Mareô


Dentro do mar tinha um rio, que adoçava peixes, peixes que ao sabor do vento, exibiam coloridos florais...No carrocel do céu da boca, as constante circulam em torno do equilíbrio, tendo a língua como eixo, todas e quaisquer percepção sensorial, estão sujeitas ao crivo, sejam elas, de questões externas, fluxos que pressionam a autocensura, as dores, o desejo e o afeto, nossa língua é o mundo de Sofia, sem Deus.

Neste universo, composto de muitas galáxias, as papilas são o povo, o bolso é o poder, e os olhos à elite que tudo quer.

Neste catavento circulante, as papilas, ou melhor as "tarefeiras" as que realmente processam a grande massa, que faz o árduo trabalho de decodificar o azedo, o doce, o ácido, e o salgado.

Filamentos que de forma viva e atuante, que submetida constantemente pelos algoritmos estruturais, e às pressões das impressões, devem uma lúcida resposta ou que te chega à boca.

Essa massa constante de trabalhadoras, por vezes expostas à mínimas condições de qualidade ambiental, ética, moral, em fim, responsáveis tanto do que processa, quando da sabedoria em manter um padrão continuo, que sedimenta o sistema, uma espécie de "constituição"que deve de forma democrática mostrar a todo o universo bucal, regular os procedimentos e definir de forma simbólica o que provamos, comemos, lambemos.

A língua, a nave mãe da boca, se lança em fortes ondas, instigada pelo externo, excitada move-se serpenteando, saltando com alegria, são pipôcos de prazer, que faz aguar num oceano.

pequenas gotículas ácidas, que permeiam o ambiente "insalubre"mas que, numa violência química, algo assim como um mar bacante, uma épica suruba de sabores, texturas, pigmentos e secreções.

Neste carrocel, alguns sabores, tem uma predominância de atenção, o doce e o sal, deste sensivel equilíbrio, vão aparecendo percepções regionais e irracionais, sensíveis e amorfas, algo de cores e pigmentos, dão espaço ao adstringente, aos ácidos em demasia que inibem ou estimulam profundamente outros órgãos, que unido ao picante, que de forma brilhante, esquecem a moral, e se entregam ao prazer

Eis que chega ao ápice, com doses amargas, e baforadas esfumaçadas, e de calor, que reanima este corpo combalido, mas regogizado.

Porque o mal nunca entrou pela boca,o mal é o que sai da boca, do homem...


Obra de Ernest Haeckel foi inspirado pela "Origem das Espécies" de Darwin, que ele disse ter ajudado a lançar luz sobre o "caos sombrio" do conhecimento biológico em meados do século XIX. 

#elucubraçõesdoloko

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