"Mandioca quem pode, obedece quem tem juizo"

Num processo que se arrasta por anos, à qualificação do registro de Indicação Geográfica (IG) da Farinha Copioba, parece não ter fim, por certo, e felizmente, além do reconhecimento empirico da qualidade da Copioba, o baiano segue saboreando esse delicioso manjar, símbolo da nossa identidade alimentar.

Na Bahia, a produção deFarinha de Mandioca, está vinculada à agricultura familiar, considerando toda tradição, herança histórico-cultural, ambiente e biodiversidade, notoriedade e saber fazer dos territórios onde esses produtos são desenvolvidos. 

Tudo isso é validado tecnicamente e passa a ter valor substancial quando criamos a Indicação Geográfica Copioba (IGC).

Falar em Farinha de Mandioca em nosso estado, é pensar em afeto, e nas significativas contribuições afro-indigenas na manutenção da produção, do manejo da mandioca até a mesa.
Outras contribuições foram dadas pela academia, no trabalho árduo das pesquisadoras Janice Izabel Druzian, Bruna Aparecida Souza Machado, Carolina Oliveira de Souza.

Para realizar um levantamento sobre a qualidade e notoriedade da farinha de mandioca de Nazaré 
das Farinhas – Bahia foi realizada uma busca sobre os documentos científicos, literários e jornalísticos que descrevem o potencial econômico e histórico das farinhas produzidas nesta cidade, 
e deles extraídos informações relevantes que venham a contribuir para a Indicação Geográfica do objeto de busca. 



ENTRE TRADIÇÃO E MODERNIDADE

Vejo aqui um dos pontos nevrálgicos da proposta de registro, talvez o ponto mais relevante, e que necessitaria um aprofundamento de caráter antropológico, na recusa e resistência sobre as formas tradicionais de produção da farinha na adequação de novas práticas de processamento, e normativas para o registro, o que por si só, podem ser as causas, da procrastinação do desejado registro.
A pesquisa se mostra uma cautelosa preocupação sobre o processo de fabricação, e as rigorosas exigências por parte das empresas governamentais na obtenção do registro, considerando a simplicidade dos procedimentos de obtenção da farinha, bem como, a natureza mais ou menos artesanal da atividade, alguns estudos têm levantado preocupações quanto à 
qualidade higiênica das farinhas de mandioca da Bahia.


"É consenso popular que uma excelente farinha era feita na Fazenda Copioba, localizada na Serra de mesmo nome entre os municípios de Nazaré, Maragojipe e São Felipe. 
Depois, toda farinha boa feita na região passou a se chamar farinha de copioba, entretanto nem toda farinha de Nazaré será de copioba. 
Assim, por ser considerada a melhor farinha, os demais locais produtores de farinha também passaram a adotar o nome copioba para designar a farinha de boa qualidade, fina e torrada, independente de onde quer que ela fosse fabricada. 
As casas de farinha de Nazaré ganharam destaque devido à diferenciação da farinha ao longo do tempo, o que deu à cidade o codinome, Nazaré das Farinhas, sem, entretanto terem avançado no sentido da qualificação e adequação a legislação. 
O objetivo do presente trabalho é fazer um levantamento sobre a notoriedade da farinha produzida na cidade de Nazaré das Farinhas, Bahia, Brasil."
O sobrado, também conhecido como Casa ou Prédio dos Arcos, ocupa toda uma quadra, delimitada pala Praça Cel. José Bittencourt, antiga Praça do Mercado, pelas ruas Barão Homem de Mello e Profa. Dilfa Muniz e pelo Beco dos Arcos.
Dos balcões, que se abrem para a praça e para a Rua Barão Homem de Mello, se contemplam o Jaguaripe, a Ponte Eunápio Pelthier de Queiroz e um trecho da cidade, que se desenvolveu na margem oposta do rio.
O prédio integra o Centro Histórico da cidade. Edifício, de relevante interesse arquitetônico, desenvolvido em dois pavimentos em dois pavimentos e recoberto por telhado de quatro águas com terminações em cornija.
Sua planta, em forma de trapézio, é construída, no térreo, por salas que se abrem para a galeria de arcos que envolvem três lados do edifício e, no andar superior, funcionam a secretaria da Cultura, Turismo e Comunicação, Biblioteca Pública Anísio Melhor, Biblioteca Infantil Denise Fernandes Tavares e Arquivo Público prof. Bem-Wilson Brito de Souza.
O antigo andar nobre é vazado por 50 janelas rasgadas, em arco pleno, com caixilharia em losangos e guarda-corpo em serralharia.
Alguns cômodos do mesmo pavimento conservam forros planos em madeira e o piso assoalhado primitivo, enquanto outros tiveram seus tabuados revestidos de cimento.
No térreo, algumas lojas mantêm o pavimento de lajota de barro. Nada restou do mobiliário original.
A data de construção deste edifício, cujos caracteres tipológicos são de meados do século XX. Sua construção teria sido iniciada por um português de sobrenome Guimarães, mas sua conclusão se deve a Joaquim Pofírio de Souza, rico senhor de escravos.


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