Cozinha Afetiva: ensinando rimas com livros infantis no fundamental 1

Professora usou livros que remetem à casa, cozinha e família para ensinar gêneros textuais a estudantes do 2º ano.

Por Iuara Rodrigues 

Despertar o prazer pela leitura em crianças em fase de alfabetização não é uma tarefa das mais fáceis, principalmente diante desse cenário atual, com ensino híbrido dividindo opiniões entre as famílias e educadores.

Buscando enriquecer e tornar significativa a aprendizagem da turma do 2º ano, organizei uma sequência didática com base no tema central que a instituição onde trabalho escolhe anualmente. O tema deste ano é “Casa para descobrir” e, no meu caso, fiquei com o subtema Cozinha Afetiva, assim iria trabalhar com aspectos que envolvessem afeto, família e culinária, por exemplo.

O projeto de leitura foi planejado com muito cuidado e carinho, muito parecido com de anos anteriores, no entanto, com adaptações importantes e flexíveis para o momento em que estamos vivendo.

“Perseguindo Eva Furnari” teve como objetivos desenvolver competências como o uso funcional da linguagem oral, escrita e artística em uma proposta de trabalhar também a comunicação. Ele foi elaborado de acordo com as possibilidades para alunos dessa faixa etária e pensado para linkar datas comemorativas e situações de aprendizagem que envolvessem outras áreas do conhecimento.

Para o primeiro trimestre, o trabalho inicial foi a partir de listas (com o livro “Listas fabulosas”) e rimas (com os livros “Você Troca” e “Não Confunda”). Do ponto de vista conceitual, a ideia era trabalhar formas de identificar diferentes gêneros textuais, compreender funções e características, entender o conceito de rima, sabendo fazer relações com palavras pré-determinadas e construção de novas.

Acesse o livro aqui

A partir daí, a turma escolheu o livro favorito para que pudéssemos explorar e criar novas rimas. Parte da turma estava online, parte da turma, presencial, então foram realizados momentos de contação das histórias, discussão da biografia da autora e exploração de jogos online com palavras que rimam até que cada um criou uma nova página para o livro.

Ler com autonomia foi também um dos objetivos do projeto. Fazendo com que os estudantes produzissem textos, compreendessem as estruturas e também se envolvessem em um processo de aprendizagem sobre como trabalhar em grupo os levou a respeitar opiniões e ter curiosidade para descobrir novas relações.

Foi um processo muito colaborativo e que engajou bastante.

O produto final deste projeto foi o livro “Não confunda – Cozinha Afetiva”, inteiramente produzido por nós. Tanto os alunos presenciais quanto os alunos remotos participaram do processo de construção do livro.

Os alunos que não estão autorizados, as famílias enviaram a foto para que pudesse inserir no livro digital e gravei os áudios durante a aula remota. Já os alunos presenciais, as páginas foram escaneadas e inseridas junto com os áudios gravados em sala. Para criar o livro usamos uma ferramenta chamada Book Creator e, para gravar os áudios em sala, usamos a Vocaroo, que faz gravações online.

A participação e envolvimento foram contagiantes, a capa, contracapa e última página do livro foram criadas coletivamente a fim de apresentar a turma. Eles amaram o resultado e estão aprendendo a utilizar a ferramenta, pois, no próximo semestre, farão mais um com participação das famílias.

Já selecionamos para esta nova etapa outros livros, como “Nós”, “Lolô e Barnabé”, “Bruxinha e Frederico” e “Os problemas da Família Gorgonzola”.

A ideia é abordar temas como família, empatia, momentos e atividades que fazemos com a família e hora da refeição. Nesta nova fase vamos fazer atividades culinárias (online e presencial) com receitas de família apresentadas pelos alunos.

Ao fim deste projeto, observei alguns indicadores de aprendizagem como: interesse nas atividades propostas, bem como a participação e elaboração das mesmas; compreensão sobre os diferentes gêneros textuais. As rodas de leitura propiciaram momentos ricos e prática de leitura. 

A construção do livro, favoreceu a escrita respeitando a convenção ortográfica, bem como a prática da leitura, tornando-a fluente.

Os alunos passaram a amam a autora, mostram curiosidade por outros títulos e brincam de rimar a todo tempo, em todos os lugares e situações, buscam rimar e se divertir. Aprendizado significativo e rico, essa é a missão!

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