CADERNO DE VIAGEM-8 DE SETEMBRO- MARSEILLE.
E nossa maratona não terminou com o fim do Festival do Kos-kos, esta semana ainda participo do Festival So Good, onde apresento um prato chamado Aqui ainda farei comida no Festival So Good com um prato que criei, o Ewedu Owo
Nasceu da inspiração linguística e cultural que conecta a palavra francesa “oseille” (ácida / dinheiro) ao yoruba “owo” (dinheiro), simbolizando riqueza, valor e cuidado com aquilo que nutrimos.
O prato celebra a ancestralidade africana e a diáspora, reunindo ingredientes locais e tradicionais, portadores de história e sabor.
O Festival So Good MAIF é um evento que promove um mundo mais justo, inclusivo e sustentável, reunindo música, humor, debates e experiências interativas. Após edições de sucesso em Marselha, o festival expande para outras cidades francesas em 2025.
Hoje passei pelo bairro de Noailles e fiquei encantado: quiabos fresquinhos, folhas alimentícias em abundância, a feira pulsando como um quintal de afetos. Não resisti — corri para casa decidido a preparar um Latipá, prato ancestral das casas de candomblé, ligado à potência das folhas frescas e ao axé de Obaluayê.
O Latipá, feito com folhas de mostarda refogadas no dendê, temperadas com cebola e, às vezes, camarão seco, é alimento de cura, proteção e resistência.
Vivaldo da Costa Lima, em A Comida de Santo, também destaca o poder ritual da mostarda, folha de vigor e força vital.
No caminho, ainda passei no mercado e comprei lentilhas, e ganhei uma pequena bolsa com frutos cristalizados.
Na loja Le Paradis d’Épices, encontrei duas jovens da Costa do Marfim, recém-chegadas de Salvador. A travessia dos encontros me atravessou: quase as convidei para almoçar, para dividir a mesa, o prato, a história que as folhas carregam.
Porque cozinhar Latipá não é apenas cozinhar — é afirmar a abundância da vida, o elo com as tradições e a beleza de partilhar o alimento.
*Festival So Good
Para mais informações e compra de ingressos, visite o site oficial: www.sogoodmaiffestival.com
CARNET DE VOYAGE – 8 SEPTEMBRE – MARSEILLE7
Recharger les énergies.
Notre marathon culinaire ne s’arrête pas avec le Festival du Kos-kos. Cette semaine, je rejoins le Festival So Good, où je présenterai mon plat Ewedu Owo.
Né d’une rencontre entre la langue française et le yoruba — oseille et owo, argent et richesse — ce plat célèbre la valeur de ce que nous nourrissons et le soin que nous portons à nos traditions.
Le Festival So Good MAIF invite à un monde plus juste, inclusif et durable, mêlant musique, humour, débats et expériences interactives. Après Marseille, le festival s’ouvre à d’autres villes françaises en 2025.
Aujourd’hui, je me suis perdu dans le quartier de Noailles : gombos frais, feuilles alimentaires en abondance, un marché vibrant comme un jardin plein de liens affectifs. Je n’ai pas pu résister et suis rentré préparer un Latipá, plat ancestral des maisons de candomblé, nourri par l’axé d’Obaluayê et la puissance des feuilles fraîches.
Le Latipá — feuilles de moutarde sautées dans l’huile de dendê, oignons, parfois crevettes séchées — est plus qu’un plat : c’est soin, protection et résistance. Comme le rappelle Vivaldo da Costa Lima dans La Nourriture des Saints, la moutarde est une feuille de vigueur et de force vitale.
Au marché, j’ai aussi acheté des lentilles et reçu un petit sachet de fruits confits. Dans la boutique Le Paradis d’Épices, j’ai croisé deux jeunes femmes de Côte d’Ivoire, fraîchement arrivées de Salvador. J’ai presque voulu les inviter à partager ce repas, pour mêler nos histoires et nos racines.
Cuisiner le Latipá, ce n’est pas seulement cuisiner : c’est célébrer l’abondance de la vie, honorer nos traditions et partager la beauté de la table.
Festival So Good
Pour plus d’infos et vos billets : www.sogoodmaiffestival.com
Ademan...
#ElCocineroLoko
@charoth10
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