Cobra vista Mestre João Grande, com direito a aula online.

Nascido em Itagi, no interior da Bahia, João Oliveira dos Santos cresceu como lavrador e gostava de observar a movimentação dos bichos no mato – que, mais tarde, associaria à da capoeira. 

Órfão de mãe, sem ter frequentado escola, virou tropeiro até que num domingo, aos 20 anos, quando descansava nos degraus da igreja da cidade, um casal de mascates lhe perguntou se não gostaria de ir para Salvador. Não pensou muito e partiu com uma trouxa de roupa. Ao chegar, deparou-se com uma roda de capoeira angola e reconheceu um lance que havia visto em sua infância, sem saber do que se tratava. Curioso, perguntou a Mestre Barbosa o que era aquela dança, ele respondeu: “É capoeira”. E João recorreu ao Mestre Pastinha para ensiná-lo.


O mestre não mais praticava ca­poeira quando surgiu um movimento de resgate da luta na Bahia durante a década de 1980. E ele retomou o ofício de ensinar no Forte Santo Antônio, onde já estava instalado Mestre João Pequeno. O lugar começou a ser frequentado por intelectuais norte-americanos interessados na dança, que viam como legado da diáspora africana. Foram os casos de Ken Dossar e Daniel Dawson, que o convidaram para participar do Festival de Artes Negras de Atlanta, Nova York, em 1990. 

Ao fim do evento, recebeu um convite de um capoeirista chamado Nego Gato para dar aulas no Harlem. Mestre João Grande aceitou e, graças a uma aluna inglesa, a professora universitária Tisch Rosen, que ele apelidou de Risadinha, conseguiu abrir sua academia, Capoeira Angola Center, na rua 14, em Manhattan.



Confira hoje no link @mestrecobramansaoficial

Hoje, Mestre João Grande pode não ser o mais conhecido capoeirista baiano, mas, talvez, nenhum tenha recebido títulos tão importantes e homenagens relevantes quanto ele.

Em 1994 tornou-se doutor honoris causa pela Upsala College, de Nova Jersey. Sete anos depois, levou o National Heritage Fellowships, só para citar dois. E acaba de se tornar tema do doutorado Na roda do mundo: Mestre João Grande entre a Bahia e Nova York, defendido na USP por Maurício Barros de Castro, com orientação de José Carlos Sebe Bom Meihy.


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