Do Mato ao Prato! Você sabe o que são as PANCS?

Conheça esta nova Cartilha de PANCs (plantas alimentícias não convencionais) feita pelo GVC, Grupo Viveiros Comunitários, UFRGS, pessoal da Biologia entre outros amantes e pesquisadores dos temas afins.

Baixe a nova Cartilha aqui

Maria-gondó, taioba e ora-pro-nóbis caem no gosto dos belo-horizontinos

Pratos conquistaram lugar definitivo nos cardápios de restaurantes em Belo Horizonte


A situação evoluiu de tal maneira que só couve não basta. Atualmente, o chef que trabalha com ingredientes mineiros não pode ignorar as verduras que os paulistanos gostam de chamar de PANCs (plantas alimentícias não convencionais), que sempre foram conhecidas em Minas, mas nunca tão valorizadas. Maria-gondó, taioba, peixinho-da-horta, serralha e, claro, ora-pro-nóbis vêm roubando a cena em alguns dos mais conhecidos restaurantes de Belo Horizonte.

O Glouton é uma das principais referências “verdes”. O chef LeoPaixão, proprietário da casa, gosta de frequentar a Banca da Pretinha, no Mercado Central, para comprar verduras. Sua preferida é a maria-gondó, cujo sabor ele compara ao do jambu e do jambo. “Elas estão cada vez mais fáceis de encontrar. Os produtores orgânicos as cultivam, duas ou três barracas do mercado sempre oferecem. Elas vêm se tornando bem acessíveis por causa da procura”, afirma ele.

No momento, Paixão está concentrado na taioba, com a qual faz uma trouxa para envolver a posta de sarda (peixe de água salgada) servida com arroz negro, milho doce e creme de lagostim (R$ 65, individual). Já as folhas de ora-pro-nóbis ele passou a usar num prato que havia passado pelo cardápio e acaba de retornar, o arroz de galinha com quiabo e jerez (R$ 57, individual)

Jaime Solares, chef e proprietário da Borracharia Gastrobar, é outro especialista nos verdes diferenciados. Quinzenalmente, ele vai a NovaLima realizar trabalho voluntário com detentos. Além de ensinar noções de culinária, organizou a horta local, que andava descuidada, mas já contava com várias folhas. Hoje, Solares traz de lá todas as hortaliças que usa – e elas ajudam a promover os pratos criados por ele. De tão solicitada, a omelete de taioba (R$ 16) já está quase entrando definitivamente no cardápio.

Outra criação é a massa folhada recheada com refogado de pé de porco, castanha-de-baru e maria-gondó (R$ 16, para uma ou duas pessoas). Solares apresenta a maioria das receitas com verduras durante o almoço, de segunda a sexta-feira, quando serve pratos individuais a R$ 20,50.

“Normalmente, o prato que traz uma delas é o que mais sai. As pessoas ficam curiosas. Os mais velhos comem para relembrar e os mais jovens querem experimentar”, diz Solares. Ele fez até lasanha com folhas de peixinho-da-horta no lugar da massa.

Comentários

Postagens mais visitadas