Fruto do Lobo

A Lobeira ou Fruta-do-lobo (Solanum lycocarpum) é uma belíssima espécie encontrada no Cerrado (São Paulo, de Minas Gerais, de Goiás, de Mato Grosso e do Tocantins, além do Distrito Federal).

 Pertence à família Solanaceae, a mesma do Tomate, da Pimenta Malagueta e do Jiló. Esta família apresenta mais de 96 gêneros de plantas espalhados por todo o mundo.


Um fruto da regiões do cerrado e em áreas alteradas pelo homem, onde é uma das espécies pioneiras mais importantes na América do Sul.

A lobeira tem sua frutificação concentrada entre julho e janeiro. Multiplica-se facilmente por sementes. Seus frutos representam até 50 por cento da dieta alimentar do lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), acreditando-se que tenham ação terapêutica contra o verme-gigante-dos-rins (Dioctophyme renale), que é muito frequente e geralmente fatal no lobo-guará. Seus frutos têm o formato arredondado, alcançando até 13 centímetros de largura, e são de cor verde e amarela (madura).

A flor da lobeira é hermafrodita de uma incrível beleza em sua cor azul arroxeada com o estigma amarelo
Folhas grandes, ovaladas com pilosidade branca que as tornam brilhantes ao sol.

O Lobo está entre os animais que sofrem sérios riscos de extinção dentro de nossa fauna. Segundo estatísticas feitas por cientistas, mais de 300 espécies animais já desapareceram da face da Terra e a extinção continua ameaçando cerca de 900 das existentes.

Como possuem pernas compridas e ágeis, pode facilmente subir em morros e montanhas. Essa característica física favorece também os saltos no momento da caça.
Alimenta-se principalmente de aves, roedores, raízes e algumas espécies de frutos.
É uma espécie de hábitos solitários, não formando alcatéias como fazem outras espécies de lobos, eles preferem a noite para caçar.

O Lobo-Guará tem função importante na disseminação da lobeira, Estes animais são bastante dependentes da lobeira (Solanum lycocarpum) e estabelecem, com esta planta, uma relação simbiótica: sem os frutos da lobeira, o lobo-guará morre de complicações renais causadas por nemátodos. Em contrapartida, o guará tem um papel fundamental na dispersão das sementes dessa planta.


O fruto da Lobeira é um pouco maior que uma laranja arredondada atingem até 13 cm de diâmetro, de cor verde ao amadurecer fica com tons marrons.
Exala um perfume delicioso que ao entardecer fica ainda mais forte abrangendo grande área, atraindo os que dela necessita.
Não é por acaso que a lobeira possui este nome: trata- se de espécie muito apreciada pelo lobo-guará, o verdadeiro lobo brasileiro - animal em extinção, habitante da região dos cerrados - constituindo-se em um de seus principais alimentos.

No Brasil e em vários outros países, principalmente África e Índia, muitos pesquisadores têm se dedicado à investigação de plantas e isolamento de princípios ativos que possam ser utilizados no tratamento alternativo de diversas doenças, dentre elas o diabetes mellitus. Nos países ocidentais, o diabetes está entre as dez principais causas de morte da população. 
Apesar dos progressos em seu tratamento clínico, ainda não foi possível controlar as graves conseqüências desta doença crônica, incluindo a retinopatia, neuropatia e insuficiência renal. 

A doença causada pela perda completa ou parcial da secreção do hormônio insulina pelo pâncreas, afeta a absorção e a utilização dos açúcares, gorduras e proteínas pelas células. 
Devido à insuficiente secreção de insulina, as células perdem a capacidade de absorver e utilizar glicose como fonte de energia para suas atividades. Isto leva ao aumento de glicose no sangue, ou hiperglicemia responsável pelas complicações visuais, circulatórias, renais, comprometimento da utilização dos lipídios e das proteínas pelo organismo do diabético e várias outras.
          
Desde a década de 90, os indivíduos com diabetes podem adquirir em Farmácias especializadas em Fitoterápicos, e outros tipos de estabelecimentos, cápsulas de um polvilho ou amido extraído da polpa dos frutos da lobeira, as quais são utilizadas, popularmente, com base na hipótese de que componentes do polvilho pudessem ter um efeito hipoglicemiante reduzindo a taxa de açúcar no sangue. 
É muito difundida também a extração caseira do polvilho a partir da trituração da polpa das frutas em liquidificador, seguida da separação e purificação do pó após várias lavagens com água.

No âmbito científico, existem controvérsias quanto ao efeito terapêutico do polvilho da lobeira sobre a redução do teor de glicose sanguínea. Estudos experimentais realizados na Universidade Federal de Minas Gerais e na Universidade Federal de Alfenas demonstraram que o polvilho das frutas de lobeira não apresenta efeito hipoglicemiante. Em trabalhos cujos animais diabéticos receberam doses de 1 g ou 2g do polvilho/Kg de peso, 2 vezes ao dia, durante 7 dias e, em outros em que animais foram tratados por 70 dias com o polvilho, não se observou redução do teor de glicose no sangue. Portanto, é questionável a validade do consumo deste tipo de produto com o intuito de promover a melhoria da glicemia e da qualidade de vida dos portadores de diabetes. Embora existam vários tipos de plantas que apresentem potencial terapêutico cientificamente comprovado, é sempre aconselhável usá-las, quando for o caso, porém, sem abandonar o tratamento convencional e o respectivo acompanhamento dos possíveis efeitos da planta sobre a doença a ser tratada.

O USO MEDICINAL DA LOBEIRA

Solanum grandiflorum

Descrição : Da família das Solanaceae. Também conhecida como fruta-de-lobo, fruteira-de-lobo, jurubeba-lobeira.. Arbusto com espinhos, folhas semalahntes à da jurubeba, flores brancas ou azuis.

Parte utilizada: Folhas, frutos.

Princípios Ativos: taninos.

Propriedades medicinais: Antidiabética, antiespasmódica, hipocolesterolêmica, hipoglicêmica, hipotensor, lipolítica.

Indicações: Afecções das vias urinárias, colesterol, cólica renal e abdominal, diabete, diminuir apetite, espasmo, gordura do fígado, redução da pressão sangüínea.

Contra-indicações/cuidados: não é indicada para gestantes, nutrizes e crianças. Segundo crenças da população sertaneja de algumas regiões brasileiras, o fruto da lobeira pode causar males digestivos e envenenamentos. Porém, estudos feitos com a planta não lhe atribuem nenhum efeito colateral grave.

Modo de usar:

- os frutos maduros podem ser consumidos “in natura” e no preparo de doces e geleias de sabor levemente azedo. Também podem ser misturados a outras frutas e empregados no preparo de doces que levam pêssegos ou marmelos;

- infusão das folhas pode ser empregada no tratamento de diabetes, na redução dos níveis de colesterol, em regimes (reduzem as gorduras do fígado e diminuir o apetite), afecções das vias urinárias, espasmos, cólicas renais e abdominais e redução da pressão sangüínea;

- As folhas e o polvilho dos frutos verdes (feito a partir da trituração dos frutos com água) são empregados popularmente no controle da produção de insulina e do nível glicêmico do sangue;


- O polvilho extraído dos frutos verdes: diabetes (restaurar a produção de insulina pelo pâncreas).

Geleias 
Devido ao seu alto teor de pectinas o fruto da lobeira se presta para o preparo de Geleias, é bastante cítrica apresentaram grau de esterificação de 65% e 77,15%, respectivamente, sendo classificadas de alto grau de esterificação. 
A pectina comercial é classificada como de rápida geleificação, e a pectina de fruto de lobeira como de média geleificação. A pectina cítrica apresentou viscosidade intrínseca 6% maior que a pectina de frutos de lobeira devido, provavelmente, à menor massa molecular decorrente do processo de extração ácida. Em relação à capacidade de formação de gel, a análise visual evidenciou que o gel composto por uma solução de 1,7% de pectina, 65% de sacarose, e pH 2,0 apresentou-se as melhores características, não sendo observado escoamento de material ao se virar o tubo. No que se refere à atividade emulsificante, a pectina de frutos de lobeira apresentou maior atividade emulsificante (100%) do que a emulsão de pectina cítrica (45%). Em relação à estabilidade da emulsão, a pectina experimental apresentou 81% de estabilidade enquanto a pectina cítrica apresentou 100%, levando a novas perspectivas de aplicações. Devido às suas propriedades estabilizantes e espessantes, as pectinas podem ser utilizadas como aditivos em geléias, maionese, cremes para saladas, sucos concentrados, bebidas e produtos lácteos.

Os resultados indicam que pectina de frutos de lobeira apresenta propriedades tecnológicas que habilitam seu uso como aditivo na fabricação de geléias, de bebidas e produtos lácteos, molho para saladas, maionese, entre outros produtos.



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