Embalagens que fazem a diferença

Alimentos embalados em folhas, como suporte para cocção e obtenção de sabor, além de um efeito estético e identitário, fazem parte há séculos da nossa mesa, e se mantêm vivos em culturas que aprenderam desde sempre o valor de ser sustentável.
Em todas as Américas, Ásia e África, encontramos bons exemplos culinários, que definem muito mais que um gosto, uma forma contemporânea de negação à vida.
“Sem caldo ou molho, secas, envoltas em folhas de coqueiro ou de bananeira, e assadas em fogo lento ou no borralho, têm o nome particular de moqueca enfolhada”, assim explica Luís da Câmara Cascudo, um dos maiores estudiosos da cultura nacional, em seu livro História da alimentação do Brasil (1967). 

No Brasil poderíamos citar as Pamonhas, o nosso Abará, as Moquecas de Folhas, uma infinidade de alimentos que usam essa técnica, refazendo e avivando uma memoria dos nossos antepassados.

A ORIGEM DA PAMONHA.
Muitos acreditam que a PAMONHA é um produto de origem brasileira, apesar dos índios tupi brasileiros cozinharem a pamonha (seu significado em Tupi Guarani apá-mimõia = envolvido e cozido, ou Tupi: pa'muña, que significa "pegajoso"), este produto tem origem a milhares de anos entre as civilizações MAIA e ASTECA, as quais tinham quase toda sua alimentação baseada em milho. 

O Abará tem um sofisticado processo de embalagem, e acondicionamento no interior, de folhas de bananeira previamente defumadas, uma massa cremosa de feijões fradinhos pilados com cebola e camarões secos, que demonstram uma interação horizontal entre as culturas indígenas e negras, no preparo alimentar, conectando com o sagrado e preservando a natureza. 

Na Africa o Moi moi, é um similar ao Abará na Bahia, ele também é conhecido por diversos nomes, (Feijão Koki nos Camarões), este é um prato incrivelmente trabalhoso para preparar Começando pela imersão dos feijões, descamação e moagem do Feijão Fradinho, misturando-se com especiarias (incluindo flocos de pimenta e azeite de dendê) moldar em folhas de banana, e em pacotes de cozinhar com cuidado no banho-maria. 
O resultado é um delicioso bolo, também preparado com Milho e Soja e até Feijão branco. 
Poderosamente proteico apresenta fundamentos essenciais da comida nigeriana. 
Embora a variedade de ingredientes mudar de um extremo do país, o Moi Moi é capturado e transferido para a boca por meio dos primeiros três dedos de sua mão direita, quebrando e formando uma espécie de concha.
Rico em carboidrato saudável fornecido pelo Koki de milho (quase exatamente como uma polenta, um pouco mais duro), trituradas (como purê de batatas, mas com a consistência de massa simples), ou mandioca, da tapioca, e também com purê de batata.

Os TAMALES ou TAMAL é um produto ancestral e muito difundido em todo mundo. Nos primeiros dias de novembro, o México comemora o dia nacional dos Tamales, coincidindo com os festejos do Dia dos Mortos, mas a verdade é que o ano inteiro essas delícias são popularmente consumidas.

Os tamales tinham uma grande importância cultural, além do papel gastronômico, na cultura azteca.
Diversos autores fazem referência ao tamal não só como comida das classes "baixas" da sociedade asteca, como também fazendo parte da ementa dos nobres e sacerdotes em cerimônias especiais de jejum.

Apesar disso, como nessa época os tamales requeriam uma quantidade significativa de trabalho, é provável que apenas os nobres e os sacerdotes os comessem com alguma regularidade e as classes comuns apenas em festividades.
Evidências arqueológicas provam que o tamal fazia parte da vida quotidiana de algumas culturas do México, como os Olmecas, Aztecas e os Maias, para além de se usar em rituais religiosos, oferendas e túmulos.

O tamal ou tamale é um prato tradicional da culinária mesoamericana, feito a partir de uma massa à base de milho, que pode ser cozida a vapor, ou então fervida num invólucro, que pode ser feito de folhas de milho, de mandioca, de bananeira, de abacate, e que é retirado antes de ser consumido.
Há registo do consumo de tamales pelos Maias, que eram consumidos em eventos festivos no Período Pré-clássico (1200-250 a.C.).

As civilizações maia e asteca utilizavam-nos como uma comida portátil, para alimentar os seus exércitos, sendo também utilizado pelos caçadores e viajantes, pelo que o consumo de tamales no Império Inca é muito anterior à vinda do Império Espanhol ao Novo Mundo.Apesar do termo tamal (do náuatle tamalli, que significa "envolto") ser mais conhecido, a designação pode fazer de região em região, de país em país e de cultura em cultura. 

A designação pode também variar conforme o método de preparação, os ingredientes, a forma, o cheiro e o sabor:
O termo tamal é utilizado na Costa Rica, Cuba(Hallaca na região oriental), El Salvador, Estados Unidos, Guatemala, Honduras, México e Panamá, e nos Estados Unidos o termo Tamale também é empregue.
Argentina e Chile usam o termo tamales.
Existe uma preparação similar, a humita, que por vezes é confundida com o tamal (por aqueles que desconhecem as diferenças entre os dois, que passam pelo método de preparação, pelos ingredientes, pelas forma, sabor e cheiro).
Em Belice chama-se Bollo, na Colômbia chamam-se tamales ou "Envueltos" (envoltos), na região do Caribe, são conhecidos como pasteles ou bollos.

No Equador chamam-se tamales aqueles que estão envoltos em folha de mandioca e humitas, aqueles que estão envolvidos em folha de milho. 
Na província de Manabi também se chamam hayaca quando estão envolvidos em folha de mandioca, na Nicarágua os Nacatamal levam carne na composição.

No Peru chamam-se tamales; no entanto existe uma preparação similar conhecida como humitas, que podem ser doces ou salgadas (tal como os tamales), mas que não levam enchimento.
Porto Rico a "Guanime" é um tipo doce de Tamal, leva farinha de milho, leite de coco e açúcar, envolto em folha de mandioca.
Na República Dominicana chamam-se "Pasteles en hoja" (pastéis em folha), um prato muito similar ao tamal.
Na Venezuela é conhecido como "Hallaca", sendo que neste a hallaca é um prato completo, de preparação muito difícil, servido especialmente durante o Natal.
"Montucas"é como os Hondurenhos conhecem seus Tamales.
No México, existem outros nomes para o tamal, ou para certos tipos de tamal, dependendo de cada região produtora: Zacahuil, Corundas, Tzotobilchay, Pata de burro, Nacatamales, Chak chak wah, Buulil wa, kehil uah, Chanchamitos, Uchepos, Canarios, Juacané, Xocotamales.

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