Uma Instituição: O Bar!

O bar, o boteco representam no imaginário popular a essência da sociabilidade, do encontro, este lugarzinho querido, onde juntar os amigos, compartilhar conversas, degustar uma boa comida e muito bom humor.
Botequim e boteco aparecem como termos que são oriundos do
termo português botica (de Portugal) e do termo espanhol bodega, sendo que tanto botica quanto bodega derivam do grego apothéke, que eram depósitos, pequenas vendas toscas, mercearias, armazéns que vendiam bebidas, bebidas alcoólicas, tira-gostos, fumos, cigarros, além de mantimentos, miudezas e artigos variados de primeira necessidade e, inclusive, remédios (as primeiras farmácias e drogarias eram boticas); eram, portanto conhecidos como o comércio de secos e molhados
E como não falar do Rio de Janeiro, virtuoso no ato de receber, seja em seus bares, botecos e ate restaurantes, foram muitos os que serviram de ponto de encontro para a nata da Boémia Carioca, mas um deles ficou celebre nos anos 60/70, o Antonio's, o bar que oficialmente nasceu na noite de 11 de fevereiro de 1967, com o nome da música que Frank Sinatra consagrara - Strangers in the Night, na avenida Bartolomeu Mitre, 297, loja C, como sucessor do Le Grill de Leblom e com a mesma razão social: Churrascobrás. Ao que tudo indica o nome Strangers [causou] estranheza, pois não durou nem três luas ou três porres. Por sugestão do Otto Lara Resende mudou-se o nome. 
A escolha do nome - Antonio`s - coube a José Luis Magalhães em Lins, em referência óbvia ao cozinheiro preferido do jornalista Armando Nogueira. Essa autoria foi colocada em dúvida, mas o bíografo do bar, [Mário] Almeida, após "longas pesquisas", garante que o banqueiro José Luis Magalhães Lins, além de ter ajudado Manolo e seus dois [sócios] a empinarem os papagaios para instalarem o bar, foi quem deu o nome definitivo. Apesar do próprio cozinheiro [Antonio] ter ficado pouco tempo na cozinha da Bartolomeu Mitre. De temperamento inquieto, foi para o Antonio, batizado inclusive com a fusão de Nino, do mesmo proprietário, e do próprio Antonio Luis Pereira, hoje cozinheiro em Nova York. Já Florentino Prieto Graña, da Galíeia como Manolo, em 1980, resolvia prosseguir em "vôo solo" e abria a essa com seu nome na General San. Martim, final do Leblom.foi ponto de gente famosa, Jornalistas, Socialites, artistas e escritores.
Gente que passava sempre por lá, os que ficavam e ate os que nunca saiam, faziam parte da fauna de um Rio, generoso, multicultural e cheio de bossa!
Muitos Sambas famosos, tiveram a mesa do Antonio's, como companheira, Chico Buarque por exemplo, foi um virtual, assíduo e confesso frequentador, tendo ate um prato em sua homenagem, o "Filé à Buarque" ao qual reproduzo agora:
"Nesta secção só entra Bamba, Bamba de fama, Bamba de conhecedores segredos da boa comida e cada Bamba, dará sua receita.
Para se fazer o verdadeiro Filé é necessário, passar um bife de file ao gosto do fregues-Chico prefere mal passado. 

O molho é preparado com patê de fígado de boa qualidade, manteiga e vinho madeira. Misturando-se levemente os ingredientes. Em seguida, dá-se uma ligeira esquentada, mexendo sempre a pasta com uma colher, Quando ela estiver bem misturadaretira.se o bife da frigideira, coloca-se no prato e cobre-se o bife com o molho de pate, e em seguida rega-se o conjunto com o caldo que sobrou. Serve-se acompanhado de Batatas fritas à francesa, bem secas e muito finas. E pronto, ai esta o prato preferido do Chico, que segundo o próprio, fica mais saboroso ainda se comido depois de se jogar uma boa partida de futebol."
A descrição do prato faz parte do livro Antonio's, Caleidoscópio de um bar, do Mário Moreira, nota do Jornal Ultima Hora-s/data.
Leia tambem o PDF do Bares e botequins tradicionais na cidade do Rio de Janeiro: uma relação de identidade, no Sigulink: http://goo.gl/0uf5IT

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