Pequeno Dicionário de Cozinha Baiana

Verbete-E Embalagens

As formas com que cada cultura encontra para embalar seus produtos pode ser um fator determinante de como ela se relaciona com questões como sustentabilidade, produção de dejetos, poluição e descartes. Outro fator diz respeito à riqueza de como estas embalagens foram ao longo dos tempos se mantendo e aperfeiçoando, em formas, dobraduras e como elas interferem positivamente no cotidiano das pessoas, simplificando tornando mais harmonioso e orgânico o ato de comer.

Na Foto: Sr. Milton vendedor de Amendoim torrado aromatizado com
Alecrim, Orégano e Pimenta.


"Sustentabilidade também pode ser definida como a capacidade do ser humano interagir com o mundo, preservando o meio ambiente para não comprometer os recursos naturais das gerações futuras. É um conceito que gerou dois programas nacionais no Brasil. O Conceito de Sustentabilidade é complexo, pois atende a um conjunto de variáveis interdependentes, mas podemos dizer que deve ter a capacidade de integrar as Questões Sociais, Energéticas, Econômicas e Ambientais."

Num mundo que embalagens competem com o produto final, gerando uma infinidade absurda de lixo cotidiano, entre eles plástico, isopor, papelão recoberto,  matéria-prima que provem do petróleo, e é formado por uma complexa mistura de compostos, altamente poluentes.  Estas embalagens são uma prova viva que uma cultura pode se manter ativa numa em épocas de super especialização e pouco charme.
Selecionei alguns exemplos de embalagens alimentares algumas ainda encontradas em bairros populares, nas ruas e praças da Bahia.
Cucurucho-
Este formato cônico, vindo de terras portuguesas, serve de involucro até hoje para embalar castanhas assadas em cidades lusas. Na Bahia, podemos encontrar servidos nestes invólucros amendoins e castanhas torradas, paçocas, e a “fufuca”, ou seja,farinha de tapioca torrada com coco, uma delicia que já ficou na memoria afetiva.

Folha de Bananeira ou Milho-
Acaçás, Abaras, Bolo e Moquecas de Folha, Beijus Molhados, Pamonhas, poderia citar um sem numero de iguarias
vendidas e servidas em folhas, além de higiênicas são biodegradáveis e respeitam o meio ambiente. Normalmente em engenhosas e artísticas formas e dobraduras estas embalagens demonstram a riqueza e sabedoria na utilização de material disponível na natureza.

Papel Ao Maço ou Manteiga-
Até os anos 80, em muitas cidades brasileiras muitos alimentos eram vendidos “a granel”, nas Padarias: manteiga, fiambres, queijos inclusive em algumas o próprio pão, nos Mercados e Feiras: Frangos, Carnes das mais variadas, na mão do Baleiros ambulantes: Alferes, Cocadas e Balas de
Gengibre etc.
Na Europa, em algumas capitais, ainda hoje é possível ainda encontrar esta forma de embalar, além do descarte ser muito mais simples, pois se tratam de papel, geram muito menos material descartável.
Item fundamental de utilização das baianas de acarajé, o “Papel ao Maço” tem grande serventia nas vendas de iguarias dos tabuleiros, Acarajés, Cocadas, Passarinha e as Punhetas(Bolinho de Tapioca) para o serviço direto ou no caso da pimenta para levar dobrados em pequenos pacotinhos em formatos de pastel
Palitos de Bambu-
Normalmente usados para apresentar os Roletes de Cana, eles também serviam para sustentar a Maça do Amor, Picolés, os palitos de bambu até hoje nos países asiáticos, é uma forma inteligente e sustentável de servir alimentos de rua.

Na foto: Sr. Milton vendedor de Amendoim torrado aromatizado com Alecrim, Orégano e pimenta.

Quase 270 mil toneladas de plástico poluem os oceanos, diz estudo.
Os autores estimam que existem pelo menos 5,25 trilhões de partículas de plástico nas águas do planeta, atingindo até mesmo as regiões mais remotas
Poluição por microplásticos (fibras e fragmentos de plástico) é encontrada em concentrações variadas nos oceanos, mas dados da quantidade global desse material são escassos.
Para estimar o total de plástico flutuando nas águas e seu peso, cientistas de seis países contribuíram com dados de 24 expedições que ocorreram de 2007 a 2013, abrangendo os cinco giros subtropicais (grandes sistemas de correntes marinhas rotativas no oceano), a costa da Austrália, o Mar Mediterrâneo e o Golfo de Bengala.
Os dados incluem informações de microplásticos coletados com uso de redes e pedaços maiores contabilizados visualmente, que foram utilizados para calibrar os modelos de distribuição de plástico nos oceanos.

Resultados - 
Com base nos dados e no modelo, os autores do estudo calculam que existem pelo menos 5,25 trilhões de partículas de plástico, pesando cerca de 269.000 toneladas, nos oceanos. Plásticos maiores são abundantes das regiões
costeiras, enquanto os pedaços menores estão presentes nas regiões mais remotas, como os giros subpolares. Isso sugere que os giros atuam transformando os pedaços de plástico em partículas menores e ejetando-as pelas águas, fazendo com que atinjam as regiões mais distantes.
"Nossa descoberta mostra que o lixo presente nos giros substropicais não é o destino final do plástico. O microplástico interage com ecossistemas de todo o oceano", afirma Marcus Eriksen, diretor de pesquisa do Instituto Five Gyres.
Porque o Isopor é tao prejudicial ao meio Ambiente?
Há uma estimativa de que apenas nos Estados Unidos 25 bilhões de copos de café de isopor são jogados no lixo em um ano – para efeito de comparação, 100 bilhões de sacolas plásticas são descartadas anualmente.
Em 2006, por exemplo, 135 toneladas de produtos de isopor foram despejadas em lixões em Hong Kong – menos de 5% de todo o lixo plástico descartado no país.
Mas mesmo o isopor representando uma parcela pequena do lixo, ambientalistas afirmam que o problema ganha outras dimensões quando ele chega no mar.
Segundo Douglas McCauley, professor de biologia marinha da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, há dois problemas causados pelo isopor para os animais marinhos, um químico e o outro, mecânico.
"O mecânico é bem fácil de se ver. Encontramos espuma de isopor no intestino de animais – e isso pode ser letal", diz.
Já o aspecto químico tem a ver com a propriedade absorvente do material. "O isopor age como uma pequena esponja poluente, capturando todos os compostos que mais contaminam o oceano. E então um animal engole isso, pensando ser uma água-viva"
E isso não é perigoso apenas para os animais marinhos para o oceano como um todo. Pode também ser prejudicial para os humanos.
"É preocupante que um peixe que ingeriu tudo isso acabe nas nossas mesas", afirma.
Por que não é possível reciclá-lo?
A dificuldade em reciclar o material é uma das principais razões para Nova York banir o material. Kathryn Garcia, responsável pelo sistema sanitário da cidade, afirmou: "Ninguém conseguiu até agora provar que seja possível reciclá-lo em larga escala, e tampouco há mercado para isso."
Devido ao processo químico usado em sua confecção, é quase impossível transformar, por exemplo, um prato de isopor em uma embalagem feita do mesmo material.
Há, no entanto, alguns métodos sendo testados, como reciclagem térmica. Mas sua viabilidade em termos de custo e logística de transporte ainda é um problema.

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