Já se perguntou o que é economia ou sustentabilidade para os povos tradicionais, e quais os impactos na forma de conceber o alimento, para esses grupos?


Convencionou-se pensar as formas tradicionais, apartir da logica ocidental de desenvolvimento, do que se difere a tentativa de moldar, ou mesmo catequizar como faziam historicamente os colonizadores?

Partimos de uma premissa econômica rentista, na forma de orientar nosso pensamento, toda relação gira em torno da lógica do capital, dos seus regimes de acumulação, de tecnicas cada dia mais avançadas, onde o tempo é dinheiro, onde o velho é escanteado, por "não produzir", onde tudo se objetifica e monetariza.

Numa aldeia indígena, ou entre grupos quilombolas, a caça, a coleta e a alimentação era compartilhada entre todos, mesmo existindo alguma hierarquia, os valores são definidos por trocas subjetivas, entendendo a logica da observação como um valor, e pelos tempos, e respeito à natureza, sem esquecer o valor dado ao artesanato e as manualidades.

A terra tem um valor diferenciado, para um indigena ou um quilombola, pois ela faz parte intriseca da coexistência, entre ele e a natureza, o que para nós é difícil compreender.

Pensando ainda como vemos "sustentável", termo tão em voga para nós, partimos de um olhar economicista, de acumulador, de aproveitar algo, com um olhar que implica numa perda financeira, mas para eles, há uma organicamente na utilização de cascas, sementes, algo que chamamos de "descartável", algo em se tratando de seu olhar é inconcebível, pois todas as coisas na natureza exercem uma função cosmologica pré-estabelecida.

Etimologicamente a palavra Economia, termos origem no grego,  "oikos", que significa casa, e nomos, que significa gerir ou administrar.

Fazendo um exercício de aproximação entre o campo alimentar encontramos Gastronomia, união das palavras 'gaster', que significa estômago, e 'nómos', o estatuto que rege, ou daemon das leis, estatutos e normas, que se contrapõe a "physis", isto é, "lei" e "natureza".

O alimento para os povos tradicionais está no campo do sagrado, com o avanso midiatico de chefs e o universo culinário, certa vez afirmei que não existia "Gastronomia Ancestral", pois eram dois conceitos incompatíveis em seus princípios basicos, ou seja, uma coisa em essencia, não faz parte ideológica das formas de conceber uma visão metafísica de mundo.

Da mesma forma que o pensamento materialista, não registra conceitos que esteja fora do racionalismo capitalista, que não entende diversidade como um valor capital de preservação da espécie, temos que compreender a importância das subjetividades dos povos tradicionais enquanto  forma de mantes sua autonomia e suas singularidades.

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