Vladimir Safatle, a esquerda elitista e a alma revolucionária e a cozinha?
"A defesa de Safatle não é a de uma eruditização da música, mas de um questionamento da política cultural que busca marginalizar a circulação de toda música que não se encaixa na reformada narrativa do desenvolvimento nacional — narrativa esta sustentada no discurso ideológico da harmonia entre as classes sociais, entre Estado e mercado."
*Nos perguntemos:
_E quanto à marginalização das cozinhas populares?_
Penso nas cozinhas populares em especial quando e se de seus vapores e ruídos depreendemos a potência, tantas vezes presente ao popular, de arremeter contra tais ideais de harmonia, seja entre as classes sociais, porque a comida e o comer são políticos, seja entre o Estado e o mercado, porque a cozinha, a comida e o comer não escapam à trama da economia capitalista, nem rejeitam a potencialidade de um seu protagonismo em outra economia, popular, solidária, coletivista, erguida, arrumada e fumegante em favor da vida.
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