Lançada a primeira rede de cineastas mulheres indígenas do Brasil

Katahirine - Rede Audiovisual das Mulheres Indígenas nasce unindo 71 mulheres de 32 etnias.

Por Jornalistas livres

O lançamento aconteceu sábado (29/04/2023) ,às 19h, com participação da Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara.

A produção audiovisual indígena é rica e conta com forte participação feminina, mas ainda é pouco conhecida dos brasileiros. Para mudar essa situação, neste Abril Indígena foi lançada a Katahirine, a primeira rede de mulheres indígenas que se dedicam a produções audiovisuais. Ela já nasce unindo 71 mulheres de 32 etnias – entre elas, nomes como Graci Guarani e Olinda Wanderley Yawar Tupinambá, diretora e codiretora do projeto Falas Da Terra, da TV Globo, e Patrícia Ferreira Pará Yxapy, diretora de filmes que já participaram de festivais no Brasil e no mundo, como o Doclisboa, em Portugal, a Berlinale, na Alemanha, e o Margareth Mead Film Festival, em Nova York, nos Estados Unidos.

O lançamento da primeira rede audiovisual de mulheres indígenas do Brasil aconteceu dia 29 de abril, às 19h, em uma live no canal do Instituto Catitu no Youtube, com participação da Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara.

live de lançamento da Rede Katahirine

A Katahirine – Rede Audiovisual das Mulheres Indígenas é aberta, coletiva e composta por mulheres que atuam nas áreas do audiovisual e comunicação. Seu principal objetivo é fortalecer a luta dos povos originários por meio do cinema. A rede nasce a partir da atuação do Instituto Catitu e começa a tomar forma com um mapeamento inédito das cineastas indígenas no Brasil. “Construir esse coletivo é fundamental para as lutas do movimento das mulheres originárias e seus povos”, de acordo com o texto de apresentação da Rede escrito pelas mulheres de seu Conselho Curador. O foco inicial do mapeamento e da construção da rede é no Brasil, mas a meta é abarcar cineastas de povos originários de outros países da América Latina.

A primeira iniciativa para dar visibilidade à produção audiovisual das mulheres indígenas é o site www.katahirine.org.br , que também foi lançado no dia 29 de abril. Ele funcionará como uma plataforma onde cada cineasta terá uma página com seu perfil, biografia e suas produções. Futuramente, a rede planeja promover encontros entre as realizadoras de todo o país e organizar mostras. A Katahirine pretende atuar ainda no desenvolvimento de estratégias de fortalecimento do audiovisual indígena e na proposição de políticas públicas que atendam a produção do cinema feito pelas mulheres indígenas.

“Acreditamos que a rede poderá ser uma importante ferramenta de conhecimento e diálogo entre nós e com o público, e também uma referência para pesquisas sobre o cinema indígena feminino”, explica o texto de apresentação da Rede escrito de forma coletiva pelas mulheres de seu Conselho Curador. “Nosso trabalho aborda questões centrais dos nossos povos, como a recuperação das memórias históricas, a reafirmação das identidades étnicas, a valorização dos conhecimentos tradicionais, das línguas e do papel das mulheres nas nossas sociedades”, descreve.

“O audiovisual tem sido uma ferramenta de luta das mulheres indígenas. As produções cinematográficas têm contribuído para que elas reivindicam direitos, denunciem retrocessos e ocupem seu espaço na sociedade indígena e não indígena”, completa Mari Corrêa, diretora do Instituto Catitu, responsável pela coordenação do projeto.

site rede Katahirine

Comentários

Postagens mais visitadas