AMOS TUTUOLA: A VOZ MÍTICA DA NIGÉRIA E DO MUNDO IORUBÁ


📅 20 de junho de 1920

📍 Nascido em Abeokuta, Nigéria

Foi um prestigioso romancista e escritor, amplamente reconhecido por seu estilo narrativo original e imaginativo.

📝 Destaques do seu trabalho:

Refletia a identidade cultural de seu povo em meio a um entorno combalente.

Enfatizava o contraste entre:

Crenças, mitos e espiritualidade do mundo iorubá, e A influência do pensamento ocidental.

"Fui bebedor de vinho de palma desde os dez anos. Minha única ocupação na vida era bebê-lo. Mas quando meu pai percebeu que eu não conseguia fazer nada além de beber, contratou um especialista em decantar vinho de palma; sua única ocupação era decantar vinho de palma todos os dias. Então meu pai me deu uma fazenda de palmeiras de nove milhas quadradas com 560.000 palmeiras, e esse decantador decantava cento e cinquenta barris de vinho de palma todas as manhãs, mas antes das duas da tarde eu já tinha bebido tudo; depois, ele ia decantar outros 75 barris".

— Amos Tutuola, O bebedor de vinho de palma

Amos Tutuola (Abeokuta, Nigéria, 20 de junho de 1920 – Ibadan, 8 de junho de 1997) foi um romancista e contista nigeriano que escreveu em língua inglesa.

Seu primeiro romance publicado, O bebedor de vinho de palma (The Palm-Wine Drinkard, 1952), foi unanimemente reconhecido no mundo todo e despertou o interesse pela literatura africana. Suas obras se afastam dos modelos literários ocidentais ao se inspirarem em relatos orais e no folclore iorubá.

Aos sete anos de idade, Amos entrou para o serviço de F. O. Monu, um igbo que o enviou à escola do Exército da Salvação. Aos doze anos, frequentou a Escola Central Anglicana de Abeokuta.

Com a morte do pai em 1939, Tutuola abandonou os estudos para trabalhar como aprendiz de ferreiro, profissão que exerceu entre 1942 e 1945 para a Royal Air Force na Nigéria. Posteriormente, teve diversos empregos, entre eles, vendedor de pão e entregador no Departamento de Trabalho da Nigéria. Em 1946, Tutuola concluiu a escrita de seu primeiro livro: The Palm-Wine Drinkard (O bebedor de vinho de palma). Em 1947, casou-se com Victoria Alake, com quem teve oito filhos (quatro homens e quatro mulheres).

Após a publicação de O bebedor de vinho de palma em 1952, Tutuola recebeu elogios de diversos escritores e intelectuais, como Dylan Thomas. Na Nigéria, no entanto, sua obra causou controvérsia e recebeu críticas severas: acusaram-no de representar negativamente o povo nigeriano, pois o protagonista do romance é um bêbado supersticioso e incapaz de falar inglês corretamente.

Em 1954, publicou My Life in the Bush of Ghosts (Minha vida na mata dos fantasmas, em tradução livre) e, em 1955, Simbi and the Satyr of the Dark Jungle (Simbi e o sátiro da selva negra), com os quais consolidou seu grande sucesso internacional e se tornou um escritor renomado.

Tutuola foi um dos fundadores do Mbari Club, uma organização de escritores e editores de grande importância na Nigéria. Deu aulas na Universidade de Ife (hoje chamada Universidade Obafemi Awolowo) e, em 1983, no International Writing Program da Universidade de Iowa (Estados Unidos).

Após se aposentar, viveu na Nigéria entre suas duas residências, em Ibadan e Ago-Odo. Morreu em Ibadan em 8 de junho de 1997, aos 77 anos.

"Depois de me afastar dessa aldeia cerca de uma milha, esse mago fantasma se aproximou de mim no caminho. Pediu que dividíssemos os presentes, mas ao recusar, ele se transformou numa cobra venenosa e tentou me morder até a morte. Então usei meu poder mágico e me transformei instantaneamente num bastão longo, e comecei a espancá-lo repetidamente. Quando sentiu muita dor e estava prestes a morrer, mudou de cobra para um fogo intenso e reduziu o bastão a cinzas, depois começou a me queimar também. Sem hesitar, me transformei em chuva e o apaguei imediatamente".

— Amos Tutuola, Minha vida na mata dos fantasmas

"A corda da verdade é fina, mas ninguém pode cortá-la; a corda da mentira é grossa como um grande pilar, mas pode ser facilmente cortada em mil pedaços".

— Amos Tutuola, Ajaiyi e sua pobreza herdada

📷 Imagem da internet

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Amos Tutuola (1920–1997) 🇳🇬




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