Tradição na produçao de Ostras e Mariscos em Cairu-Ilha de Tinharé

A comunidade quilombolas de Galeão, município de Cairu, Vila pacata cravada no coração do manguezal, de onde ao longe se impõe a igreja mais antiga de Tinharé.
Ainda é possível encontrar nessa vila marcas muito fortes da colonização portuguesa como o casarão "Quatro Estações" que foi construído no século XIX.
Uma terra de gente alegre e acolhedora, quem visitar não pode deixar de saborear as guloseimas da Santinha e conhecer a venda do seu Cute, pescador e comerciante que na sua venda reúne figuras pitorescas do galeão.
Na região existem grupos produtivos de maricultura familiar e solidária, que necessitam fortalecer sua organização produtiva, disseminando informações, conhecimentos técnicos, culturais e
associativos relacionados aos processos de gestão, tecnologia, produção e comercialização de ostras cultivadas para consumo in natura no Baixo Sul Baiano, característica da região que historicamente tem na pesca e é formada por comunidades negras.
O que se pode perceber no Galeão e em outras 18 Comunidades Negras Rurais; dentre elas 15 foram
georeferenciadas, que foram contempladas com a certificação, como integrantes das comunidades contempladas com o Projeto Beiradeiras da Maré, como um trabalho produtivo de alternativa
de geração de renda conciliado com a preservação ambiental da área.
Produção de Ostras e Mariscos em Cairu
Ostras produzidas em Cairu passarão por processo de purificação.
Em abril os produtores de ostras de Cairu (a 140 km de Salvador) foram contemplados s produtores de mais um instrumento para aumentar suas rendas e melhorar a qualidade dos seus produtos: uma depuradora de moluscos.
O equipamento será entregue pela Bahia Pesca (empresa vinculada à Seagri) e beneficiará mais de 40 famílias produtoras da região. A depuradora purifica as ostras e elimina possíveis bactérias que possam estar presentes no animal. “A ferramenta tem capacidade de processar 100 dúzias de ostras a cada 48h e, além dos benefícios higiênicos-sanitários, também agrega valor aos produtos”, explica o gerente de projetos da Bahia Pesca, José Sanches Junior.

Os ostreicultores, pescadores e as marisqueiras da cidade participarão também de uma agenda de atividades que envolve palestras sobre pesca predatória e sobre a importância do cadastramento no CadCidadão, sistema que permite o monitoramento das condições sócio econômicas dos pescadores. A inscrição no CadCidadão é pré-requisito para que os pescadores tenham acesso aos benefícios oferecidos pelo programas estaduais de distribuição de renda, a exemplo do Vida Melhor.

Além disso, os técnicos da Bahia Pesca visitarão as comunidades de Tapuias, Canavieira e Torrinhas para avaliar a atual situação da ostreicultura na região e formular ações para otimizar os processos produtivos dos ostreicultores. “Analisaremos também a possibilidade de diversificar as formas de geração de renda destes profissionais, por meio da implantação de viveiros escavados em Torrinhas”, explica o presidente da empresa.
A ostreicultura é uma atividade de grande potencial no entorno da Baía de Todos os Santos, que começa a ser explorado de forma mais racional. Ele explica que além desse trabalho em Iguape, a Bahia Pesca desenvolve outros projetos, como o de cultivo de algas e a criação de Beijupirá em cativeiro. “Em Iguape já se colhe os primeiros resultados, mas em outras áreas o trabalho se desenvolve bem com boas perspectivas”, diz.

“Somos as guerreiras do manguezal!”

Em meio à lama e vegetação típica dos manguezais, as marisqueiras Juscilene Viana Jovelino, 29, Selma Silva Santos, 28, e Iraíldes de Assis, 58 anos, são as responsáveis pela depuração das ostras que são trazidas das “mesas” instaladas nas águas dos manguezais da Baía do Iguape.

Inseridas, juntamente com outras mulheres, no projeto de cultivo de ostras desenvolvido pela Bahia Pesca, elas admitem que o trabalho é cansativo, por causa do sol e do tempo em que permanecem retirando as ostras incrustadas nas pedras, para depois separá-las e vendê-las na região. “Somos verdadeiras guerreiras do manguezal”, afirma Juscilene.

Festa de São Benedito em Cairu.
O município de Cairu, no Baixo Sul da Bahia, celebra dia 8 de Dezembro, o Reisado de São Benedito, em louvor ao padroeiro da cidade. A Festa é uma tradição do Brasil Império, rica em sincretismo religioso, em que gente simples vira rei, com vestimentas ricamente adornadas com miçangas e lantejoulas. Os negros relembram, através da dança, os seus antepassados, simulando o combate entre mouros e cristãos.
A fim de conservar a tradição centenária, a prefeitura preparou uma programação especial que começa com uma missa solene em louvor ao santo na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário. A celebração atrai moradores e turistas em agradecimento aos feitos do santo protetor. Além da programação religiosa, a festa conta com apresentação de diversos grupos folclóricos da região, animando as ruas e praças da cidade.
Após a missa solene, os grupos Reinado, Chegança, Congos, Barquinha, Marujada e Dendoca desfilarão por Cairu mostrando todo o seu colorido e musicalidade, seguidos pela Filarmônica do Centro Popular Cairuense, com 100 anos de história na região. A Fanfarra de Cairu, grupos de capoeira e puxada de rede Samba Nossa Senhora da Penha, de Gamboa, o Samba Quilombola, de Galeão, o Zambiapunga, de Boipeba, e o Boi Malhado, de São Sebastião também estarão presentes na festa. O ponto alto da programação é a tradicional descida da bandeira de São Benedito, que ocorre na praça central da cidade, em frente ao centenário Convento de Santo Antônio.

São Benedito
O santo protetor dos negros e escravos e padroeiro dos cozinheiros, conhecido mundialmente, tem uma história de vida repleta de valores humanos admirados por devotos e adoradores. A simplicidade, humildade, amor a Deus e ao próximo são algumas das características que tornaram São Benedito uma referência religiosa, inicialmente em Portugal pelos negros.
O dia 26 de Dezembro foi escolhido para celebrar o culto a São Benedito, tornando-se uma tradição que vem do Brasil Império. Em Cairu a celebração acontece sempre no segundo domingo de janeiro, em virtude das celebrações da Festa dos Santos Reis.

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