Pão à base de frutos amazônicos é nova aposta do segmento de panificação no AM

Produtos são feitos com a fibra do caroço do açaí e do ouriço da castanha, não contém glúten, açúcar, lactose ou gorduras e têm validade de até seis meses Além de 100% benéficos para a saúde, os produtos também levam a marca sustentável.
Foto: Érico Xavier/Fapeam
Já imaginou um pão com seis meses de validade? E se ele não tiver glúten, açúcar, lactose ou gorduras, mas contar com um sabor irresistível de açaí ou castanha? O produto já existe e está sendo produzido no Amazonas com apoio do governo do Estado via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) pela empresa Sabores de 
Tradição: Os pães são feitos a partir das fibras do caroço do açaí e do ouriço da castanha e são ideais para dietas alimentares de pessoas com restrição a glúten, lactose ou gordura. De acordo com o empresário Jorge Carlos Neves, a empresa não pretende criar simplesmente pães integrais ou light, mas sim novas formulações em interação com processos para desenvolver alimentos naturais, saudáveis, funcionais, sem glúten, açúcar, lactose ou gorduras. “Queremos novos sabores, mas que sejam naturalmente nutritivos com novos ingredientes. Iniciamos com o de açaí e castanha, mas pretendemos utilizar o caroço do cupuaçu para produção de fibras e outros frutos da Amazônia também”, disse o empresário. Com os pães a empresa oferece uma nova alternativa de alimentos para pessoas com intolerância a glúten e lactose, além de atender uma carência do mercado que ainda não disponibiliza uma variedade de produtos nesse seguimento. “Nos últimos anos, o número de pessoas que possuem algum tipo de restrição a determinados alimentos aumentou, por isso, é importante pensar nesse público também.
Os nossos produtos vão atender esses nichos de mercado”, disse Neves. Atualmente, os pães que não possuem glúten ou lactose que são comercializados tem um prazo de validade em torno de quatro dias. O desafio da Sabores de Tradição é aumentar o prazo de validade dos produtos para até seis meses, possibilitando, assim, que os pães amazônicos possam ser exportados para o mercado nacional e internacional. Ele informou que os pães são resultado do projeto de pesquisa “Pães Inovadores com Insumos Amazônicos” que conta com recursos do governo do Amazonas via Fapeam por meio do Programa de Subvenção Econômica à Inovação (Tecnova/AM). A empresa expôs os produtos durante a Feira Internacional da Amazônia (Fiam) deste ano e recebeu propostas de empresários de São Paulo, da Inglaterra e das cidades de Orlando e Dubai. “Oito lojas de São Paulo se interessaram pelo ‘Bolo Amazônico’ e já trocamos os contatos. A feira nos proporciona isso, a possibilidade de conhecer novos contatos e isso é sempre positivo. Nas rodadas de negócios realizamos reuniões com novos compradores e temos boas perspectivas. Estamos dando um passo de cada vez e o próximo é a exportação. Estamos na busca de certificação ISO, para dar garantia ao comprador. Temos um caminho a percorrer, mas a expectativa é que a atividade comece entre os meses de março e abril de 2016”, disse o empresário. 
Sustentabilidade:  Além de 100% benéficos para a saúde, os produtos também levam a marca sustentável. Os caroços do açaí e ouriço da castanha, matéria-prima do pão amazônico, que eram desperdiçados, agora, são reaproveitados e transformados em fibras que agregam valor nutricional ao produto. Segundo o empresário, os produtos serão certificados com um selo orgânico, procedimento que assegura que um produto obedece a determinados requisitos como, por exemplo, a ausência de agrotóxicos e adubos químicos. Com a emissão do certificado, o consumidor tem a garantia de que o produto é 100% benéfico à saúde e que foi produzido dentro de um processo que prima pela qualidade. “No término do projeto teremos produtos novos prontos para a comercialização, mão de obra especializada e parcerias com produtores regionais de matérias-primas, promovendo o crescimento sustentável e gerando emprego e renda no Amazonas”, disse o empresário.

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