Delicias da Horta-Inhame Quiçare. Nhoque de Inhame Quiçare

O vocábulo "inhame" origina-se das línguas do oeste da África, a  palavra yam, do inglês, vem do Wolof nyam, que significa "a amostra" ou "sabor"; em outras línguas Africanas, a palavra utilizada para inhame também pode significar
Inhame Quiçare na Feira das Sete Portas-Ba
"comer", como, por exemplo, yamyam e nyama, em Hausa.
O gênero Dioscorea compõe-se de plantas trepadeiras anuais ou perenes cuja porção subterrânea produz tubérculos em geral comestíveis, das quais existem mais de 150 espécies e cerca de 600 cultivares usados para fins agrícolas. O género Dioscorea é originário das regiões tropicais e subtropicais de ambos os hemisférios.

As maiores espécies maiores do género Dioscorea atingem até 1,7 metros de altura; têm folhas largas, de interessante efeito decorativo.
Muito cultivado no município de Amargosa no Vale do Jiquiriçá, a Sudeste do estado da Bahia, segundo pesquisa do IF BAIANO, onde foi observada à necessidade de estabelecer bases agroecológicas nas roças como premissa para o crescimento sustentável, na busca de soluções tecnológicas baseadas em extração do amido aumenta o valor econômico do tubérculo, o resultado alcançado, porém, apresentou rendimento de 12,5%, podendo dificultar sua viabilidade em vistas à extração integral da farinha poder alcançar 80%. Soluções criativas em gastronomia elevam a importância desse tubérculo e contribuem para convergir a agricultura familiar ao mercado de alimentos orgânicos e promotores de saúde.

Os tubérculos variam em tamanho desde pequenas "batatas" de alguns centímetros de diâmetros até gigantes com mais de 1,5 metros de comprimento e 40 kg de peso, ou até 2,5 metros de comprimento[2] e 70 kg (150 libras) de peso. 
A pele do tubérculo é áspera e difícil de descascar, mas suaviza após aquecimento. As peles variam em cor do castanho escuro ao rosa claro. Dependendo da espécie e variedade, a porção comestível do inhame pode ter polpa com cores que vão do esbranquiçado ao amarelo, rosado ou ao roxo, com casca mais ou menos rugosa com coloração que vai do esbranquiçado ao castanho-escuro. 
A textura da polpa varia entre o tenro e aguado e o seco e fibroso, dependendo da espécie e variedade e do seu estado vegetativo.
A quase totalidade da produção de inhame é utilizada para alimentação humana, em geral consumido diretamente sob a forma de vegetal cozido. A cozedura é essencial dado que os inhames contém, em quantidade que depende da espécie, compostos que lhe dão um sabor acre que é destruído pelo calor.
Inhames Inseridos na Cultura Baiana
Oxaguian por Carybé
Culturalmente os inhames tem uma relação forte com a Bahia,  Pierre Fatumbi Verger conta uma das lendas que Oxaguian teria nascido em Ifé, bem antes de seu pai tornar-se o rei de Ifan. Oxaguian, valente guerreiro, desejou, por sua
vez, conquistar um reino. Partiu, acompanhado de seu amigo Awoledjê. Oxaguiã não tinha ainda este nome. Chegou num lugar chamado Ejigbô e aí tornou-se Elejigbô (Rei de Ejigbô). Oxaguiã tinha uma grande paixão por inhame pilado, comida que os iorubás chamam iyan. Elejigbô comia deste iyan a todo momento; comia de manhã, ao meio-dia e depois da sesta; comia no jantar e até mesmo durante a noite, se sentisse vazio seu estômago! Ele recusava qualquer outra comida, era sempre iyan que devia ser-lhe servido.

Chegou ao ponto de inventar o pilão para que fosse preparado seu prato predileto. Impressionados pela sua mania, os outros orixás deram-lhe um cognome: Oxaguiã, que significa "Orixá-comedor-de-inhame-pilado", e assim passou a ser chamado.
Os inhames são em geral vendidos a peso, sendo comum serem cortados nos mercados para serem comercializados em porções.
Porque comer Inhames?
Os respectivos tubérculos, cujo uso para fins alimentares está muito difundido nos trópicos (pantropical), principalmente na África Ocidental, nas Caraíbas e na Região Nordeste do Brasil. Os tubérculos dos inhames são usados como acompanhamento de carnes, sopas e saladas, geralmente em pratos salgados, e com menos frequência em bolos e doces. O seu uso como alimento também é crescentemente apreciado nos Estados Unidos e na Europa, principalmente na França, onde seu consumo é associado a benefícios medicinais tais como a redução do mau colesterol.por constituir um negócio agrícola muito promissor, dada a excelente qualidade nutritiva e energética de suas túberas e a grande utilidade para a alimentação humana, já sendo utilizadas na dieta de todas as classes da sociedade brasileira. 
É uma tuberosa de expressivo potencial, produtora de túberas altamente energéticas e ricas em vitamina do complexo B (tiamina, riboflavina, niacina e piridoxina), carboidratos, amido e
minerais; apresenta baixo teor gorduras, sendo ainda bom estimulante do apetite e excelente depurador do sangue. Algumas espécies vêm sendo utilizadas para extração de sapogeninas esteróidais e de material de partida para a síntese de cortisona. 
Possui alto teor de amido e vitaminas do complexo B, o que confere ao inhame a fama de ser um alimento altamente energético. Em termos medicinais o inhame é considerado um poderoso depurativo do sangue e, de acordo com o Estudo Nacional da Despesa Familiar realizado pelo IBGE, é recomendado também na prevenção da malária, da dengue e da febre amarela. Além disso, ele fortalece o sistema imunológico e aumenta a fertilidade nas mulheres. Todas as partes do vegetal podem ser consumidas: o tubérculo, as folhas e os talos. 

Em alternativa, o inhame cozido pode ser macerado, formando purés que podem ser utilizados diretamente ou adicionados a alimentos sólidos ou sopas.

Os purés de inhame podem ser secos para produzir uma farinha destinada a consumo em fresco, como aditivo na confecção de outros alimentos ou como base para papa. Na África Ocidental, a farinha pode ser preparada a partir de inhames frescos, sendo, depois, usada na confecção de uma massa (a amala ou telibowo) que só depois é cozinhada.

Nas Filipinas, os inhames são conhecidos como ube e são consumidos como sobremesa (chamada halaya) e, frequentemente, com frutas e leite (no chamado halo-halo).

O inhame tem um elevado valor calórico, sendo rico em proteínas e em elementos tais como o fósforo e o potássio, tendo na estrutura alimentar das regiões tropicais a mesma posição que a batata ocupa nas regiões temperadas.

Geralmente as pessoas confundem o Quiçare ou Inhambu com o inhame ou com o cará. 
Os três são de famílias diferentes: o Quiçare pertence ao gênero Colocasia, o inhame, ao gênero Dioscorea e o cará, ao gênero Alocasia. A semelhança se dá apenas na questão do sabor. O Quiçare é rico em amido e pobre em gorduras, apresenta grande quantidade de fibra dietética.
São varias receitas feitas com este deliciosa rais, como o Cuscuz, as Panquecas, alem de ser servido simplesmente com  manteiga no Café da manha.

Nhoque de Inhame Quiçare
Nhoque preparado com Inhame Quiçare

Ingredientes:
600 g de Quiçare
2 xícaras de farinha de arroz
1 colher de chá de sal
Noz-moscada a gosto

Modo de preparo:

Lave os Inhames, cozinhe-os com a casca no vapor em uma cuscuzeira até que estejam bem cozidos, retire do fogo e deixe esfriar. Depois de frios, remova as cascas e passe-os pelo espremedor de batatas. Em seguida, adicione o sal, a noz-moscada, mexa e adicione a farinha aos poucos, amassando a massa com a mão. Faça rolinhos com pequenas porções da massa, corte os nhoques. Leve ao fogo uma panela com 1 litro de água, quando estiver fervendo, cozinhe os nhoques aos poucos, quando eles subirem à superfície da água, retire da panela com o auxílio de uma escumadeira. Sirva em seguida com o molho desejado ou leve ao forno com queijo para gratinar.

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