Duas espécies inéditas de árvores frutíferas são descobertas em parque da Região Metropolitana do Rio

No total, há seis exemplares de uvaia-pitanga e três de cereja-amarela-de-niterói, como foram batizadas as novas árvores fluminenses; fruta tem gosto parecido com goiaba.

Por Camila Araujo

É oficial: o Rio tem duas novas espécies de árvores para chamar de suas. Pesquisadores da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e do Jardim Botânico do Rio descobriram, neste mês, exemplares raros de duas espécies ameaçadas de extinção no Parque Estadual da Serra da Tiririca. A Eugenia delicata e Eugenia superba, batizadas de uvaia-pitanga e cereja-amarela-de-niterói, respectivamente, foram encontradas nos municípios de Niterói e Maricá, de onde são endêmicas.

As árvores, inéditas no Estado do Rio, são consideradas altas, medindo de 12 a 15 metros de altura. A Eugenia delicata tem troncos com casca espessa e marrom-acinzentada, com folhas pequenas e delicadas. Já a Eugenia superba apresenta troncos descamantes, que soltam placas finas que esfarelam ao tato, o que faz com que sua aparência chame atenção na mata.

Em todo o parque, foram vistos apenas seis exemplares da uvaia-pitanga, e três da cereja-amarela-de-niterói, mas a presença delas na floresta fluminense já é um bom motivo de comemoração para a comunidade científica.

— As descobertas mostram a importância das unidades de conservação estaduais que protegem as florestas urbanas do Rio de Janeiro. São matas riquíssimas que certamente abrigam muitas outras espécies ainda não descobertas pela ciência — afirmou o pesquisador do Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Thiago Fernandes.

Ambas as espécies recém-descobertas produzem flores ornamentais e frutos comestíveis tanto para nós, quanto para a fauna local. O sabor das frutas, segundo os pesquisadores, é parecido ao de goiaba.

Em todo o parque, foram vistos apenas seis exemplares da uvaia-pitanga, e três da cereja-amarela-de-niterói, mas a presença delas na floresta fluminense já é um bom motivo de comemoração para a comunidade científica.

— As descobertas mostram a importância das unidades de conservação estaduais que protegem as florestas urbanas do Rio de Janeiro. São matas riquíssimas que certamente abrigam muitas outras espécies ainda não descobertas pela ciência — afirmou o pesquisador do Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Thiago Fernandes.

As espécies tiveram exemplares coletados no parque durante um inventário florístico – um estudo que visa a identificar espécies de flora de uma região – em 2008. Em 2022, os pesquisadores identificaram que não se tratava de uma árvore já registrada e, em fevereiro deste ano, publicaram o artigo científico que oficializou a descoberta no território fluminense.


O parque

Criado em 1991, o Parque Estadual da Serra da Tiririca (Peset) é a primeira unidade de conservação do Estado do Rio de Janeiro que surgiu a partir da mobilização de movimentos ambientalistas e comunitários. Com cerca de 3.500 hectares, está situado nos municípios de Niterói e Maricá com trilhas e diversos atrativos naturais. O Peset, que é administrado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), é considerado uma importante área conservada em perímetro urbano e recebe visitantes durante todo o ano.

Este conteúdo foi desenvolvido por O Globo.


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