CULINÁRIA DE ANGOLA

A culinária tradicional de Angola é influenciada pela portuguesa e pela moçambicana, tendo também recebido nos últimos anos uma forte influência da culinária brasileira.

#AngolaBantu

Há mais de 300 milhões de anos, quando os continentes do planeta Terra ainda não haviam se separado, Angola "fazia fronteira" com o Brasil.

Apenas um rio separava a região onde hoje é o Rio de Janeiro de Luanda, a capital angolana, agora, existe um oceano entre os dois países, e a distância aumentou para milhares de quilômetros.

De tradição bantu, Angola foi um dos países que mais contribuíram para essas influências.

Os povos bantu são originários de várias regiões do Continente Africano, como o Sul da África e a África Central, onde fica a Angola. 

As várias etnias desse povo se misturaram nos navios negreiros a caminho do Brasil e, mesmo perdendo muito de sua individualidade no processo de escravização, traços fortes se mantêm até hoje. 

Uma culinária fundada na produção agrícola.

No final do período colonial, uma variedade de culturas e gado foram produzidos em Angola.

No norte, cultivavam-se mandioca, café e algodão; no planalto central, cultivava-se o milho; e no sul, onde as chuvas são mais baixas, o pastoreio de gado foi predominante. Além disso, grandes plantações administradas principalmente por agricultores comerciais portugueses produziam óleo de palma , cana-de-açúcar, banana e sisal.

Antes de 1975, Angola tinha uma tradição florescente de agricultura familiar e era auto-suficiente em todas as principais culturas alimentares, excepto no trigo.

O país exportava café e milho, além de culturas como o Sisal, Banana sisal, fumo e mandioca, no final do período colonial, uma variedade de culturas e gado foram produzidos em Angola.

Agricultores camponeses também produziam essas culturas e vendiam seus excedentes a comerciantes portugueses locais em troca de suprimentos. 

Os agricultores comerciais dominavam a comercialização dessas culturas, no entanto, e gozavam de apoio substancial do governo colonial na forma de assistência técnica., instalações de irrigação e crédito financeiro. Produziam a grande maioria dos produtos que eram comercializados nas cidades ou exportados. 


Palavras como “quitanda”, “cafuné”, “chamego”, “moleque" "mantinha""canjica""chuchu" "fubá""alguidar" "quartinha" são derivadas do vocabulário de povos da região onde hoje está Angola, são termos relacionados a práticas de relações domésticas, culinárias, familiares, de festividades, a maioria das pessoas não percebem a profundidade da influência desses costumes, más, em relação à cultura e à gastronomia, a proximidade é consideravelmente maior.

Angola-Marcada pelo Colonialismo

A palavra "Angola" deriva do título usado pelos governantes do estado do Ndongo. 

O título ngola foi mencionado pela primeira vez nos escritos portugueses no século XVI.

Uma colônia portuguesa fundada no litoral em 1575 também passou a ser conhecida como Angola.

No final do século XIX, o nome foi dado a um território muito maior que se previa para ficar sob influência portuguesa.

Esses planos se materializaram lentamente; e só no início do século XX o colonialismo português chegou às fronteiras da atual Angola.

Em 1975, esta área tornou-se um país independente com o nome de República Popular de Angola (República Popular de Angola), mais tarde, o "Popular" foi descartado.

Apesar de Angola ser o maior país africano de idioma português, a língua é um detalhe quando se observa a conexão cultural com o Brasil – especialmente na gastronomia angolana, em que os ingredientes utilizados são semelhantes, onde também há influência dos colonizadores portugueses.

Por outro lado, seja na cozinha, na música, na dança, nos costumes ou na religião, as raízes culturais de Angola não foram suprimidas pelos colonizadores. Pelo contrário: seguem mais fortes do que nunca.

A Angola é um país localizado no continente Africano e possui muitas diversidade cultural, mesclando suas antigas tradições com a modernidade mundial.

Decorrendo disso, a sua culinária possui a tradicionalidade do seu colonizador Portugal, e de seu país irmão Moçambique.

Com o decorrente processo de mundialização, a Angola que tem o português como língua predominante, começou a receber influências culinárias brasileiras recentemente, baseando-se principalmente nos típicos pratos regionais.

Principais Ingredientes da Culinária Angolana.

Com o decorrente processo de mundialização, a Angola que tem o português como língua predominante, começou a receber influências culinárias brasileiras recentemente, baseando-se principalmente nos típicos pratos regionais.

Os pratos tipicamente preparados na cozinha angolana são:

Calulu: Feito com carne seca e outros ingredientes complementares – tomate, alho, berinjela e quiabo.

Funge é a base da cozinha Angolana pois é usado em praticamente todos os pratos principais.

O Funge é o prato do dia-a-dia dos Angolanos, preparadobpraticamente todos os dias, o Funge é feito a partir de fubá (farinha), tanto de mandioca como de milho.

No Norte de Angola come-se muito mais funge de mandioca, enquanto que no sul também se come bastante funge de milho.

O funge tem uma textura única, é extremamente pegajoso, quase gelatinoso.

Dinhangoa: bebida tradicional preparada com água, farinha de mandioca e açúcar

Gonguenha: prato feito usando feijão, abóbora e caldo de ossos

Farofa de arroz e feijão com farinha de mandioca torrada por cima; um prato de origem brasileira comum em Angola.

O que se chama farofa no Brasil é bem diferente – uma mistura de mandioca torrada, salgados, doces e/ou agridoces e temperos como alho, cebola, alecrim e/ou cebolinha e salsa.

Mufete: é um prato típico da ilha de Luanda constituído por peixe grelhado, feijão de óleo de palma, mandioca, banana pão, batata-doce e farinha musseque, acompanhado por molho de cebola com vinagre, azeite doce, gindungo e uma pitada de sal.

Pirão: é um prato tradicional das culinárias de Angola e do Brasil feito à base de farinha de mandioca.

Feijão de Dendém: Prato simbólico da relação entre Bahia e Angola.

Ainda muito típico no Recôncavo baiano, é sirvido com farinha de mandioca torrada, que se espalha por cima. Também pode acompanhar com banana ou mandioca cozida.

Bombó grelhado (mandioca grelhada)

O bombó é a raiz da mandioca, seca e fermentada. É usado sobretudo para fazer funge ( ver abaixo nos pratos principais). O Bombó pode ser grelhado ou frito e é muitas vezes vendido como um snack na rua, mas é também um acompanhamento para pratos principais.

Quibeba: guisado de choco, peixe, feijão ou carne seca, acompanhado de mandioca, batata-doce ou dinhungo

Sumatena ou Súmate: peixe seco ou carne seca assado na brasa, com molho de água morna dinhungo

São tradicionais também em muitas regiões Angolanas, pratos feitos com legumes e folhas, ou mesmo embalados em folhas locais, tais como:

Fubua é uma das  comida  típica  Angolana. A fumbua  são  folhas  que  crescem   nas  matas, normalmente encontramos nas  regioes  como:  uige  ,cabinda ,e  zaire, etc.

São folhas nutritivas e ricas em vitaminas, que servem de boa alimentação ao nosso  corpo.

Não obstante de ter só as folhas  nestas  regioes  mais agora  come-se  a fumbua  quase  em  todo  pais, principalmente em  Luanda que  ja  ha muita  aderência. Depois de colhida a fumbua na  mata, lava–se e corta-se em troços muito pequenos, minimizando o trabalho nas praças.

Já há fumbua cortadinha nas feiras, é só comprar  e prepara-la.

Mienguelenka

Maxanana

Alimento usualmente do grupo étnico Ambundu em Angola. Caldo viscoso feito com folha de abóbora (mengueleka) e kiabo cozido.

Kudijimbe, nome artístico de Nicolau Sebastião da Conceição, nasceu a 15 de outubro de 1955, em Muxima, província do Bengo (Angola).

Depois de realizar os estudos primários e secundários em Luanda e Cabinda, estudou na Universidade Agostinho Neto, fez o curso de Museologia, na Universidade de Masaryk, em Brno (República Checa) e o curso de Direitos Humanos e Direito Internacional Humanitário, no Centro Internacional de Formação, em Turim (Itália). Com formação militar, pertenceu às Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA).

Como escritor, colaborou na imprensa, como em Lavra & Oficina , foi membro fundador da oficina literária Kuntuala da Faculdade de Engenharia da Universidade Agostinho Neto, foi cofundador da Brigada Jovem de Literatura de Angola, foi membro fundador e secretário geral da Brigada Jovem de Literatura Alda Lara, em Huambo, e é membro da União dos Escritores Angolanos.

Algums obras de Kudjime; O Fardado (1987); António Jacinto e os Guerrilheiros (2003), no qual relata os aspetos vividos no Centro de Instrução Militar, em Cabinda, em 1974, na altura dirigido por António Jacinto; No Amanhecer da Curva (2004), onde realça aspetos da sociedade angolana e africana.

Março Mulher

No encanto do canto

Está Março, mês mulher

Está você vibrando

Adocicando teu perfume

Que canta o querer

Do nosso ser

Está você mulher

Que luta incansavelmente

E sorri na distância do tempo

Como machanana!

E deixa fervilhar,

Na laringe dos teus olhos,

Gotas de kitaba que se

confundem com kibeba da terra"


Chikuanga

É servido envolto em folhas de bananeira, que conferem ao Chikuanga um sabor distinto. Chicuanga de Pau, ou mais tradicional TSHIKUANGA TSHI NTI

O especial deste prato, é a utilização das folhas de bananeira como invólucro.

Mututo (planta cujas folhas são preparadas como guisado, tempearado com tomate, cebola, alho e louro) 

Kizaca

As folhas da mandioca são chamadas de Kizaca e são também usadas em alguns pratos, normalmente depois de cozidas.

Este prato guarda muitas semelhanças com a Maniçoba da Bahia.

Kissuto rombo

O prato geralmente é feito com uma combinação de carne de cabra, vinho branco, suco de limão, alho, pimenta, louro, azeite, sal e pimenta branca. 

O cabrito é limpo, lavado e esfregado com uma combinação de alho, suco de limão, sal, óleo e pimenta.

A carne é marinada durante a noite e no dia seguinte é assada no forno enquanto é regada com vinho branco de vez em quando. Depois de totalmente cozida, a carne é normalmente servida com arroz e batatas fritas ao lado.


Métodos de Cozimento Adotados em Angola

Os métodos de cozimento de Angola incluem principalmente grelhar, fritar e cozinhar a vapor. 

Os métodos de preparação e os tachos e panelas utilizados para cozinhar em Angola são muito influenciados pelas formas portuguesas de cozinhar e pelos utensílios utilizados naquele país.

Tradiçoes Alimentares Angolanas

Cerimônias 

Muitas cerimônias e celebrações tradicionais desapareceram ou são realizadas com pouca frequência. Se as circunstâncias permitirem, em uma festa ou cerimônia, frango grelhado, refrigerantes e cerveja de garrafa são servidos e consumidos em quantidades generosas. Como esses itens são caros, a maioria das pessoas só pode comprar bebidas locais, como cerveja de milho e vinho de palma.

Existe toda uma variedade de doces tradicionais na celebração do Natal em Angola. 

Paracuca de gengibre, doce de coco ou de ginguba, miconde, kitaba, queijada, cocada ou pé de muleque, são alguns dos vários tradicionais doces angolanos que na época natalícia se tornam "indispensáveis", como explicou à Lusa a cozinheira Maria Agostinho.

Dona de casa e comerciante de doces no mercado do São Paulo, arredores de Luanda, Maria Agostinho diz que os doces que comercializa são procurados nesta altura do ano para preencher a mesa da festa.

"São doces tradicionais que aqui nós fazemos e vendemos e não têm comparação com outros doces que se fazem noutras partes do mundo", explicou, em conversa com a Lusa.

Sobre o modo como confecciona esses aperitivos para época de Natal, Maria Agostinho prefere não entrar em detalhes por considerar que "o segredo é a alma do negócio".

"Eu aprendi a fazer esses doces no tempo em que eu ajudava a minha mãe a preparar. E como aprendi só mesmo a ver, não sei ensinar, os truques que uso durante a preparação não posso, dizer é segredo. O melhor mesmo é comprar e provar a minha kitaba ou a miconde", desafiou.

Para Eva Manuel Adão, de 55 anos, os doces tradicionais de Angola são para ser saboreados em qualquer época do ano, embora com um “sabor especial" no Natal. "Eu faço e vendo paracuca de coco, paracuca de gengibre, queijada, miconde, doce de coco, doce de ginguba, cocada, pé de muleque e kitaba. Qualquer doce vale para a época de Natal desde que seja fresco e bom para ser degustado", disse.

O açúcar é um dos ingredientes principais na hora de preparar estes doces, tal como o gindungo (picante) e a ginguba (amendoim) por exemplo para a confecção da kitaba.

"Esses doces são fáceis de fazer, é só não exagerar na quantidade de água e açúcar na hora de fazer o miconde [doce frito] ou mesmo a paracuca de coco que é no fundo a mistura de coco ralado com açúcar torrado, feito em fogo brando para que a coloração do açúcar se mantenha acastanhado", explicou.

"Gosto mais de fazer a kitaba que é a ginguba torrada moída no almofariz, com uma pitada de sal e gindungo à medida, cuja massa é dividida em quadrados e que pode ser consumida com mandioca ou mesmo o pão. E nos hotéis aqui de Luanda encontramos muito", precisou Eva Manuel Adão.

Esses doces são "a nossa riqueza e a nossa cultura mas muitos ignoram", apontou esta ‘herdeira' da doçaria tradicional angolana. 

Ingredientes amplamente utilizados nos pratos de Angolanos

Dentre os ingredientes mais presentes na culinária do país estão cereais como sorgo, milho e painço.

O país ainda conta com uma variedade rica de frutas dentre as quais se destaca a melancia e os frutos da árvore conhecida como tamarindo.

Uma cabra é tradicionalmente servida em ocasiões especiais, geralmente com molho de feijão. 

A comida é extremamente cara em Angola, com a maioria vivendo na linha do pão.

Doces, Merendas e Sobremesas



Saladas de frutas frescas Cocada Amarela, uma sobremesa feita de coco e gema de ovo Muka, fruto seco do baobá

Doce de amendoim e pão de ló de amendoim conhecido como Bolo de Ginguba.

Frutas

Uma das melhores coisas para comer em Angola é a fruta. A fruta angola é espetacular, especialmente a tropical. Bananas, ananás e Mangas em particular são inacreditavelmente saborosas, sumarentas e doces! Dica: Comprem fruta na rua, normalmente é melhor do que nos supermercados e estará a ajudar alguém que precisa.

As bebidas destiladas caseiras são populares, como a capatica, feita de banana e maluva, feita com suco de palmeira Vodka caseira (kapuka) e uísque caseiro (whiskey kota)

Mongozo é uma especialidade de cerveja das Lundas e é feito de nozes de palmeira

Cocada Amarela

A Cocada Amarela é um doce ou pudim angolano que foi originalmente trazido para o país pelos portugueses, e depois modificado pelos habitantes locais. É composto por água, açúcar, sal, coco ralado e ovos. A sobremesa é caracterizada por uma cor amarela viva, que é resultado de uma grande quantidade de gemas de ovos, daí seu nome que pode ser traduzido como cocada amarela .

Este saboroso pudim é uma das únicas sobremesas de estilo ocidental que se podem encontrar nas mesas angolanas.

Leite Azedo

Leite azedo, leite azedo, é uma tradição culinária e um sistema de conservação do leite típico da etnia Mucubal, presente na província do Namibe, no sul de Angola. 


Fabricação de leite azedo

As pessoas da comunidade indígena Mucubal são conhecidas por criar seu gado (o gado Mucubi ) que há muito lhes fornece leite de vaca que precisava ser preservado para uso prolongado, dando origem à sua longa tradição de fazer leite azedo chamado leite azedo .

Para fazer este produto lácteo tradicional, as mulheres da comunidade coletam o leite fresco em uma hupa - uma cabaça que foi cortada e escavada, mas não foi lavada. O leite é então deixado fermentar por várias horas antes de ser agitado vigorosamente por cerca de meia hora. 

Kizaca

O prato tradicional angolano kizaca, às vezes escrito quizaca ou kisaca , é um dos pratos vegetarianos mais populares do país. É feito com folhas de mandioca cozidas misturadas com amendoim moído. A mandioca e o amendoim são cozidos até que o prato adquira uma consistência espessa, enquanto os amendoins formam um molho sedoso e de nozes.

Apesar de hoje ser considerado o prato nacional do país, o kizaka tem um histórico interessante. Durante séculos, Angola foi uma colônia portuguesa, e kizaka, como a maioria dos pratos angolanos, é uma combinação de influências europeias e ingredientes africanos autênticos. 

Molho Piri piri

Piri piri ou peri peri é um molho picante originário de Angola ou Moçambique. Variações do molho existem há muito tempo, desde o século 15, quando os colonos portugueses em Angola e Moçambique usavam pimenta de olho de pássaro e as combinavam com vinagre de vinho tinto, páprica, alho e outras importações da Europa.

Hoje em dia, o molho é igualmente popular em países como África do Sul, Canadá e Austrália. Os ingredientes mais comumente encontrados no molho piri-piri são limão, pimenta, vinagre, alho, páprica e óleo, mas não é incomum ver também estragão, casca de frutas cítricas, orégano e outros ingredientes. 

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