúcar, melaço e espumas fermentados, serviu de troca no comércio de escravos.
Os senhores de engenho dominaram a economia e a política brasileira por séculos, desde a época colonial, passando pelo império e chegando à república, embora, ao longo dessas épocas, tenham tido fases de declínios e reerguimentos. Os primitivos engenhos implantados no início do século XVI geraram, no século vinte, o setor sucroalcooleiro, que, no início do século XXI, se posicionou em segundo lugar na matriz energética brasileira. Até meados do século XX, os engenhos eram a principal indústria sucroalcooleira, esteio da economia do Brasil e, em especial, de Pernambuco, Piauí, Paraíba, Rio de Janeiro, Alagoas, Sergipe, Ceará e São Paulo. Com a evolução da agroindústria e o aparecimento das usinas de açúcar e de álcool, os engenhos, obsoletos, foram sendo desativados gradativamente.
ALIMENTO CULTURAL
Segundo Câmara Cascudo, a rapadura foi o doce das crianças pobres, dos homens simples, regalo para escravos, cangaceiros, vaqueiros e soldados.
A rapadura ainda hoje está presente na mesa do sertanejo.
É o adoçante do café, do leite, da coalhada. É consumida com farinha, mungunzá, carne de sol, paçoca, cuscuz, milho cozido.
Não há casa sertaneja sem farinha e rapadura.
Os curandeiros também a usavam como adoçante do leite de cabra para os "fracos-do-peito", bebido de manhã cedo; misturado com mastruz esmagado e azeite quente, para curar úlceras e frieiras, além de considerá-la fortificante.
O consumo da rapadura manteve-se no Nordeste, mesmo tendo que enfrentar a concorrência do açúcar e de outros adoçantes, principalmente nas regiões semi-áridas, porém é um mercado hoje em declínio.
Nas cidades de grande porte da região a rapadura é comercializada, principalmente, nas feiras livres e em menor escala em grandes cadeias de supermercados. São Paulo tornou-se também um consumidor que merece destaque, devido aos migrantes nordestinos. A rapadura vem sendo introduzida, ultimamente, na merenda escolar de vários municípios, e nas cestas básicas distribuídas às famílias pobres pelo Governo. O consumo da rapadura no Brasil é de 1kg por habitante/ano.
O maior consumidor mundial é a Colômbia, com a marca de 25kg por habitante/ano, além de ser também primeiro país produtor de rapadura na América e o segundo do mundo depois da Índia.
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