Comunidade em Salvador, reabilita auto estima através da Arte Popular e do Grafite

Arte Popular e Grafite reabilitou visualmente a comunidade da Ladeira da Preguiça, no centro antigo de Salvador. 

Que Ladeira é essa?
A Ladeira Da Preguiça - imortalizado na voz da Elis Regina, e famosa a muito mais tempo, foi uma das três primeiras ladeiras construídas em Salvador (provavelmente, já no
século XVII, encravada no centro histórico de salvador.

A preguiça citada no nome da ladeira refere-se ao fato de que as mercadorias eram transportadas do porto para a cidade, fosse nas costas de escravos, fo
sse em carretas puxadas por bois - e empurradas por escravos. A elite da época, a qual residia em casarões ao longo da via, costumava divertir-se com gritos de "sobe preguiça!" ao presenciar os escravos subindo penosamente a ladeira, sob o peso de sacos de mercadorias pesando até 60 kg ou empurrando carretas abarrotadas.
Todavia, corroborando a imagem folclórica, preconceituosa e elitista de que os baianos (em geral) e os soteropolitanos (em particular) são preguiçosos.
Esta comunidade acabou sendo um símbolo de autogestão e afetividade pelo seu bairro, exemplo lindo para a cidade.

Pinturas, grafites e mosaicos, Intervenções de rua, música, banho de mar a fantasia, mostram o intuito coletivo de romper com estereótipos midiáticos e lutar seguindo em frente com alegria.elaborados pelos próprios moradores, representam a cultura local e visam - além de revitalizar a região - resgatar a autoestima da comunidade.
Marcelo Teles, idealizador do projeto Que Ladeira é Essa? (responsável pelas intervenções), revela que a iniciativa começou em  2013. "A demanda partiu dos moradores. Eles perceberam que as ruas estavam degradadas, então se reuniram para buscar melhorias. A ideia inicial era construir uma biblioteca", diz Teles.
Ele diz que, na época, participava de ações de grafismo no Museu de Street Art de Salvador - Musas (cujas atividades acontecem no Solar do Unhão). Lá conheceu o artista gráfico Júlio Costa.
Teles pediu a Júlio que visitasse a comunidade e pintasse a fachada da casa onde seria a biblioteca (onde funciona, hoje, a sede do projeto). A aceitação foi tamanha que Teles decidiu levar a arte para as casas e estabelecimentos da rua.

"Pintar é apenas uma das atividades realizadas pelo Que Ladeira é Essa? Oferecemos oficinas de dança, capoeira, artes marciais e artes plásticas. Isso ajuda toda a comunidade e atrai gente de fora", afirma Marcelo Teles.
Descaso
Na opinião de  Teles, uma das razões pelas quais os moradores  teriam se reunido, há dois anos, seria o descaso da prefeitura e a falta de serviços básicos.
O chefe de gabinete do executivo municipal, João Roma, afirma que a queixa é infundada, uma vez que  a prefeitura opera na comunidade desde 2013.
"Realizamos uma operação de revitalização da ladeira, com poda de árvores, iluminação, recuperação de escadarias, combate ao tráfico de drogas e retirada de lixo acumulado. Desde então, temos dado toda a atenção à comunidade".

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