PELA REGULAMENTAÇÃO JUSTA DA PROFISSÃO DE COZINHEIRO: RECONHECER SABERES É VALORIZAR A DIVERSIDADE CULINÁRIA

Infelizmente, até hoje, essa categoria segue sem o devido reconhecimento, valorização e regulamentação. É hora de ampliar o debate e lutar por direitos que assegurem dignidade, proteção e valorização para quem transforma ingredientes em cultura, afeto e sustento.

A luta pela regulamentação da profissão de cozinheiro no Brasil é antiga e urgente. 

Trata-se de garantir direitos, condições dignas de trabalho e reconhecimento social para milhares de pessoas que constroem a cultura alimentar do país. No entanto, esse processo não pode repetir os mecanismos de exclusão que historicamente marginalizam quem aprendeu a cozinhar fora das escolas formais.

Muitos cozinheiros e cozinheiras brasileiras vêm de outras formas de aprendizado: as cozinhas de casa, os quintais, as festas de santo, os quilombos, os terreiros, os roçados e os mercados populares. São mestres e mestras da prática, guardiões de técnicas ancestrais e saberes passados por gerações, que sustentam uma rica tradição alimentar.

A regulamentação da profissão precisa reconhecer essas trajetórias. É fundamental criar mecanismos de certificação baseados na experiência prática e na oralidade, valorizando os saberes empíricos. Bancas de validação, entrevistas, registros de atuação e reconhecimento por pares podem ser caminhos para garantir que a formalização não exclua quem sempre esteve na base da culinária brasileira.

Regulamentar não é apenas padronizar, é incluir com justiça. É afirmar que cozinheiro não é apenas quem estudou gastronomia em uma universidade, mas também quem aprendeu a lidar com o fogo desde cedo, quem conhece os segredos das folhas, quem pilou tempero com a mãe e cozinhou para a comunidade. A regulamentação deve proteger, não apartar.

Neste sentido, defendemos uma regulamentação que una proteção trabalhista, valorização profissional e reconhecimento da diversidade dos saberes culinários brasileiros. Cozinhar é um ato político e cultural. E todos que alimentam o Brasil devem ser respeitados em sua dignidade e direito ao trabalho.


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