QUIABO E BAHIA: ESCORREGADIO, DELICIOSO E MULTICULTURAL

Setembro chega e o quiabo invade as mesas baianas, escorregadio como a vida, mas impossível de resistir.

Assim como o povo da Bahia, ele se adapta, mistura sabores e abraça tradições. Do caruru ao vatapá, do quintal à festa, o quiabo é memória, resistência e celebração.

Delicioso, versátil, multicultural como todo baiano— um pequeno grande símbolo da Bahia, que ensina que sabor e história caminham juntos.

O quiabo não é apenas um ingrediente na culinária baiana; ele é símbolo de uma tradição que atravessa gerações, refletindo a criatividade, a resistência e a diversidade cultural do povo da Bahia.

No mês de setembro, quando se celebram festas populares e religiosas, como as dedicadas a Cosme e Damião, o quiabo aparece como presença obrigatória nas mesas, marcando a memória afetiva e o vínculo com a terra e com os antepassados.

Escorregadio, mas querido:

Assim como o baiano, o quiabo tem uma essência que pode escapar aos olhos de quem não o conhece bem. Seu toque escorregadio exige habilidade e paciência no preparo, mas, quando bem tratado, revela sabores profundos e textura única. Essa característica lembra a leveza, a simpatia e a flexibilidade do baiano diante da vida — capaz de se adaptar, mas mantendo sua essência.

Delicioso e acolhedor:

O quiabo combina com tantos ingredientes, do arroz ao feijão, da carne de sol ao peixe, mostrando uma versatilidade que remete à hospitalidade baiana. A culinária, como o baiano, sabe receber e misturar influências africanas, indígenas e europeias, criando algo único e memorável.

Multicultural e resistente:

O quiabo chegou ao Brasil com o tráfico atlântico de pessoas e sementes, carregando histórias e memórias da África. Na Bahia, ele se tornou ingrediente indispensável, presente em pratos populares como o caruru, o quiabada e o vatapá. 

Essa trajetória faz dele símbolo de resistência cultural, lembrando a capacidade do baiano de preservar tradições e identidade, mesmo diante de adversidades históricas e sociais.

O Quiabo pelo Mundo: Um Verdadeiro Patrimônio Alimentar

África Ocidental:

O quiabo tem origem africana e é ingrediente central em muitas culinárias da região. 

Na Nigéria, Gana e Senegal, ele é usado em sopas e ensopados, como o famoso okra soup.

Ele ajuda a dar textura e espessura aos pratos, sendo considerado alimento nutritivo e essencial na dieta local. Historicamente, sua presença reflete a conexão entre alimento, cultura e resistência, especialmente entre comunidades que preservam práticas ancestrais.

Brasil (Bahia e Nordeste):

Chegou ao Brasil durante o período colonial, trazido pelos povos africanos. Na Bahia, é fundamental em pratos tradicionais como o caruru, o quiabada, o vatapá e diversos ensopados. Além de saboroso, simboliza memória cultural, identidade afro-brasileira e festividades populares, como as dedicadas a Cosme e Damião.

Estados Unidos (Sul):

No sul dos EUA, o quiabo (Okra) é ingrediente chave da culinária soul food. É consumido frito, em sopas e gumbo, prato típico da Louisiana. Assim como na Bahia, a tradição culinária afro-americana preserva o quiabo como símbolo de resistência cultural e história.

Caribe e América Latina:

Em países como Cuba, Haiti e Jamaica, o quiabo aparece em ensopados de peixe, carne ou legumes, muitas vezes combinado com arroz ou grãos. Ele também é valorizado por suas propriedades nutricionais, sendo rico em fibras e vitaminas.

Índia e Sudeste Asiático:

Na culinária indiana, o quiabo (chamado bhindi) é amplamente usado em pratos como curries e refogados temperados com especiarias. Ele é consumido tanto fresco quanto frito, e sua textura viscosa é aproveitada para engrossar molhos.

O quiabo é muito mais que um vegetal: é símbolo de diversidade, resiliência e criatividade culinária em várias culturas. Em cada lugar, sua preparação reflete história, tradições locais e conexões afetivas com o alimento — seja na África, no Brasil, nos EUA ou na Ásia.

O quiabo e o baiano compartilham uma essência: escorregadios para os que não se dedicam a conhecê-los, mas deliciosos e profundos para quem valoriza sua cultura, sua história e sua capacidade de transformar simples elementos da natureza em experiências ricas e inesquecíveis. Em setembro, quando as mesas se enchem de festa e fé, celebrar o quiabo é celebrar o povo baiano em sua plenitude — alegre, acolhedor e cheio de sabor.




@Elcocineroloko



SEPTEMBRE, MOIS DE LA CUISINE TRADITIONNELLE DE BAHIA, CÉLÈBRE LE GOMBO COMME SON SYMBOLE DE SAVEUR, DE MÉMOIRE ET DE RÉSISTANCE.

Septembre arrive et le gombo envahit les tables bahianaises, glissant comme la vie, mais impossible à résister.
Tout comme le peuple de Bahia, il s’adapte, mélange les saveurs et embrasse les traditions. Du caruru au vatapá, du jardin familial à la fête, le gombo est mémoire, résistance et célébration.
Délicieux, polyvalent, multiculturel comme tout Bahianais — un petit grand symbole de Bahia, qui enseigne que goût et histoire marchent ensemble.

Le gombo n’est pas seulement un ingrédient de la cuisine bahianaise ; il est le symbole d’une tradition qui traverse les générations, reflétant la créativité, la résistance et la diversité culturelle du peuple de Bahia.
Au mois de septembre, lorsque l’on célèbre les fêtes populaires et religieuses, comme celles dédiées à Cosme et Damião, le gombo apparaît comme une présence incontournable sur les tables, marquant la mémoire affective et le lien avec la terre et les ancêtres.

Glissant, mais aimé :
Tout comme le Bahianais, le gombo a une essence qui peut échapper à ceux qui ne le connaissent pas bien. Sa texture glissante exige habileté et patience dans la préparation, mais, bien travaillé, il révèle des saveurs profondes et une texture unique. Cette caractéristique rappelle la légèreté, la sympathie et la flexibilité du Bahianais face à la vie — capable de s’adapter tout en gardant son essence.

Délicieux et accueillant :
Le gombo se marie avec tant d’ingrédients, du riz aux haricots, de la viande séchée au poisson, montrant une polyvalence qui évoque l’hospitalité bahianaise. La cuisine, comme le Bahianais, sait recevoir et mélanger les influences africaines, indigènes et européennes, créant quelque chose d’unique et mémorable.

Multiculturel et résistant :
Le gombo est arrivé au Brésil avec le trafic atlantique de personnes et de semences, portant avec lui histoires et mémoires d’Afrique. En Bahia, il est devenu un ingrédient indispensable, présent dans des plats populaires tels que le caruru, la quiabada et le vatapá.
Ce parcours en fait un symbole de résistance culturelle, rappelant la capacité du Bahianais à préserver traditions et identité, même face aux adversités historiques et sociales.


Le Gombo à travers le monde : Un véritable patrimoine alimentaire

Afrique de l’Ouest :
Le gombo est originaire d’Afrique et constitue un ingrédient central dans de nombreuses cuisines de la région.
Au Nigéria, au Ghana et au Sénégal, il est utilisé dans les soupes et les ragoûts, comme le fameux okra soup.
Il apporte texture et consistance aux plats, et est considéré comme un aliment nutritif et essentiel dans l’alimentation locale. Historiquement, sa présence reflète le lien entre nourriture, culture et résistance, en particulier dans les communautés qui préservent les pratiques ancestrales.

Brésil (Bahia et Nord-Est) :
Arrivé au Brésil pendant la période coloniale, apporté par les peuples africains. En Bahia, il est fondamental dans les plats traditionnels comme le caruru, la quiabada, le vatapá et divers ragoûts. En plus d’être savoureux, il symbolise la mémoire culturelle, l’identité afro-brésilienne et les festivités populaires, comme celles dédiées à Cosme et Damião.

États-Unis (Sud) :
Dans le sud des États-Unis, le gombo (okra) est un ingrédient clé de la cuisine soul food. Il est consommé frit, en soupes et dans le fameux gumbo, plat typique de la Louisiane. Tout comme en Bahia, la tradition culinaire afro-américaine préserve le gombo comme symbole de résistance culturelle et historique.

Caraïbes et Amérique latine :
Dans des pays comme Cuba, Haïti et la Jamaïque, le gombo apparaît dans des ragoûts de poisson, de viande ou de légumes, souvent accompagné de riz ou de légumineuses. Il est également valorisé pour ses propriétés nutritionnelles, riche en fibres et en vitamines.

Inde et Asie du Sud-Est :
Dans la cuisine indienne, le gombo (appelé bhindi) est largement utilisé dans les currys et les sautés aux épices. Il est consommé frais ou frit, et sa texture visqueuse est exploitée pour épaissir les sauces.


Le gombo est bien plus qu’un simple légume : il est symbole de diversité, de résilience et de créativité culinaire dans de nombreuses cultures. Partout, sa préparation reflète l’histoire, les traditions locales et les liens affectifs avec l’aliment — que ce soit en Afrique, au Brésil, aux États-Unis ou en Asie.

Le gombo et le Bahianais partagent une même essence : insaisissables pour ceux qui ne prennent pas le temps de les connaître, mais délicieux et profonds pour ceux qui valorisent leur culture, leur histoire et leur capacité à transformer de simples éléments de la nature en expériences riches et inoubliables.
En septembre, lorsque les tables se remplissent de fête et de foi, célébrer le gombo, c’est célébrer le peuple bahianais dans toute sa plénitude — joyeux, accueillant et plein de saveur.

@Elcocineroloko


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