'Da roça para a quebrada': projeto leva plantios de quilombos do Vale do Ribeira à periferia paulista
Feira proporciona comida orgânica com preço mais barato para quem não tem dinheiro para comprar o alimento.
Projeto leva plantios de quilombos do Vale do Ribeira à periferia paulista.
Um projeto está unindo quilombolas do Vale do Ribeira (SP) e a periferia da capital, gerando renda e acesso à comida de qualidade. A produção de alimentos orgânicos das comunidades chega fresquinha e barata para quem não consegue comprar este tipo de produto.
As comunidades realizam a feira Quilombo Quebrada mensalmente em áreas periféricas. A Fundação Tide Setúbal e o Instituto Socioambiental dão apoio financeiro.
Os grupos Mulheres de Ori e Kitanda das Minas cuidam da organização e venda dos produtos.
Os quilombos possuem um sistema agrícola reconhecido como patrimônio imaterial brasileiro, a roça de coivara, para preparo da terra. Nessa técnica, eles desmatam uma pequena área, queimam e aproveitam as cinzas das árvores como adubo para plantio. Depois de 5 anos de lavoura, deixam a terra descansar para que a vegetação se refaça e ajude o solo a ficar fértil de novo.
Os lavradores quilombolas têm o apoio técnico do Instituto Socioambiental. Na roça, eles obedecem a lei estadual da Mata Atlântica sobre corte e queima controlada de vegetação. E respeitam também os conhecimentos tradicionais.
Os quilombos do Vale do Ribeira começam a surgir no século 17, apesar de serem comunidades tão antigas, apenas 2 dos 33 quilombos têm a titularidade da terra: Ivaporunduva e São Pedro. Os quilombos, de maneira geral, se organizam em associações que providenciam as licenças ambientais e destinam os lugares que poderão ser roçados.
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