Comida Aqui é Mato chega á Chapada Diamantina

No próximo episódio do Comida Aqui é Mato faremos uma imersão num dos maiores patrimônios Naturais da Bahia, a Chapada Diamantina.

A região tem muita importância na formação alimentar e gustativa baiana, dos faustos do garimpo a sua decadência, os fluxos culturais promovidos pelos tropeiros e garimpeiros é o tema principal deste episodio que tem duas cidades como centro:
Estiva de Lençois e Igatu.

Nos Gerais o garimpo foi por muito tempo a base da economia da Chapada Diamantina.
O ouro e os diamantes construíram o sonho dourado de várias gerações, a ganância, a prosperidade e o declínio deixaram marcas profundas na região.

O Ecoturismo, o Turismo de base comunitária, a rica e diferenciada gastronomia, e qualidade de vida, trouxeram de volta o cosmopilitismo a região, só que desta vez com bases mais sustentáveis.

Neste sentido temos que destacar o bem trabalho desenvolvido pelo projeto Grãos de Luz e Griô educa crianças, adolescentes e jovens em oficinas de identidade, arte, artesanato e economia solidária, tendo como tema gerador tradição oral e cidadania.

Em 2019 a Chapada Diamantina ganhanhou  seis novos roteiros de Turismo de Base Comunitária (TBC)
Em Cantos da Chapada Diamantina” é uma proposta que visa adicionar experiências autênticas ao turismo de natureza através do dia a dia das pessoas que moram e guardam o patrimônio ambiental, contribuindo para o seu desenvolvimento e renda.
Com duração de um a três dias, os roteiros integram atrativos naturais e culturais com alimentação e hospedagem na casa de moradores e oferecem opções para quem gosta de aventura ou passeios mais tranquilos.
Os roteiros também incluem atrativos que estão fora do circuito comercial, o que agrada o visitante que prefere um pouco mais de exclusividade. É possível, por exemplo, conhecer a fabricação artesanal de rapadura e o modo secular de se fazer a farinha de mandioca herdada dos índios. Em algumas opções também está incluso o “colha e pague” em plantações agroecológicas, onde o visitante sai com a sacola cheia de frutas, legumes e verduras fresquinhas.
Além da vida tradicional do campo, a visita também proporciona conhecimento acerca de organização comunitária e democratização da terra, já que as comunidades rurais visitadas são assentamentos de reforma agrária do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
Se sentir em casa mesmo estando a quilômetros de distância e ainda ser recebido como uma visita especial é uma das principais qualidades das comunidades rurais anfitriãs do “Em Cantos da Chapada Diamantina”. Característica capaz de proporcionar experiências realmente genuínas ao visitante que está na busca por um turismo mais solidário e inclusivo.
Para aproveitar ao máximo a viagem, é importante estar aberto para conhecer diferentes culturas e modos de vida, o que permite o estabelecimento de conexões verdadeiras e aprendizados, grandes diferenciais de viagens como essa.

Na Chapada Diamantina, @MonaSoares e @AlícioCharoth visitam a cidade antiga de Estiva de Lençois, foi um polo do diamante e do garimpo na região, hoje luta para a implantação de uma rota de Turismo de Base Comunitária,
Mona encontra a professora Cida e suas
alunas.
Elas cantam uma música sobre a relação entre lavadeiras e garimpeiros.
Enquanto a criançada vai colher a frutinha ‘boca-doce’.
Alicio encontra ex-garimpeiros do locais que mostram os métodos tradicionais de garimpar e falam da alimentação dessa época.

Desfrutamos o prato clássico da esposa de garimpeiro, Marli - Galinha com Quiabinho do Terreiro de Marli.

Alicio acrescenta com a Salada Obá usando Batata de Perdiz e Azedinha – plantas achados nos gerais da serra.
Ex-Garimpeiro Boré hoje se dedica à Guiar turistas aventureiros pelas trilhas da Chapada Diamantina.
Fonte incrível de conhecimento do Bioma da região, da flora e fauna locais.

Com ele tive o prazer de conhecer a Batata de Perdiz e o delicioso e suculento Cacto Xique-Xique, encontrado em abundância na Estiva, com o qual preparei uma Açorda e Geléia.
Boré nos apresentou a Raiz do Alcaçúz;
"Alcaçuz" deriva do árabe 'arq as-süs 
A Glycyrrhiza glabra é uma espécie encontrada nas zonas temperadas da Europa e da Ásia.
O nome glicirriza é de origem grega e significa “raiz doce”.
A planta já era conhecida na antiguidade, onde gregos, romanos e chineses à usavam como expectorante e para o tratamento de úlceras. Em sua composição existem muitas proteínas, fibras, vitaminas e minerais.  
O alcaçuz (Glycyrrhiza glabra L.) ou regaliz é uma espécie de planta com flor pertencente à família Fabaceae.
Possui raízes adocicadas, ricas em glicirrizina e das quais se extrai um xarope usado em confeitaria, em medicamentos para tosse e na produção de alguns tipos de cerveja. 
O Acaçuz é uma planta herbácea que cresce até 1 metro de altura, com folhas pinadas com cerca de 7-15 centímetros de comprimento, com 9 a 17 folíolos.
Auas flores têm 0,8–1,2 centímetros de comprimento, sendo de cores púrpuras ou de um azul esbranquiçado pálido, dispostas numa inflorescência.
O fruto é um legume oblongo de 2 a 3 centímetros de comprimento, contendo várias sementes.
As raízes são estoloníferas, ou seja  vegetais com hábito de crescimento rasteiro (decumbente), que se multiplicam por meio de estolões, ou caules (ramas), que se fixam ao solo pelas raízes que se formam em seus nós..
A primeira descrição científica da espécie foi publicada em Species Plantarum
O isoflaveno denominado glabreno e o isoflavano glabridina são encontrados na raiz, sendo classificados de xenoestrógenos.

Alcaçuz – o ouro preto da raiz de alcaçuz
A história do popular alcaçuz ou da raiz de alcaçuz, a partir da qual é extraído o alcaçuz teve início há centenas de anos. No entanto, aquilo que nós apreciamos hoje, dependendo dos ingredientes, como uma doçaria de sabor doce, picante ou salgado, era até ao século XVIII utilizada principalmente como medicamento.
O alcaçuz foi nomeadamente utilizado de forma predominante contra constipações e problemas de estômago.
O alcaçuz é mencionado já nos tradicionais livros chineses sobre plantas, em rolos de papiros egípcios e até parece ter sido encontrada uma referência a este no túmulo de Tutankamon (1347–1339 a.C.).
Para saciar a sede e como ração de combate para uso militar.
Teofrasto (369–285 a. C.), discípulo de Aristóteles e fundador da botânica descreve a capacidade da raiz de alcaçuz para saciar a sede. Diz-se que as legiões de Alexandre o Grande (356–323 a.C.) foram capazes de sobreviver a longas campanhas parcialmente sem água porque era-lhes dado alcaçuz em vez desta.
Mais tarde, para os legionários romanos, o alcaçuz foi um componente fixo das rações militares diárias.
Mesmo ainda durante a 1.ª Guerra Mundial, os soldados franceses e turcos levavam alcaçuz consigo nas suas bagagens.

A série 'Comida Aqui é Mato!' está sendo exibida às 20h, na TVE e mostra a gastronomia baiana a partir das Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) visitando comunidades e conhecendo pratos saborosos e saudáveis em diversos cantos da Bahia numa viagem culinária de descobrimento.
Ancorado pela apresentadora, Mona, e o chef de cozinha, Alício, a obra leva os telespectadores a conhecerem lugares urbanos e rurais, descobrirem plantas e receitas.
Cada um dos oito episódios valoriza o ambiente, os insumos, a gastronomia e os personagens locais.
O conteúdo dialoga com as culturas dos territórios a partir das Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs), que não são amplamente comercializadas, mas possuem grande representatividade para alguns povos pelo seu alto valor nutricional, facilidade de cultivo adequado à conservação da biodiversidade, assim como seu potencial gastronômico. 

Na maioria dos casos, envolve espécies desconhecidas da maior parte da população, entretanto costumam apresentar grande valor regional, a exemplo da taioba, utilizada historicamente em pratos da culinária baiana, e da palma que é incorporada à culinária na Chapada Diamantina e grande parte do sertão baiano.

A série tem direção de Jonathan Mark Lewis, produção da Mangaba Produções, e é resultado do maior edital de fomento à produção audiovisual para a televisão baiana que captou R$ 20 milhões para obras que serão exibidas na TVE a partir da parceria entre o Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (Irdeb) e a Agência Nacional de Cinema (Ancine), via Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). O conteúdo poderá ser acompanhado também no www.tve.ba.gov.br/tveonline.

SERVIÇO: Estreia da série ‘Comida Aqui é Mato!’
Quando: terça-feira (14), às 20h.
Horário alternativo: sexta-feira, às 7h15 e ao sábado, às 18h
Onde: TVE e www.tve.ba.gov.br/tveonline




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