Primeiro museu do campo traz resgate histórico sobre a produção de rapadura e legado das famílias pioneiras

Centro de Memória da Rapadura é considerado o primeiro museu na zona rural com objetivo de fomentar o turismo no campo e preservar a cultural e tradição da região.

O primeiro museu na zona rural em Mato Grosso é dedicado à preservação da memória e história cultural da produção de rapadura pela agricultura familiar. O local leva o nome de Centro de Memória da Rapadura, na comunidade Campo Alegre de Baixo, em Nossa Senhora do Livramento, a 42 km de Cuiabá.

A tradição desse doce é tão intensa e respeitada na comunidade que foi criado o museu a fim de preservar a cultura local. Das 80 famílias, os produtores se organizam em diferentes atividades com a produção dos doces, com destaque especial para a rapadura de diversos sabores caseiros.

Segundo a coordenadora do grupo de pesquisa do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), Zuleika Alves de Arruda, a ideia do museu ocorreu após um levantamento sobre a história do local.

"O grupo de pesquisa iniciou com um inventário do patrimônio cultural do Vale do Rio Cuiabá, com um projeto de cartografia do vale, na qual conhecemos essa comunidade e despertou interesse em divulgar e preservar a cultura", disse.

O espaço concentra uma representação de todo o processo de produção da rapadura. Os visitantes acompanham essas etapas através do acervo fotográfico pendurado nas paredes, desde o plantio até a fase final.

"São dois tipos de rapadura que têm representação no museu. Uma é de cana-de-açúcar e outra é feita de leite e derivados. Mas há outros sabores diversificados, como rapadura de mandioca, de leite com babaçu. É importante ressaltar que todos os utensílios usados são da família Moraes, que fez a doação do primeiro tacho", explicou.

A rapadura tem um resíduo que pode ser fonte geradora de renda, segundo ela. A proposta do primeiro museu no campo tem como finalidade o fomento ao turismo rural para tornar o campo uma nova oportunidade de vida e renda, além de preservar a memória da tradição local, de acordo com a pesquisadora.

Para o produtor Ciro Ernesto de Moraes, o museu trouxe um resgate histórico sobre os pioneiros da comunidade.


"É uma honra muito grande porque a gente não esperava. Ali tem todas as pessoas que ajudaram a fundar e a lutar por essa comunidade. Isso deixa a gente muito feliz. Eu sou produtor de rapadura da agricultura familiar com muito orgulho", afirmou.

Fonte: G1

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