O que faz o chocolate dessas ilhas ser o melhor do mundo?

Outrora o maior produtor mundial de cacau, as ilhas africanas estão finalmente fazendo jus ao seu apelido.

Sob o domínio colonial português, a produção foi organizada em roças (propriedades). Após a independência, em 1975, a falta de investimento e o colapso dos preços globais fizeram com que o auge do cacau de São Tomé se desvanecesse lentamente.

Apesar de ser o segundo menor país da África, essa pequena nação de ilhas gêmeas já foi a maior produtora do doce a um pouco mais de 100 anos atrás. 

Agora, diversos produtores locais estão lutando para colocar o país insular de volta no mercado, fazendo o uso de variedades de cacau antigas e imaculadas. Conheça mais sobre essa incrível história!

Uma reportagem feita pela BBC entrevistou Claudio Corallo, um italiano de 72 anos que atualmente vive em São Tomé e Príncipe produzindo chocolate. Corallo, que havia estudado agronomia em Florença, queria usar sua experiência em café para conseguir produzir um chocolate com alto teor de cacaus, mas que não fosse amargo.

Foi assim que ele encontrou os cacaueiros que procurava na plantação do Terreiro Velho, na ilha menor e mais intocada de Príncipe — cerca de 130 km a nordeste de São Tomé. Desde então, ele passou a trabalhar para aperfeiçoar o processo da produção, desde a colheita até a torrefação.

As árvores que crescem na plantação de Corallo são descendentes dos primeiros cacaueiros do país, visto que o cacau só havia sido cultivado na América Latina até o século XIX. No entanto, o rei João VI de Portugal, percebendo que perderia o Brasil como colônia, ordenou que todos os cacaueiros fossem enviados para a colônia portuguesa mais segura: São Tomé e Príncipe.

Cacau diferenciado

Se o chocolate de São Tomé e Príncipe é feito com o mesmo cacau que já esteve presente em terras brasileiras, o que faz dele tão diferente dos demais? A floresta montanhosa do país insular, onde as árvores estão localizadas, agora estão cobertas por uma copa de diferentes plantas.

As bananeiras fornecem sombra para o cacau jovem, enquanto que os coqueiros agem como proteção para os cacaueiros mais velhos. Segundo a gerente da principal fábrica de chocolates em São Tomé e Príncipe, Lina Martins, tudo isso agrega no sabor final do produto. "O cacau é como o vinho. Se descansar um pouco entre as etapas, fica mais gostoso", disse à BBC. 

Inclusive, a empresa produz apenas 150 kg de cada porcentagem de chocolate a cada seis semanas, principalmente porque precisa esperar até seis meses após a fermentação dos grãos antes de torrá-los. O resultado final é um doce muito bem tratado e carregado de sabor. 

E se a iniciativa de colocar São Tomé e Príncipe de volta no ranking de principais produtores de chocolate não fosse boa o suficiente, a indústria já tem demonstrado resultados expressivos ao empregar mais de 500 pessoas no pequeno país insular. 

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