Pequeno Dicionario da Cozinha Baiana
Verbete-T [Território] Largo da Mariquita “Mairaquiquiig”
Os povos indígenas estão inseridos no cotidiano do baiano, sua presença fundadora reflete a importância étnica desta matriz nas terras da Bahia.
O bairro do Rio Vermelho, desde cedo demonstrou o seu carates cosmopolita, primeiro forasteiro a aportar nas praias da Bahia, o português Diogo Álvares, salvou sua pele dos tupinambás, através de Paraguaçu, tida como muito corajosa, livrando-o de emboscadas, construiu igrejas e viveu o suficiente para casar seus filhos com personagens da corte, gerando importantes famílias baianas.
Caramuru, como ficou conhecido Diogo Álvares Corrêa, constituiu-se no Descobridor do Rio Vermelho.”
Mas foi também neste bairro, outrora balneário turístico, hoje bairro boêmio e conhecido em todo o mundo, que se criou fama e abrigou durante muitos anos um dos mais tradicionais tabuleiros de acarajé da cidade, Dinha do Acarajé.
A ‘Rainha do Acarajé’ em muito contribuiu para a valorização da classe das quituteiras de rua, Dinha não foi apenas um símbolo de sucesso como excelente preparadora de acarajés e abarás, ela constituiu-se numa figura de proa na divulgação do ofício das baianas.
Foi ainda a partir de Dinha que se abriu a porta para o longo processo que culminaria no reconhecimento oficial do valor, da tradição e do principal produto das baianas, o acarajé.
Os povos indígenas estão inseridos no cotidiano do baiano, sua presença fundadora reflete a importância étnica desta matriz nas terras da Bahia.
O bairro do Rio Vermelho, desde cedo demonstrou o seu carates cosmopolita, primeiro forasteiro a aportar nas praias da Bahia, o português Diogo Álvares, salvou sua pele dos tupinambás, através de Paraguaçu, tida como muito corajosa, livrando-o de emboscadas, construiu igrejas e viveu o suficiente para casar seus filhos com personagens da corte, gerando importantes famílias baianas.
Caramuru, como ficou conhecido Diogo Álvares Corrêa, constituiu-se no Descobridor do Rio Vermelho.”
Mas foi também neste bairro, outrora balneário turístico, hoje bairro boêmio e conhecido em todo o mundo, que se criou fama e abrigou durante muitos anos um dos mais tradicionais tabuleiros de acarajé da cidade, Dinha do Acarajé.
A ‘Rainha do Acarajé’ em muito contribuiu para a valorização da classe das quituteiras de rua, Dinha não foi apenas um símbolo de sucesso como excelente preparadora de acarajés e abarás, ela constituiu-se numa figura de proa na divulgação do ofício das baianas.
Foi ainda a partir de Dinha que se abriu a porta para o longo processo que culminaria no reconhecimento oficial do valor, da tradição e do principal produto das baianas, o acarajé.
De volta á "Mairaquiquiuiig" ou a praia da Mariquita, Paraguaçu uma índia Tupinambá, filha do morubixaba Taparica, casou-se com o português Diogo Álvares Correia, conhecido como Caramuru – homem de fogo (ferozes guerreiros canibais que, em luta com os índios Caetés,
expulsaram-nos para o interior do sertão) ao dar um tiro de arcabuz para o alto, estes, espantados, acharam que seu prisioneiro possuía poderes mágicos. Com isso, ele conquistou o respeito e a veneração dos índios, que o apelidaram de “Caramuru”, que significa, em tupi, homem do Trovão. .
Conta a lenda que Diogo enveredou-se no mar e, entre 1510/1511, naufragou, nas costas brasileiras, nas imediações da praia do Rio Vermelho – terras do baixio do norte da Barra, em Salvador –, local que os índios Tupinambás denominaram de em “Mairaquiquiig” depois aportuguesado para Maraquita em 1510, que significa lugar que dá peixe miúdo, o que ali havia em abundância.
Como era de costume de alguns povos, ia ser devorado, e salvou-se graças a índia Paraguaçu, que intercedeu a seu favor.
Embora ela estivesse prometida para o índio Gupeva, conseguiu unir-se a Caramuru e quando já tinham alguns filhos viajaram para a Europa.
Chegaram em Saint Malo em julho de 1528, a convite do amigo Jacques Cartier, ela foi batizada na Catedral de Saint-Malo, em 30/07/1528 e passou a chamar-se Catarina Álvares Paraguaçu, Catarina do Brasil, em homenagem à madrinha Catherine dês Granches, lá cassaram-se permanecendo na França por três anos, Segundo a certidão do batismo, realizado em junho de 1528, em Saint-Malo, na França, controvérsias a parte segundo certidão de batismo, realizado em Junho de 1528, seu nome verdadeiro seria "Guaibimpará" e, não, "Paraguaçu" (nome que significa "mar grande"), como escreve o Frei José de Santa Rita Durão em seu poema Caramuru.
Em outra versão do escritor, jornalista e pesquisador Eduardo Dórea no livro História de Salvador nos "Nomes das Ruas", ‘mairaquiquiig’, em Tupi, significa soçobro dos franceses, numa referencia clara ao naufrágio dos franceses”
Caramuru faleceu na Bahia, em 05/10/1555, e o corpo está sepultado no Mosteiro de Jesus, atual Catedral Brasílica. Catarina Paraguaçu faleceu em 1586 e está enterrada na Igreja da Graça, a qual ela mandou construir em 1555 e foi doada aos Beneditinos.
“De acordo com historiadores baianos, dentre eles Pedro Calmon e Cid Teixeira, foi no bairro do Rio Vermelho que tudo aconteceu, tendo como palco a Pedra da Concha, uma ilha rochosa situada na enseada da Mariquita.
Dinha do Acarajé
Lindinalva de Assis, a Dinha do Acarajé, nasceu em Salvador, no dia 20 de maio de 1951 e faleceu no dia 16 de maio de 2008, quatro dias antes de completar 57 anos.
Em 1961, com apenas dez anos, a menina que nasceu na Maternidade Nita Costa, no Rio Vermelho, substituiu a avó Ubaldina no mais antigo tabuleiro de acarajé do bairro, em atividade no Largo de Santana desde janeiro de 1944.
Foi deste largo que Dinha se projetou nos cenários regional, nacional e internacional.
Graças a sua fama e prestígio, irradiados a partir do tabuleiro no Largo de Santana, as baianas de acarajé foram deixando de ser meras vendedoras ambulantes, ou vistas apenas como exóticas figurantes nas fotos dos turistas. Elas foram se afirmando como símbolos fortes de um importante segmento da cultura baiana.
Por causa da ‘Pelé das Baianas’, a profissão ganhou maior visibilidade e respeito. Muitas baianas saíram do anonimato das esquinas para ficarem conhecidas por seus nomes, que se transformaram em marcas famosas na cidade. O povo soteropolitano e os turistas passaram também a consumir mais abarás e acarajés, ensejando o aparecimento de novas baianas, inclusive brancas, o que era muitíssimo raro antes do fenômeno Dinha. E até homens, os ‘baianos’, apareceram com tabuleiros de acarajé.
Seu destaque a transformou numa verdadeira embaixadora itinerante, pois participou de dezenas de eventos no país e no exterior. Num deles, em julho de 1997, a convite da empresa Sharp, esteve no principado de Mônaco, onde passou dez dias trabalhando em uma promoção sobre o Brasil.
No ‘village brasileiro’, que foi montado na área do porto, em La Condamine, Dinha teve a grata surpresa de receber a visita da família real monegasca.
Em nível nacional o reconhecimento foi registrado no “Livro dos Saberes”, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), órgão vinculado ao Ministério da Cultura. Em solenidade pública, realizada no dia 15 de agosto de 2005, a baiana de acarajé passou à condição de Patrimônio Cultural e Imaterial do Brasil.
Fontes:
Uma história da Cidade da Bahia, de Antônio Risério, 2ª ed. 2004; Wikipédia; www.historia-bahia.com.br
Rio Vermelho, o Montparnasse Baiano
Ubaldo Marques Porto Filho
expulsaram-nos para o interior do sertão) ao dar um tiro de arcabuz para o alto, estes, espantados, acharam que seu prisioneiro possuía poderes mágicos. Com isso, ele conquistou o respeito e a veneração dos índios, que o apelidaram de “Caramuru”, que significa, em tupi, homem do Trovão. .
Conta a lenda que Diogo enveredou-se no mar e, entre 1510/1511, naufragou, nas costas brasileiras, nas imediações da praia do Rio Vermelho – terras do baixio do norte da Barra, em Salvador –, local que os índios Tupinambás denominaram de em “Mairaquiquiig” depois aportuguesado para Maraquita em 1510, que significa lugar que dá peixe miúdo, o que ali havia em abundância.
Como era de costume de alguns povos, ia ser devorado, e salvou-se graças a índia Paraguaçu, que intercedeu a seu favor.
Embora ela estivesse prometida para o índio Gupeva, conseguiu unir-se a Caramuru e quando já tinham alguns filhos viajaram para a Europa.
Chegaram em Saint Malo em julho de 1528, a convite do amigo Jacques Cartier, ela foi batizada na Catedral de Saint-Malo, em 30/07/1528 e passou a chamar-se Catarina Álvares Paraguaçu, Catarina do Brasil, em homenagem à madrinha Catherine dês Granches, lá cassaram-se permanecendo na França por três anos, Segundo a certidão do batismo, realizado em junho de 1528, em Saint-Malo, na França, controvérsias a parte segundo certidão de batismo, realizado em Junho de 1528, seu nome verdadeiro seria "Guaibimpará" e, não, "Paraguaçu" (nome que significa "mar grande"), como escreve o Frei José de Santa Rita Durão em seu poema Caramuru.
Em outra versão do escritor, jornalista e pesquisador Eduardo Dórea no livro História de Salvador nos "Nomes das Ruas", ‘mairaquiquiig’, em Tupi, significa soçobro dos franceses, numa referencia clara ao naufrágio dos franceses”
Caramuru faleceu na Bahia, em 05/10/1555, e o corpo está sepultado no Mosteiro de Jesus, atual Catedral Brasílica. Catarina Paraguaçu faleceu em 1586 e está enterrada na Igreja da Graça, a qual ela mandou construir em 1555 e foi doada aos Beneditinos.
Dinha do Acarajé
Lindinalva de Assis, a Dinha do Acarajé, nasceu em Salvador, no dia 20 de maio de 1951 e faleceu no dia 16 de maio de 2008, quatro dias antes de completar 57 anos.
Em 1961, com apenas dez anos, a menina que nasceu na Maternidade Nita Costa, no Rio Vermelho, substituiu a avó Ubaldina no mais antigo tabuleiro de acarajé do bairro, em atividade no Largo de Santana desde janeiro de 1944.
Foi deste largo que Dinha se projetou nos cenários regional, nacional e internacional.
Graças a sua fama e prestígio, irradiados a partir do tabuleiro no Largo de Santana, as baianas de acarajé foram deixando de ser meras vendedoras ambulantes, ou vistas apenas como exóticas figurantes nas fotos dos turistas. Elas foram se afirmando como símbolos fortes de um importante segmento da cultura baiana.
Por causa da ‘Pelé das Baianas’, a profissão ganhou maior visibilidade e respeito. Muitas baianas saíram do anonimato das esquinas para ficarem conhecidas por seus nomes, que se transformaram em marcas famosas na cidade. O povo soteropolitano e os turistas passaram também a consumir mais abarás e acarajés, ensejando o aparecimento de novas baianas, inclusive brancas, o que era muitíssimo raro antes do fenômeno Dinha. E até homens, os ‘baianos’, apareceram com tabuleiros de acarajé.
Seu destaque a transformou numa verdadeira embaixadora itinerante, pois participou de dezenas de eventos no país e no exterior. Num deles, em julho de 1997, a convite da empresa Sharp, esteve no principado de Mônaco, onde passou dez dias trabalhando em uma promoção sobre o Brasil.
No ‘village brasileiro’, que foi montado na área do porto, em La Condamine, Dinha teve a grata surpresa de receber a visita da família real monegasca.
Em nível nacional o reconhecimento foi registrado no “Livro dos Saberes”, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), órgão vinculado ao Ministério da Cultura. Em solenidade pública, realizada no dia 15 de agosto de 2005, a baiana de acarajé passou à condição de Patrimônio Cultural e Imaterial do Brasil.
Fontes:
Uma história da Cidade da Bahia, de Antônio Risério, 2ª ed. 2004; Wikipédia; www.historia-bahia.com.br
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