José, nome de Santo Walter Firmo


Meu pai, fiel escudeiro, louvado seja. 

José o seu nome, nome de santo, não fosse a carne, sua espiritualidade flutuava. Porque pertencia a uma legenda musical que beirava os remansos de um Pixinguinha, comparável no gestual maneiro, onde sua índole flutuava entre a invisibilidade mágica musical dos verdadeiros artistas, aqueles que se compõem entre a cruz e o verdadeiro afeto quando seus sibilares  sons exalta o profeta e o feiticeiro.

Conheci o maestro Pixinguinha na sua casa no bairro suburbano de Ramos nos idos dos anos 1961 e 67, na primeira vez trabalhando pelo matutino Jornal do Brasil e, os outros dois posteriores momentos durante uma homenagem na Associação Brasileira de Imprensa e no dia de sua morte no conjunto residencial para músicos em Inhaúma. Em todas vezes uma apreciável Santidade. Embora alto e levemente robusto fluía como suas canções líricas e amorosas.

Já meu pai, nunca soube de alguma história que me fizesse dormir entoando cantigas de ninar ou mesmo em algumas solidariedades conjugal  noturna, entoando canções de ninar ao rebento insone. Mas, lembro-me muito bem até, talvez a minha primeira fotografia gravada na memória, daquele robusto cavalo que me ostentava em seus ombros. Em que eu cavalgava insone, abraçado a sua volumosa cabeça, em algumas madrugadas estreladas, solapando a estradinha Água Grande,de terra batida---nos arredores de Irajá---, ecoando as passadas de José e Maria, minha querida e inesquecível mãe.

E a atividade fotográfica que me fiz, meu parceiro de fé irmão camarada, devo a ele, este senhor fuzileiro Naval, enfermeiro da tropa, que me apontou certa vez um coração humano em suas mãos, ensejo da curiosidade paterna em administrar ao filho ainda menino “que tudo na vida haveria de ser tudo coração”. Tive, então, esta única oportunidade essencialmente visual que ele existe. Sim, mesmo abatido e morto após uma operação, estava diante de mim aos nove anos de idade nu e morto um esplendido coração abatido, sem algum renascimento amoroso ou si quer uma reles simbologia que  “amorosamente tudo se faz”. 

E o resultado daquela aula prática na silenciosa enfermaria, após malfadada operação, um “tubo de ensaio” que ali, jazia morto , um pedaço fascinante de uma simbologia global onde ele é sempre todo amor e, que agora, jazia ali sem alguma empáfia, tudo que admitem dele.  Frio, disforme na suposta e famosa triangulação. Jazia diante de mim apenas um pedaço de carne laureado apenas pelo sangue que ainda jorrava.

Então, em um dia qualquer que agora quase nem me lembro mais, queria uma alegoria , um retrato que simbolizasse toda agonia que a vida nos traduz  durante anos.  Desejava algo que pintasse um quadro de uma sobrevivência vã, mas digna, no gestual daquele homem que semeou a minha vida por duas vezes; uma por engravidar a minha gestora, outro pela gratificação da câmera fotográfica doada a mim que queria ser fotógrafo, nada mais nada menos. que uma ostentosa Rolleyflex.

Um foguete se fez.

Queria cultivar na terra onde ele nasceu , cuja igreja cultivado sob as árvores, no ventre de uma palafita à beira do rio Amazonas onde ele se faz mais largo, nos confrontes da cidadezinha de Monte Alegre, e assim, perpetuar de vez o  renascimento de um homem que marcou minha vida como simbologia mais que natural. E aí estar minha homenagem pai, esteja em estado líquido, gasoso ou simplesmente imbuído no interior de uma trânsfuga natural, inserido em qualquer além. As marcas de uma vida vivida intensamente, quase um missal onde as marcas gratificam uma vida em seu feudo natural.

José, nome de Santo

                                                                          Walter Firmo

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