Maceió é nova Meca da alimentação saudável,comércio aposta neste filão com novos empreendimentos

No cardápio muita salada, sucos terapêuticos e naturais, vitaminas e sobremesas saudáveis. 
Esta é a aposta do novo mercado de alimentação que “invadiu” a capital alagoana e promete ganhar ainda mais espaço na cidade. 
Por Ana Paula Omena

Os donos de negócio comemoram, afirmando que o ramo tem crescido no Estado e conquistado diariamente pessoas que procuram melhorar a qualidade de vida com uma alimentação natural balanceada. 
A empresa mais antiga neste segmento que virou moda em Alagoas, mas mudou o hábito das pessoas, começou a andar faz pouco tempo, tem apenas três anos. 
O proprietário da loja DNA Natural, Leonardo Leite, explicou que a ideia surgiu quando ele ainda nem morava em Maceió. Na ocasião, Leite visitava a cidade por causa da namorada e procurava restaurantes no segmento de alimentação saudável e não encontrava um sequer, de jeito nenhum. 
O empresário, que era promotor de eventos e adepto de uma alimentação natural, percebeu uma demanda reprimida no município e em conversa com os poucos amigos que fez na capital, descobriu que o mercado poderia ser uma tendência. Pelo visto, Leite acertou em cheio. 

“Minha pesquisa foi breve, mas suficiente para saber que faltavam opções de comida saudável em Maceió. 
Percebo, agora, que cada vez mais os jovens procuram uma alimentação saudável. Eles estão conscientes, querem viver mais e melhor”, avaliou. 
A advogada June Pantaleão diz que todos os dias é de ‘lei’ tomar um suco natural. “É uma tentativa de desfazer o que a gente fez de errado. 
O corpo vai cobrar de um jeito ou de outro, então nada melhor do que mantê-lo saudável. Hoje em dia é tudo muito industrializado, um verdadeiro império do artificial e estou fugindo disso. Eliminei o refrigerante da minha vida e agora, no cardápio diário, é suco verde composto de abacaxi, couve, maça e chá verde”, detalhou. 

Custo zero em propaganda 
Leonardo Leite, da DNA Natural, constatou que faltavam opções de comida saudável em Maceió O proprietário Leonardo Leite enfatizou ainda que não precisou investir R$ 1 em publicidade. “Foi um ano de espera pela inauguração. Os clientes estavam ansiosos; hoje trabalhamos também com encomendas e delivery, fazemos muitos eventos saudáveis. Nossa produção é toda natural, frango e outros produtos são preparados na chapa. Só trabalhamos com a fruta mesmo, até porque temos um público um tanto exigente, principalmente quando o olhar são para as saladas as pessoas têm medo de comer folhas fora de casa. E aqui prezamos pela higienização, inclusive temos funcionários especificamente para isso”, destacou. Leite contou que investiu cerca de R$ 500 mil pela franquia e tem atualmente 12 funcionários divididos por setores: cozinha, suco, limpeza, higienização e atendimento. 
Inovação 
Mercado comprou a ideia e mudou hábito entre consumidores Cabeleireira Mônica Ramos diz que não dispensa o consumo do açaí nem por decreto A inovação prática aliada com a saúde vem atraindo uma boa freguesia, segundo o proprietário do quiosque Açaí Concept, Maurício Lobo. Ele, que é funcionário público, foi mais ousado e abriu duas lojas na capital. “Foi um risco, mas faz parte do negócio”. Estreante no mercado desde dezembro do ano passado, Lobo se disse satisfeito e o empreendimento superou as expectativas. “Sempre fui fã de açaí, consumia todos os dias. 
Fiz uma pesquisa de mercado e conversei com outros franqueados antes de efetivar o comércio. Observava que Maceió era carente de um produto mais limpo e apostei no centro da cidade e também em um shopping na parte alta da capital”, menciona. “As pessoas estão procurando praticidade, muitos clientes são médicos, enfermeiros que passam para trabalhar e, na correria, nem descem do carro, pedem e a gente prepara. Eles saem satisfeitos”, comentou. 
Lobo disse que investiu cerca de R$ 120 mil na franquia do quiosque. 
Empreendedor estuda ampliar negócio 
A cabeleireira Mônica Ramos não dispensa o consumo do açaí nem por um “decreto”. 

Fã da fruta desde que foi oferecida por um amigo que mora no Pará, ela contou que quando não tinha a fruta na cidade, encomendava de fora. “Procuro bem-estar e minha saúde era bastante regrada por conta do colesterol alto. Agora faço musculação e pratico corridas de rua. 
O açaí é um energético indispensável, embora seja calórico, mas usado na medida certa é só elogios. 
Aqui em Maceió só se vendia a polpa do açaí e não é a mesma coisa que a fruta mesmo. Os empreendedores estão atentos a esta demanda e no caminho certo. A tendência é crescer porque não se fala em outra coisa, virou uma moda saudável”, salientou. Vendido com várias opções de acompanhamento, o novo negócio de Maurício Lobo foi tão lucrativo que ele já estuda a possibilidade de ampliar para outras cidades em Alagoas e outros Estados também. Diferencial 
Restaurante aposta em alimentos orgânicos e livres de agrotóxicos Proprietária de um restaurante vegetariano, Nídia Battaglia contou um pouco da sua experiência neste ramo. Ela diz que o diferencial de seu estabelecimento, que está localizado no bairro da Jatiúca, são os alimentos
orgânicos e livres de agrotóxicos. “É um mercado exigente, mas compensador. 
O negócio começou tímido, porém deslanchou rápido”, disse. Para ela, ter habilidade na cozinha é importante para que o investimento dê certo, e que exige muita dedicação e desprendimento. 
No restaurante de Battaglia, o prato principal é a feijoada vegetariana, acompanhada de sobremesa e bebida. 
A combinação fica em torno de R$ 35. 
O carro-chefe do estabelecimento é servido tradicionalmente duas vezes na semana. Prato principal de restaurante vegetariano é a feijoada; preço da combinação fica em média no valor de R$ 35 “Sou arquiteta e abandonei a profissão para cuidar do restaurante vegetariano. Quem me deu a ideia foi meu filho e uma colega de São Paulo. Antes trabalhava com alimentação saudável, mas em casa mesmo. Prezo por pratos saudáveis, só que saborosos, porque ainda existe muito preconceito de pessoas que estão na fase de transição e têm o conceito de que comida saudável é ruim, sem gosto”, explica Nídia Battaglia. 
Ela disse ainda que encarou o desafio com a cara e com a coragem, sem esquecer da orientação profissional que lhe deu parâmetros para garantir seu sucesso. “Após as orientações do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e com a ajuda de amigos, investi no negócio que tem dado certo”, frisou. Nídia Battaglia diz que seu negócio começou tímido, mas deslanchou rápido A proprietária tem cinco funcionários na cozinha: dois no atendimento e faz algumas contratações extras dependendo do movimento. A estudante Amanda Geraldes estava pela segunda vez no restaurante vegetariano e contou que foi atraída por indicação da cunhada. “Sou carnívora, mas não resisti a tantas delícias, aliadas ao ambiente agradável, preço acessível e alimentos diferenciados. Busco uma alimentação mais saudável. Depois que perdi 30 quilos, agora quero manter a forma e acredito que as comidas saudáveis caíram no gosto das pessoas, virou moda, mas também criou um hábito, sem dúvida”, destacou. Tendência Setor de alimentação saudável deve crescer mais de 50% até 2019 Conforme levantamento realizado pela consultoria internacional Euromonitor, o setor tem colecionado bons números e aponta como tendência que a alimentação saudável deve crescer ainda mais. A previsão é de que, até 2019, esse segmento movimente R$ 110 milhões, crescendo mais de 50%. Ainda de acordo com a pesquisa, no Brasil esse mercado teve um aumento de 95% nos últimos cinco anos e é o triplo do que a área representava no país há uma década. Para o empresário Leonardo Leite, o tema segue uma tendência mundial, relacionada ao aumento da expectativa de vida. Germana Magalhães, coordenadora de alimentação fora do lar do Sebrae Nacional, declara que a alimentação saudável é uma tendência. Há uma procura cada vez maior por comidas saudáveis. Para ela, este movimento se tornará cada vez mais forte, haja vista a mudança na cultura da alimentação infantil. “Percebe-se a criação de hábitos mais saudáveis, a troca de refrigerantes por sucos, a eliminação de frituras e doces nas escolas, por exemplo. Outro aspecto que demonstra essa tendência é a valorização por chefs e cozinheiros que cultuam este conceito, gerando cada vez mais interesse no público”, ressaltou. Alimento saudável incentiva grandes redes Ainda de acordo com Germana Magalhães, toda essa busca por alimentos mais saudáveis resulta na valorização do pequeno produtor e fortalece movimentos como o Slow Food, tanto no Brasil quanto no mundo. Aos poucos, também incentiva as grandes redes de fast food a se adaptarem a essa tendência. A rede entre pequenos produtores e pequenos negócios de alimentação fora do lar do mesmo modo é fortalecida. Isso ocorre por conta da demanda que a cada dia aumenta por produtos de procedência mais saudável, sem agrotóxicos. 
“A indústria também está sofrendo mudanças por conta da demanda do consumidor, que vem exigindo informações mais detalhadas sobre os produtos, principalmente para saber sobre a adição do glúten e da lactose”, avaliou a coordenadora de alimentação fora do lar do Sebrae Nacional. Muitos dos principais problemas de saúde estão associados hoje à pressão da vida moderna e à alimentação de baixa qualidade. De acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem cerca de 17 milhões de obesos no Brasil. E o problema não é restrito aos adultos. Uma em cada três crianças sofre com a obesidade infantil, segundo o Ministério da Saúde. A Universidade de Washington, em estudo mundial, confirma o cenário crítico: o país está em quinto lugar no ranking da obesidade.
Fonte: Tribuna Hoje

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