Centro vai concentrar estudos sobre a gastronomia amazônica, em Belém

Culinária paraense pode se transformar em referência no país e no mundo. Riquezas de sabores e técnicas de preparo serão estudadas no Centro.
ver o peso1Depois de ganhar destaque em uma exposição internacional, a culinária paraense se prepara para virar referência nacional com a criação do Centro Global de Gastronomia e Biodiversidade. A entidade deve ser inaugurada daqui a dois anos na capital paraense.
A diretora do Instituto Paulo Martins, criado depois da morte de um dos mais famosos chefes paraenses, considera o Ver-o-Peso uma referência da diversidade da Amazônia. Joana acabou de voltar da Expo Milão, realizada na Itália, onde apresentou para pessoas de aproximadamente 150 países o Centro Global de Gastrononia e Biodiversidade da Amazônia. Ela e conta que a feira não poderia ficar de fora do projeto.
“O Ver-o-Peso é o coração de tudo isso. Uma das coisas que a gente fez questão é que o Centro ficasse próximo do Ver-o-Peso, na Cidade Velha, porque aqui é o berço de tudo isso, é aqui que pulsa a nossa cultura gastronômica”, declarou Joana Martins.
No Centro, os ingredientes do Ver-o-Peso vão se integrar ao Complexo Feliz Lusitânia, tradicionalmente conhecido pelo domínio português. O local terá um restaurante, laboratório de pesquisa, escola superior de gastronomia e ainda um museu. Na água, um barco-cozinha será como um elo entre os chefes e as comunidades produtoras da amazônia.
“Esse passo é grandioso no sentido da integração da Amazônia com o restante do mundo. Deixamos de ser, a partir do Centro, apenas os fornecedores de matéria prima, de ingredientes. A gente passa a trabalhar isso numa lógica global e local”, declarou a secretária de integração e políticas sociais do estado, Izabela Jatene.
Riqueza de sabores
ver o peso2A visita ao Ver-o-Peso não podia faltar depois de oito anos morando fora do estado. O contador Clodoaldo Bahia e a esposa, a cabeleireira Tilza Brito, foram logo matar a saudade da mistura de sabores que só a Amazônia tem. “Pescada frita com açaí, na hora”, diz ele. “Sou apaixonada pelas coisas de Belém, desde que comi, gostei de tudo”, assume ela.
O mercado tem comidas para todos os gostos e técnicas de preparo. A folha da mandioca, por exemplo, tem que ser cozida por sete dias para ninguém passar mal. O cheiro é um dos principais atrativos. A feirante Maria Geordina vende castanhas do Pará. Ela sabe que os ingredientes do estado valem ouro e as possibilidades são infinitas. “Dá para fazer tudo, dá para colocar na comida, fazer bolo”.

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