Marisqueiras do Piaui, rompem o cerco dos atravesadores

Em 2014 um grupo de mulheres marisqueiras no Piauí, da cidade de Luiz Correia, se associaram e se especializaram na coleta de mariscos, hoje elas tem sede própria com o apoio da Codevasf.

O trabalho é pesado, mas as catadoras não reclamam. Associadas faturam, em épocas boas, até um salário mínimo. O trabalho pesado fica por conta delas: pescadoras, donas de casa, mães, marisqueiras. Sem o que o mar oferece, nada disso faria sentido. 
O grupo é unido, são quase 50 mulheres que se revezam na cata do marisco, fruto do mar abundante em um pedaço de litoral do Piauí. No auge do período de cata, entre os meses de março e novembro, as mulheres dão expediente no mangue em busca de um tesouro, que está poucos centímetros abaixo da lama. 
É com a cata do marisco, que elas garantem o próprio sustento e a continuação de uma tradição familiar. 
Nem todas receberam o oficio como herança de família, teve gente que chegou há pouco tempo, trazida pela oportunidade de trabalho, oferecida pela Associação de Marisqueiras, que começou a funcionar há quatro anos e hoje conta com associadas com idades entre 26 e 60 anos. 

Associação das Marisqueiras e Filetadeiras de Luís Correia tem nova sede. 
O novo prédio oferece mais conforto e melhores condições de trabalho para as mulheres que trabalham na cata e seleção de mariscos e também filetando peixes no litoral do Piauí.
Antes da construção da unidade produtiva, as marisqueiras usavam a casa da presidente da associação para beneficiar o material, cozinhando o marisco na lenha. Agora, elas possuem um local adequado e com a infraestrutura necessária para trabalharem. “Nosso marisco não tem areia, nosso marisco é limpo, um produto de qualidade”, avisa Maria de Fátima. 
 O veículo entregue pela Codevasf à associação também tem contribuído para a melhoria do trabalho das marisqueiras tanto no deslocamento das mulheres como no transporte dos mariscos. Sem o veículo, além do custo de aluguel do transporte, elas não tinham um meio adequado e seguro – geralmente em carrocerias de pequenas caminhonetes – para chegarem aos locais onde realizam a cata de marisco e de sururu em diversos pontos do litoral do piauiense e, depois, transportarem o material colhido. “O impacto da ação da Codevasf sobre o trabalho das marisqueiras é muito grande. Com a estruturação da unidade de beneficiamento, essas mulheres estão ganhando qualidade de vida e isso reflete nas famílias e na comunidade”, diz o engenheiro de pesca e chefe do Escritório de Apoio Técnico de Parnaíba da Codevasf, Flávio Mizael. O prédio da Associação das Marisqueiras e Filetadeiras de Luís Correia recebeu o nome, escolhido por elas, de “Unidade Produtiva Jackson César de Sousa Rosa”, em homenagem ao funcionário da Codevasf, falecido em 2012, que idealizou e iniciou o apoio às marisqueiras.

Na busca pelo marisco, as catadoras enfrentam a maré e o sol forte por até 10 horas seguidas, mas tudo, claro, sem perder o bom humor. A recompensa até parece pequena diante de tanto esforço. Uma caixa cheia de mariscos chega a pesar 41 quilos. Na sede da associação, a divisão de tarefas continua. Enquanto as marisqueiras limpam os crustáceos, outra turma é responsável pela parte mais delicada: retirar o molusco de dentro da concha. 
A renda da produção é dividida entre as associadas, que faturam em épocas boas, até um salário mínimo. 

Saiba mais sobre o apoio da Codevasf as marisqueiras de Luís Correia (PI) Clique no link: bit.ly/1SCdzlc

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