Comida e biodiversidade Em Serra Grande

Este post não é sobre jardinagem, turismo, e nem sobre comida, trata-se de conhecimento, conhecer mais da natureza que que nos cerca, e que é a essência da comida que delicia nossos paladares e nutre nossos corpos, é a conexão crítica alimento-nutrição-natureza-cultura.

Conhecer e valorizar a biodiversidade que cresce na natureza, e a diversidade de cada região da Bahia, tem seus hábitos alimentares, suas próprias receitas; cozinha com seus ingredientes e, come de forma diferente.

Se a biodiversidade desaparecer, perderemos a riqueza alimentar em nossos pratos, nossa comida se tornará impessoal, um pacote estéril projetado para tamanho e sabor universais.

Isso é o que está acontecendo hoje quando comemos alimentos embalados em caixas de plástico, estéreis e sem vida.

A conservação desta biodiversidade, aliás a sua celebração, obriga-nos a cultivá-la nos nossos pratos, caso contrário, não apenas nossa comida se tornará estéril, mas também perderemos a natureza e o conhecimento que a liga à alimentação e à nutrição.

À medida que lidamos com os desafios de alimentar a crescente população mundial sem destruir nosso planeta, as agendas estão se voltando cada vez mais para o papel da biodiversidade nos sistemas alimentares. A biodiversidade em todos os níveis – genético, de espécies e ecossistemas – é a base de nosso sistema alimentar, mas nossa compreensão de seu papel é muitas vezes negligenciada ou desvalorizada.


Essa é nossa tarefa na Oficina Sotoko, que estaremos realizando entre os dias 23 e 24 de Abril, Na Oficina de Culinária Sotoko, teremos rodas de conversa, coleta de plantas alimentícias, trocas de experiêcnias e elaboração de receitas com alimentos da sociobiodiversidade 

Seguiremos mapeando as plantas alimentícias tradicionais do Baixo Sul Baiano, além de apresentarmos novas alternativas no uso de alimentos e receituários, entendendo agroecologia como base. 

Nas minhas andanças por Serra Grande, no estremos Sul da Bahia, conheci a Mara Campos e as guerreiras do projeto Mães Solidárias, um projeto que que vem mudando a vida de muita gente.

Com o passar do tempo, essas mulheres passaram a integrar o grupo Mães Solidárias, composto hoje por sete mulheres, Eunice Souza, Ivana Jesus de Sousa, Mara Campos, Maria José Oliveira, Marlene Setubal, Olga Oliveira Souza, Soliene Lima, o qual vem dedicando à ação social de preparo de merendas escolares, lanches para projetos sociais e o "Sopão Solidário", oferecendo refeições para mais de 100 famílias. Trabalhar coletivamente despertou neste grupo o desejo de empreender uma ação permanente para assegurar a cultura da região, transferir conhecimento, despertar para uma alimentação mais saudável e melhor qualidade de vida e também do voluntariado da comunidade. Solidariedade! É a palavra que melhor expressa a riqueza deste trabalho.

Na parte teórica da Oficina, vamos fomentar multiplicadores da Agroecologia, alimentação saudável e sem desperdício.

Serra Grande Santuário de biodiversidade 

Serra Grande fica na Costa do Cacau, Baixo Sul da Bahia é uma região com imenso potencial ecológico, é um distrito do município baiano de Uruçuca, localizado a 43 km ‘s de Ilhéus e 30 km ‘s de Itacaré. 

Uma vila pequena e tranquila que fica no coração da estrada mais ecológica do litoral sul baiano, com praias de areias branca e cheias de coqueiros.

Serra Grande é um santuário ecológico por excelência, entre o mar e a costa verde que margeia essa região de pura Mata Atlântica, com plantas e flores tropicais, muitas plantas alimentícias e belíssimos coqueirais à beira-mar, fazendas de cacau escondidas no interior, cachoeiras incríveis, praias de águas mornas e tranquilas e geralmente desertas até nos feriadões.

A vila foi construída no topo de uma colina verde com vista para Mata Atlântica – boa parte ainda virgem – e para o mar claro e azul.

Do Mirante da Serra Grande se observam 22 km ‘s dos mais verdes coqueiros, mar incrível,  um visual fantástico, dá para ver as praias de Pé de Serra e Sargi que vão praticamente até Ilhéus.

Cercada pelo Parque Estadual Serra do Conduru, várias instituições de Serra Grande trabalham em prol da preservação da Mata Atlântica e do desenvolvimento social junto ao turismo sustentável. Em uma área composta por imensos coqueirais, cachoeiras e extensas praias de águas mornas, praticamente desertas, a pequena vila vai além do mirante deslumbrante. A vida comunitária de Serra Grande, é fomentada através de apresentações de diversos grupos culturais e pelo incentivo à produção artesanal local. 

O Parque do Parque Estadual Serra do Conduru é uma homenagem ao Conduru – (Brosimum Rubescens) – árvore de madeira nobre e muito valorizada que é encontrada nas florestas Ombrófila do Sul da Bahia.
Suas belas paisagens, a rica biodiversidade da fauna e flora, os riachos e cachoeiras de águas cristalinas, fazem do PESC um símbolo da conservação ambiental para toda a região. Este riquíssimo patrimônio natural confere ao parque importância estratégica para o desenvolvimento da atividade turística na região, principalmente aquelas ligadas ao turismo de natureza.
Na região existem diversos produtores de frutas orgânicas como cacau, goiaba, limão, coco e cupuaçu, além disso, podemos encontrar também, gente produzindo alimentos como cogumelos, palmito de dendê, cervejas especiais tendo como base o cupuaçu, o cacau, e muitos produtos inovadores.

A vila é cercada por propriedades onde pequenos produtores exercem a agricultura orgânica, desenvolvendo o conceito “farm to table”.

Aos Sábados na vila, tem a feira na praça, onde a comunidade se reúne para compras de víveres e alimentos, e pode desfrutar de um delicioso café da manhã com produtos locais.

Produção de Aloyana Lemos, guardiã do Espaço Agroecológico Raiz

@espacoagroecologicoraiz

Apoio de Conduru Viva Cerveja Artesanal

@conduruviva

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